Por Mauricio Dias, na revista CartaCapital:
Dilma Rousseff tem uma corajosa história de vida que vai muito além da valentia de machões guarnecidos pela imunidade no sinuoso ambiente da política. Muitos deles a discriminam por ser mulher. O que fazer? A presidenta parece capaz de se submeter a sacrifícios pessoais e políticos para atingir os objetivos dela ou para cumprir acordos assumidos.
Como qualquer um, Dilma ora acerta, ora se equivoca. Dois equívocos. Nos anos de chumbo fez um desvio arriscado à esquerda. Perdeu. Agora, na Presidência da República, pela segunda vez, virou precipitadamente à direita, embora a sinalização sugerisse: “Vire à esquerda”. Aguardemos o desfecho.
Recentemente, a presidenta participou de uma cerimônia patrocinada pelo jornal O Globo. Ao discursar, condenou a censura e defendeu os princípios da liberdade de expressão. Muito bem. Agradou ao anfitrião e, por isso, mereceu uma chamada anêmica na primeira página do jornal.
Dilma fez silêncio, mais uma vez, sobre a regulação dos meios de comunicação proposta pelo jornalista Franklin Martins, ministro-chefe da Secretaria da Comunicação Social do governo Lula. O assunto desagrada a certos anfitriões. Dilma o evita.
A regulação está engavetada. Enfrenta enorme resistência da mídia, que desfila segurando um estandarte falso: a censura. Martins não propõe, como dizem, interferência no conteúdo das informações. Invocar esse fantasma é um jogo sujo e hipócrita. Uma nova lei de regulamentação deverá buscar e desmanchar, nos limites legais, a absurda concentração dos meios de comunicação no Brasil.
Artigo publicado na Revista Brasileira da Comunicação, assinado pelos professores Juliano Domingues, da Universidade Católica de Pernambuco, e Jorge Zaverucha, Dalson Figueiredo e Enivaldo da Rocha, da Federal de Pernambuco, responde a seguinte pergunta: “Mais concentração de propriedade da mídia, menos democracia?” Eles dão a resposta: sim. E com segurança fazem a afirmação de que, quanto menos concentrada a mídia, mais democrático tende a ser o país. E assinam embaixo: “Os dados indicam uma correlação positiva entre qualidade da democracia e a diversidade da mídia”.
Nesse sobe e desce fica claro que, quanto maior a diversidade dos meios de comunicação, melhor a democracia. A elite brasileira, já se disse e é bom repetir, apenas tolera o jogo democrático. Mesmo assim, a presidenta caminha contra o vento e insiste na aproximação com os barões da mídia. Tem sido recusada. Batem a porta na cara dela com total deselegância e arrogância.
Na entrevista dada a Jô Soares, semanas atrás, Dilma manifestou suas tristezas com as críticas recebidas. Críticas? Nada demais. É saudável. Nesse momento contornou, evitou fazer referência aos excessos da imprensa, como, por exemplo, a pregação da deposição dela valendo-se de recursos sem sustentação legal. Entre outros absurdos antijornalísticos. Dilma cultiva a ilusão de oferecer a paz em troca da reciprocidade. Um acordo impossível. A mídia força o impeachment ou, no mínimo, a rendição total dela.
Como qualquer um, Dilma ora acerta, ora se equivoca. Dois equívocos. Nos anos de chumbo fez um desvio arriscado à esquerda. Perdeu. Agora, na Presidência da República, pela segunda vez, virou precipitadamente à direita, embora a sinalização sugerisse: “Vire à esquerda”. Aguardemos o desfecho.
Recentemente, a presidenta participou de uma cerimônia patrocinada pelo jornal O Globo. Ao discursar, condenou a censura e defendeu os princípios da liberdade de expressão. Muito bem. Agradou ao anfitrião e, por isso, mereceu uma chamada anêmica na primeira página do jornal.
Dilma fez silêncio, mais uma vez, sobre a regulação dos meios de comunicação proposta pelo jornalista Franklin Martins, ministro-chefe da Secretaria da Comunicação Social do governo Lula. O assunto desagrada a certos anfitriões. Dilma o evita.
A regulação está engavetada. Enfrenta enorme resistência da mídia, que desfila segurando um estandarte falso: a censura. Martins não propõe, como dizem, interferência no conteúdo das informações. Invocar esse fantasma é um jogo sujo e hipócrita. Uma nova lei de regulamentação deverá buscar e desmanchar, nos limites legais, a absurda concentração dos meios de comunicação no Brasil.
Artigo publicado na Revista Brasileira da Comunicação, assinado pelos professores Juliano Domingues, da Universidade Católica de Pernambuco, e Jorge Zaverucha, Dalson Figueiredo e Enivaldo da Rocha, da Federal de Pernambuco, responde a seguinte pergunta: “Mais concentração de propriedade da mídia, menos democracia?” Eles dão a resposta: sim. E com segurança fazem a afirmação de que, quanto menos concentrada a mídia, mais democrático tende a ser o país. E assinam embaixo: “Os dados indicam uma correlação positiva entre qualidade da democracia e a diversidade da mídia”.
Nesse sobe e desce fica claro que, quanto maior a diversidade dos meios de comunicação, melhor a democracia. A elite brasileira, já se disse e é bom repetir, apenas tolera o jogo democrático. Mesmo assim, a presidenta caminha contra o vento e insiste na aproximação com os barões da mídia. Tem sido recusada. Batem a porta na cara dela com total deselegância e arrogância.
Na entrevista dada a Jô Soares, semanas atrás, Dilma manifestou suas tristezas com as críticas recebidas. Críticas? Nada demais. É saudável. Nesse momento contornou, evitou fazer referência aos excessos da imprensa, como, por exemplo, a pregação da deposição dela valendo-se de recursos sem sustentação legal. Entre outros absurdos antijornalísticos. Dilma cultiva a ilusão de oferecer a paz em troca da reciprocidade. Um acordo impossível. A mídia força o impeachment ou, no mínimo, a rendição total dela.
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