Por Fernando Brito, no blog Tijolaço:
Mordida pelo despeito e movida pela ignorância, a Folha segue, diariamente, sua campanha contra os acordos de investimentos feitos pela China com o Brasil.
Nem é preciso dizer que os faríamos com norte-americanos, suecos, alemães, finlandeses ou o que fossem, se as condições forem boas para o Brasil: áreas estruturantes da economia, longo prazo, pagamento não-escorchante, controle nacional, etc.
Ontem foi a versão “a China promete, mas não cumpre” propostas de inversão aqui. É verdade, em muitos casos. E não é, em tantos outros, porque não são doações que impliquem em obrigação moral, mas negócios. Sujeitos, portanto, às condições do mercado que, como só a Folha não sabe, se deterioraram no mundo, e aqui também, em parte.
Hoje, a asneira é completa.
Diz o Painel que sindicalistas “vão pedir ao Ministério do Trabalho detalhes sobre as condições negociadas para a vinda de mão de obra chinesa ao Brasil”. Alega Miguel Torres, da Força Sindical, que os investimentos da China podem ser “um cavalo de Troia” para a entrada de trabalhadores chineses no país.
De novo, tenho de praticar um hábito meio fora de moda no jornalismo e contestar com base em fatos.
Está lá ao final do post a tabela oficial da entrada de estrangeiros no Brasil, que é regulada – e tome de regulada, nestes tempos globais! – pelo Ministério do Trabalho. Quando estive lá, por delegação do Ministro, era eu quem assinava a autorização, após aprovação dos órgãos técnicos, e sei bem do que falo.
Veja lá que os norte-americanos lideram com folga a entrada de pessoas para trabalhar no Brasil.
Tirando Filipinas e Índia, que têm números altos porque são a origem de trabalhadores de muitas embarcações e plataformas afretadas pela Petrobras e outras petroleiras – será que alguém acha que alugam um barco de alta tecnologia e especializadíssimo vazio, sem tripulação? – e Portugal, pelas óbvias ligações históricas e culturais, os países desenvolvidos nadam de braçada neste ranking.
Os chineses ficam num modesto 10° lugar, com menos de 3% das autorizações de trabalho temporário o que, para o país de maior população no mundo, é um nada: 1.348 em um ano.
Os números absolutos são ridículos se considerarmos que somos um país onde a força de trabalho, em todas as áreas e formas, anda acima de 100 milhões de pessoas.
Existem critérios restritivos bastante fortes para a concessão de vistos de trabalho no Brasil e que valem para todas as nacionalidades..
Há exceções e me recordo de uma, curiosa: um dirigente de um grande frigorífico – não era a JBS, coxinhas, calma… – telefonou-me para expor um problema: o Brasil é um grande exportador de frango halal, para o Oriente Médio e isso requer que o animal seja abatido por um muçulmano, que esteja voltado para Meca e ainda que se cumpra o ritual de invocar Alá no momento do abate, entre outras exigências.
E não se achava, na comunidade muçulmana brasileira, abatedores em número suficiente e faltavam algumas dezenas de trabalhadores adequados. O que fazer, deixar de vender frango para eles, um imenso mercado, no qual nosso país é líder?
Quem quiser me acusar de advocacia administrativa que o faça, mas não tive a menor dúvida em pedir aos dirigentes do Conselho de Imigração atenção especial para esta questão, e avisei ao empresário que, como contratante direto e indireto dos abatedouros ficasse de olho nas condições de trabalho, porque a mão de obra para este serviço, em boa parte, vem dos países muçulmanos da África, porque existe uma fiscalização do Trabalho.
Vejam só quanta estupidez há neste “caso” dos chineses.
Como disse, boa parte é de curto prazo.
Os que ficam até um ano, para assistência técnica ou transferência de tecnologia – ou seja, com contratos de trabalho na China, não aqui – são 525 apenas.
E os que vêm para ficar, com visto permanente, são 274 por ano. Regula com os franceses e espanhóis e ninguém está falando em uma invasão francesa, n’est pas?
E daí se vierem, temporariamente, mais mil, dois mil chineses para empreendimentos que vão gerar, diretamente, 40 ou 50 mil empregos no Brasil e, indiretamente, muitos mais.
Quantos brasileiros trabalharam nos meganavios que “São” Roger Agnelli encomendou na China e na Coreia? Ah, aplaudiram porque “era mais barato” fazer lá, não é?
E que mal há que, dos estrangeiros, algumas centenas venham mesmo de mala e cuia, como vieram os avós e bisavós de tantos de nós?
Vamos deportar milhares e milhares de nossos ancestrais?
Nacionalismo não é xenofobia, é defender a soberania e os interesses brasileiros.
Coisa que esta gente, assustada com o “perigo vermelho”, não faz quando se trata dos homens do capital que preda nossas riquezas.
Mordida pelo despeito e movida pela ignorância, a Folha segue, diariamente, sua campanha contra os acordos de investimentos feitos pela China com o Brasil.
Nem é preciso dizer que os faríamos com norte-americanos, suecos, alemães, finlandeses ou o que fossem, se as condições forem boas para o Brasil: áreas estruturantes da economia, longo prazo, pagamento não-escorchante, controle nacional, etc.
Ontem foi a versão “a China promete, mas não cumpre” propostas de inversão aqui. É verdade, em muitos casos. E não é, em tantos outros, porque não são doações que impliquem em obrigação moral, mas negócios. Sujeitos, portanto, às condições do mercado que, como só a Folha não sabe, se deterioraram no mundo, e aqui também, em parte.
Hoje, a asneira é completa.
Diz o Painel que sindicalistas “vão pedir ao Ministério do Trabalho detalhes sobre as condições negociadas para a vinda de mão de obra chinesa ao Brasil”. Alega Miguel Torres, da Força Sindical, que os investimentos da China podem ser “um cavalo de Troia” para a entrada de trabalhadores chineses no país.
De novo, tenho de praticar um hábito meio fora de moda no jornalismo e contestar com base em fatos.
Está lá ao final do post a tabela oficial da entrada de estrangeiros no Brasil, que é regulada – e tome de regulada, nestes tempos globais! – pelo Ministério do Trabalho. Quando estive lá, por delegação do Ministro, era eu quem assinava a autorização, após aprovação dos órgãos técnicos, e sei bem do que falo.
Veja lá que os norte-americanos lideram com folga a entrada de pessoas para trabalhar no Brasil.
Tirando Filipinas e Índia, que têm números altos porque são a origem de trabalhadores de muitas embarcações e plataformas afretadas pela Petrobras e outras petroleiras – será que alguém acha que alugam um barco de alta tecnologia e especializadíssimo vazio, sem tripulação? – e Portugal, pelas óbvias ligações históricas e culturais, os países desenvolvidos nadam de braçada neste ranking.
Os chineses ficam num modesto 10° lugar, com menos de 3% das autorizações de trabalho temporário o que, para o país de maior população no mundo, é um nada: 1.348 em um ano.
Os números absolutos são ridículos se considerarmos que somos um país onde a força de trabalho, em todas as áreas e formas, anda acima de 100 milhões de pessoas.
Existem critérios restritivos bastante fortes para a concessão de vistos de trabalho no Brasil e que valem para todas as nacionalidades..
Há exceções e me recordo de uma, curiosa: um dirigente de um grande frigorífico – não era a JBS, coxinhas, calma… – telefonou-me para expor um problema: o Brasil é um grande exportador de frango halal, para o Oriente Médio e isso requer que o animal seja abatido por um muçulmano, que esteja voltado para Meca e ainda que se cumpra o ritual de invocar Alá no momento do abate, entre outras exigências.
E não se achava, na comunidade muçulmana brasileira, abatedores em número suficiente e faltavam algumas dezenas de trabalhadores adequados. O que fazer, deixar de vender frango para eles, um imenso mercado, no qual nosso país é líder?
Quem quiser me acusar de advocacia administrativa que o faça, mas não tive a menor dúvida em pedir aos dirigentes do Conselho de Imigração atenção especial para esta questão, e avisei ao empresário que, como contratante direto e indireto dos abatedouros ficasse de olho nas condições de trabalho, porque a mão de obra para este serviço, em boa parte, vem dos países muçulmanos da África, porque existe uma fiscalização do Trabalho.
Vejam só quanta estupidez há neste “caso” dos chineses.
Como disse, boa parte é de curto prazo.
Os que ficam até um ano, para assistência técnica ou transferência de tecnologia – ou seja, com contratos de trabalho na China, não aqui – são 525 apenas.
E os que vêm para ficar, com visto permanente, são 274 por ano. Regula com os franceses e espanhóis e ninguém está falando em uma invasão francesa, n’est pas?
E daí se vierem, temporariamente, mais mil, dois mil chineses para empreendimentos que vão gerar, diretamente, 40 ou 50 mil empregos no Brasil e, indiretamente, muitos mais.
Quantos brasileiros trabalharam nos meganavios que “São” Roger Agnelli encomendou na China e na Coreia? Ah, aplaudiram porque “era mais barato” fazer lá, não é?
E que mal há que, dos estrangeiros, algumas centenas venham mesmo de mala e cuia, como vieram os avós e bisavós de tantos de nós?
Vamos deportar milhares e milhares de nossos ancestrais?
Nacionalismo não é xenofobia, é defender a soberania e os interesses brasileiros.
Coisa que esta gente, assustada com o “perigo vermelho”, não faz quando se trata dos homens do capital que preda nossas riquezas.
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