Por Clemente Ganz Lúcio, no site Brasil Debate:
Disputamos também no Brasil, frente aos conflitos da luta de classes e das enormes desigualdades, a regulação da nossa economia de mercado capitalista com vistas a um determinado tipo de desenvolvimento. Isso é feito no espaço de uma das maiores economias do planeta, com uma inigualável riqueza natural e com um ativo humano que pode oferecer ao mundo a capacidade de superação de nossas mazelas com luta e encanto. Temos nossos problemas, mas temos muitas virtudes!
As profundas transformações que, ao longo do tempo, o capitalismo faz no modo de produzir, ampliaram, de maneira inigualável na história, a capacidade de gerar renda e riqueza.
Entretanto, sem limites e regulação, a desigualdade cresce sem fronteiras em um mundo de abundância. A sociedade se defronta cotidianamente com contradições vividas nos conflitos entre, de um lado, a força de trabalho mobilizada para a produção da riqueza concentrada nas mãos de poucos e, de outro lado, a miséria do seu cotidiano.
A industrialização e a vida urbana engendraram novas formas de lutas sociais que inventam e criam novos instrumentos políticos e espaços institucionais. A democracia se materializa no mesmo processo que ganha forma o Estado de sociedades que partilham um destino comum como nação. No jogo de conflitos, confrontos, lutas e superações, formam-se alianças, articulações sociais para gerar força política e econômica capaz de alçar ao patamar de interesse geral um determinado projeto.
Compreender esses movimentos no contexto histórico do Brasil é condição indispensável para aqueles que querem pensar e construir o Brasil como uma sociedade igualitária e justa. E há aqueles que são capazes de reunir, pelo árduo trabalho de pesquisa e reflexão, uma análise teórica e histórica abrangente, crítica e interdisciplinar.
Pensando o Brasil desde a independência, Luiz Carlos Bresser-Pereira recupera e reflete sobre a construção econômica, social e política do Brasil, chegando aos dias de hoje, concluindo: “O que é hoje o Brasil, depois dessa longa construção? É uma nação incompleta, é uma sociedade nacional-dependente, é uma nação em busca de uma estratégia nacional de desenvolvimento; é uma nação que rejeita o Estado liberal, mas não logrou ainda reconstruir e renovar o Estado desenvolvimentista; é uma economia que cresce lentamente desde 1980, e que precisa aumentar de modo durável sua taxa de investimento, mas não logra superar a armadilha dos juros altos e da taxa de câmbio sobreapreciada; é uma sociedade civil viva e atuante, que garante uma democracia consolidada; é uma sociedade em que ainda impera a desigualdade mas a luta pela justiça social está viva, é uma sociedade que participa da proteção mundial do ambiente; é, finalmente, uma democracia viva, quase participativa” (Bresser Pereira: 399)
Ao ler, em tempos difíceis como o atual, “A construção política do Brasil – sociedade, economia e Estado desde a Independência” (Editora 34), adquire-se melhor capacidade cognitiva e política para ressignificar o sentido da luta pelo desenvolvimento, que Bresser propõe como novo-desenvolvimentismo.
Recupera-se mais, o sentido profundo que as alianças representaram e representam, bem como o papel estratégico que as lideranças desempenharam e desempenharão na construção das pontes que nos levaram e, com certeza, nos levarão, às transformações que inventam e materializam nossas utopias.
As profundas transformações que, ao longo do tempo, o capitalismo faz no modo de produzir, ampliaram, de maneira inigualável na história, a capacidade de gerar renda e riqueza.
Entretanto, sem limites e regulação, a desigualdade cresce sem fronteiras em um mundo de abundância. A sociedade se defronta cotidianamente com contradições vividas nos conflitos entre, de um lado, a força de trabalho mobilizada para a produção da riqueza concentrada nas mãos de poucos e, de outro lado, a miséria do seu cotidiano.
A industrialização e a vida urbana engendraram novas formas de lutas sociais que inventam e criam novos instrumentos políticos e espaços institucionais. A democracia se materializa no mesmo processo que ganha forma o Estado de sociedades que partilham um destino comum como nação. No jogo de conflitos, confrontos, lutas e superações, formam-se alianças, articulações sociais para gerar força política e econômica capaz de alçar ao patamar de interesse geral um determinado projeto.
Compreender esses movimentos no contexto histórico do Brasil é condição indispensável para aqueles que querem pensar e construir o Brasil como uma sociedade igualitária e justa. E há aqueles que são capazes de reunir, pelo árduo trabalho de pesquisa e reflexão, uma análise teórica e histórica abrangente, crítica e interdisciplinar.
Pensando o Brasil desde a independência, Luiz Carlos Bresser-Pereira recupera e reflete sobre a construção econômica, social e política do Brasil, chegando aos dias de hoje, concluindo: “O que é hoje o Brasil, depois dessa longa construção? É uma nação incompleta, é uma sociedade nacional-dependente, é uma nação em busca de uma estratégia nacional de desenvolvimento; é uma nação que rejeita o Estado liberal, mas não logrou ainda reconstruir e renovar o Estado desenvolvimentista; é uma economia que cresce lentamente desde 1980, e que precisa aumentar de modo durável sua taxa de investimento, mas não logra superar a armadilha dos juros altos e da taxa de câmbio sobreapreciada; é uma sociedade civil viva e atuante, que garante uma democracia consolidada; é uma sociedade em que ainda impera a desigualdade mas a luta pela justiça social está viva, é uma sociedade que participa da proteção mundial do ambiente; é, finalmente, uma democracia viva, quase participativa” (Bresser Pereira: 399)
Ao ler, em tempos difíceis como o atual, “A construção política do Brasil – sociedade, economia e Estado desde a Independência” (Editora 34), adquire-se melhor capacidade cognitiva e política para ressignificar o sentido da luta pelo desenvolvimento, que Bresser propõe como novo-desenvolvimentismo.
Recupera-se mais, o sentido profundo que as alianças representaram e representam, bem como o papel estratégico que as lideranças desempenharam e desempenharão na construção das pontes que nos levaram e, com certeza, nos levarão, às transformações que inventam e materializam nossas utopias.
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