Por Eduardo Guimarães, no Blog da Cidadania:
Como todo mundo que tem ao menos algum resquício de senso de justiça, fiquei satisfeito com a entrevista que Jô Soares fez com Dilma Rousseff na última sexta-feira (12/6), no Palácio da Alvorada, residência oficial da presidente da República.
Ainda que alguns analistas realmente independentes tenham avaliado que o humorista e apresentador “pegou leve” com a entrevistada, entendo que a iniciativa dele pretendeu dar voz a quem não tem tido por conta do massacre fascista de que tem sido alvo, de forma que ele a deixou se expressar mais livremente.
Quem quiser assistir ou rever a entrevista antes de continuar lendo o post, pode fazê-lo no vídeo - ou pode voltar a este ponto ao fim da leitura.
Claro que, no atual momento político, já era esperado que Jô entrevistasse Dilma civilizadamente – pois há algum tempo ele vem se posicionando em defesa dela – e que, após a entrevista, os famigerados fanáticos de extrema-direita tratassem de agredir a ambos.
O ponto de vista deste blogueiro sobre uma entrevista ideal é aquela em que o entrevistador faz ao entrevistado perguntas que ele possa responder, não perguntas que não passem de provocações, pois, aí, não há entrevista e, sim, debate.
Só para ilustrar a questão, confira, no vídeo como foi que entrevistei a presidente, ano passado. O áudio está um pouco ruim, mas quem tiver um bom equipamento conseguirá ouvir.
Como se pode notar, apesar de ter feito uma questão que alguns dirão ser favorável à então candidata à reeleição, houve, sim, um questionamento. Critiquei o mutismo do governo e inclusive da presidente no que diz respeito ao contraponto que precisava ser feito aos ataques da mídia. A pergunta, basicamente, foi a seguinte:
— O seu segundo governo continuará apanhando calado?
Nesse aspecto, portanto, acho que Jô fez as perguntas certas. Apresentou questões que os antagonistas da presidente fazem e a deixou dar a sua versão dos fatos.
Claro que um certo jornalismo – coincidentemente, praticado pela mesma emissora que emprega Jô Soares – não costuma agir assim – todos se lembram da entrevista feita pelo âncora do Jornal Nacional, William Bonner, durante a eleição presidencial do ano passado, em que não deixava a entrevistada sequer responder às questões que fazia em tom que, longe de questionador, foi, literalmente, insolente.
Isso que você assistiu acima – se é que teve estômago para rever – não é entrevista e muito menos jornalismo; é debate político.
Não me darei ao mau-gosto de reproduzir os piores ataques que Jô Soares recebeu, pois a grande maioria foi agressiva não só à primeira mandatária da nação, mas, também, ao gênero feminino. Mas alguns exemplos mais “suaves” podem ser mostrados.
Como chegamos a isso? O que está acontecendo com Jô deveria servir de exemplo a todos os comunicadores que hoje se unem a essa onda fascista; no futuro, se contrariarem esses fanáticos, já sabem o que os espera.
Mas o fato é que não se pode negar que Jô, apesar de ter sido corajoso em sair em defesa de Dilma, tem responsabilidade pelo que aconteceu e eu nem preciso dizer por que.
Mas, assim mesmo, direi: por que, diabos, ele inventou o quadro antipetista “As Meninas do Jô”? Ou melhor: por que montou esse quadro com a configuração que vem se estendendo através dos anos, com “petefóbicas” como Lilian Witte Fibbe, Ana Maria Tahan ou Lucia Hippolito?
Todos se lembram muito bem do que elas fizeram ao longo dos anos, nesse quadro. No julgamento do mensalão, por exemplo, foi um massacre. Histriônicas, partidarizadas, transformaram o programa do Jô em uma sessão de masturbação antipetista.
É óbvio que ajudaram a inocular veneno nas mentes frágeis desses fanáticos que vilipendiaram como puderam o apresentador por ter entrevistado a presidente da República com respeito e seriedade.
Não acredito que Jô não pudesse ter ao menos colocado jornalistas menos partidarizadas nesse quadro. Poderia ter convidado, talvez, uma Cynara Menezes, à época colunista da Carta Capital, por exemplo, para integrar aquela bancada feminina de analistas políticas.
Lamento pelo Jô, pelos ataques que sofreu e pela mais do que provável demissão que o aguarda ao fim do contrato com a Globo, ano que vem. Mas não consigo entender por que ele serviu por tanto tempo a essa máfia midiática e só agora decidiu se rebelar.
Como todo mundo que tem ao menos algum resquício de senso de justiça, fiquei satisfeito com a entrevista que Jô Soares fez com Dilma Rousseff na última sexta-feira (12/6), no Palácio da Alvorada, residência oficial da presidente da República.
Ainda que alguns analistas realmente independentes tenham avaliado que o humorista e apresentador “pegou leve” com a entrevistada, entendo que a iniciativa dele pretendeu dar voz a quem não tem tido por conta do massacre fascista de que tem sido alvo, de forma que ele a deixou se expressar mais livremente.
Quem quiser assistir ou rever a entrevista antes de continuar lendo o post, pode fazê-lo no vídeo - ou pode voltar a este ponto ao fim da leitura.
Claro que, no atual momento político, já era esperado que Jô entrevistasse Dilma civilizadamente – pois há algum tempo ele vem se posicionando em defesa dela – e que, após a entrevista, os famigerados fanáticos de extrema-direita tratassem de agredir a ambos.
O ponto de vista deste blogueiro sobre uma entrevista ideal é aquela em que o entrevistador faz ao entrevistado perguntas que ele possa responder, não perguntas que não passem de provocações, pois, aí, não há entrevista e, sim, debate.
Só para ilustrar a questão, confira, no vídeo como foi que entrevistei a presidente, ano passado. O áudio está um pouco ruim, mas quem tiver um bom equipamento conseguirá ouvir.
Como se pode notar, apesar de ter feito uma questão que alguns dirão ser favorável à então candidata à reeleição, houve, sim, um questionamento. Critiquei o mutismo do governo e inclusive da presidente no que diz respeito ao contraponto que precisava ser feito aos ataques da mídia. A pergunta, basicamente, foi a seguinte:
— O seu segundo governo continuará apanhando calado?
Nesse aspecto, portanto, acho que Jô fez as perguntas certas. Apresentou questões que os antagonistas da presidente fazem e a deixou dar a sua versão dos fatos.
Claro que um certo jornalismo – coincidentemente, praticado pela mesma emissora que emprega Jô Soares – não costuma agir assim – todos se lembram da entrevista feita pelo âncora do Jornal Nacional, William Bonner, durante a eleição presidencial do ano passado, em que não deixava a entrevistada sequer responder às questões que fazia em tom que, longe de questionador, foi, literalmente, insolente.
Isso que você assistiu acima – se é que teve estômago para rever – não é entrevista e muito menos jornalismo; é debate político.
Não me darei ao mau-gosto de reproduzir os piores ataques que Jô Soares recebeu, pois a grande maioria foi agressiva não só à primeira mandatária da nação, mas, também, ao gênero feminino. Mas alguns exemplos mais “suaves” podem ser mostrados.
Como chegamos a isso? O que está acontecendo com Jô deveria servir de exemplo a todos os comunicadores que hoje se unem a essa onda fascista; no futuro, se contrariarem esses fanáticos, já sabem o que os espera.
Mas o fato é que não se pode negar que Jô, apesar de ter sido corajoso em sair em defesa de Dilma, tem responsabilidade pelo que aconteceu e eu nem preciso dizer por que.
Mas, assim mesmo, direi: por que, diabos, ele inventou o quadro antipetista “As Meninas do Jô”? Ou melhor: por que montou esse quadro com a configuração que vem se estendendo através dos anos, com “petefóbicas” como Lilian Witte Fibbe, Ana Maria Tahan ou Lucia Hippolito?
Todos se lembram muito bem do que elas fizeram ao longo dos anos, nesse quadro. No julgamento do mensalão, por exemplo, foi um massacre. Histriônicas, partidarizadas, transformaram o programa do Jô em uma sessão de masturbação antipetista.
É óbvio que ajudaram a inocular veneno nas mentes frágeis desses fanáticos que vilipendiaram como puderam o apresentador por ter entrevistado a presidente da República com respeito e seriedade.
Não acredito que Jô não pudesse ter ao menos colocado jornalistas menos partidarizadas nesse quadro. Poderia ter convidado, talvez, uma Cynara Menezes, à época colunista da Carta Capital, por exemplo, para integrar aquela bancada feminina de analistas políticas.
Lamento pelo Jô, pelos ataques que sofreu e pela mais do que provável demissão que o aguarda ao fim do contrato com a Globo, ano que vem. Mas não consigo entender por que ele serviu por tanto tempo a essa máfia midiática e só agora decidiu se rebelar.
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