Por Fernando Brito, no blog Tijolaço:
A pesquisa Ibope-Estadão que ocupa as manchetes dos sites dos grandes jornais, agora à noite, faz parte apenas do campo da propaganda.
Não apenas qualquer pesquisa feita mais de três anos antes de eleições já é, por si, pouco reveladora do que podem ser as tendências do eleitor quando chegar este “futuro distante” em matéria eleitoral.
Tanto é assim que o próprio Ibope, em março de 2013 – portanto com um ano e meio de antecedência sobre as eleições de 2014 – dava, naquele momento, uma diferença de 58% a 9% em favor de Dilma Rousseff sobre Aécio Neves e o resultado final foi apertado, ao ponto de, até agora, Aécio praticamente se proclamar “presidente dos brasileiros”.
Metade, portanto, da antecedência desta.
Menos de um ano antes da eleição de 2006, em dezembro, Serra, que nem foi candidato, ficava à frente de Lula na preferência dos eleitores, segundo o Datafolha, numa simulação de segundo turno: 50% a 36% a favor do tucano.
São fatos, não opiniões, que revelam a falta de densidade de pesquisas assim.
Isso quando não chegam á impunidade com que algumas manipulam dados, como a que reproduzo aí em cima, divulgada pela revista Época, duas semanas antes do 2º turno das eleições do ano passado, num episódio que, até hoje, não trouxe nenhuma consequencia para os autores do estelionato estatístico.
Ao contrário o que se propaga, o que este levantamento atesta é que o prestígio de Lula no eleitorado continua extremamente forte, mesmo com toda a artilharia que se despeja obre o ex-presidente, porque ele – mesmo com o incrível peso que arrasta da imensa perda de popularidade do Governo Dilma, continua com um ponto de partida solidíssimo em um terço dos eleitores.
Outros 20% por cento dos eleitores, mesmo colocados diante de uma disputa de segundo turno, permanecem indecisos
É obvio que a situação de Lula já foi muito melhor.
Mas é um engano achar que Aécio Neves teria “disparado”.
Absolutamente, não: a pesquisa lhe atribui 48% dos votos totais numa simulação de 2º turno. Na eleição de outubro passado, seu percentual foi de 45,5%, que subiram a 48,3% dos votos em candidatos, com o expurgo dos brancos e nulos, que foram 6,%, não os 20 por cento que esta pesquisa registra. Assim, chegou-se ao resultado que lhe deu 48,3% dos votos.
O crescimento de Aécio foi, assim, de 2,5%, não apenas dentro da margem de erro da pesquisa como, em qualquer hipótese, pouco, muito pouco para aquele que deveria ser o beneficiário maior do profundo desgaste de Dilma.
Mas existe um outro fator a considerar: embora Lula esteja preso a compromissos de solidariedade a Dilma, o eleitor faz o “descolamento” da figura de Lula do quadro conjuntural do Governo.
O jogo sucessório começa, de fato, ano que vem, seja com a reorientação do Governo Dilma após um ano de arrocho e persistente paralisia política, com Lula ou, no caso da manutenção de políticas recessivas e da abulia política, sem ele.
Os tucanos, Aécio e Alckmin, sabem que este “resultado” eleitoral do Ibope é frágil e de pouco sentido.
Embora não fosse de todo mau que Aécio passasse a considerar a eleição e não o “tapetão judicial” o seu melhor caminho para o incontrolável sonho de menino mimado, o de ser Presidente do Brasil.
Ao menos sonharia sem fazer o Brasil se preocupar com pesadelos golpistas.
A pesquisa Ibope-Estadão que ocupa as manchetes dos sites dos grandes jornais, agora à noite, faz parte apenas do campo da propaganda.
Não apenas qualquer pesquisa feita mais de três anos antes de eleições já é, por si, pouco reveladora do que podem ser as tendências do eleitor quando chegar este “futuro distante” em matéria eleitoral.
Tanto é assim que o próprio Ibope, em março de 2013 – portanto com um ano e meio de antecedência sobre as eleições de 2014 – dava, naquele momento, uma diferença de 58% a 9% em favor de Dilma Rousseff sobre Aécio Neves e o resultado final foi apertado, ao ponto de, até agora, Aécio praticamente se proclamar “presidente dos brasileiros”.
Metade, portanto, da antecedência desta.
Menos de um ano antes da eleição de 2006, em dezembro, Serra, que nem foi candidato, ficava à frente de Lula na preferência dos eleitores, segundo o Datafolha, numa simulação de segundo turno: 50% a 36% a favor do tucano.
São fatos, não opiniões, que revelam a falta de densidade de pesquisas assim.
Isso quando não chegam á impunidade com que algumas manipulam dados, como a que reproduzo aí em cima, divulgada pela revista Época, duas semanas antes do 2º turno das eleições do ano passado, num episódio que, até hoje, não trouxe nenhuma consequencia para os autores do estelionato estatístico.
Ao contrário o que se propaga, o que este levantamento atesta é que o prestígio de Lula no eleitorado continua extremamente forte, mesmo com toda a artilharia que se despeja obre o ex-presidente, porque ele – mesmo com o incrível peso que arrasta da imensa perda de popularidade do Governo Dilma, continua com um ponto de partida solidíssimo em um terço dos eleitores.
Outros 20% por cento dos eleitores, mesmo colocados diante de uma disputa de segundo turno, permanecem indecisos
É obvio que a situação de Lula já foi muito melhor.
Mas é um engano achar que Aécio Neves teria “disparado”.
Absolutamente, não: a pesquisa lhe atribui 48% dos votos totais numa simulação de 2º turno. Na eleição de outubro passado, seu percentual foi de 45,5%, que subiram a 48,3% dos votos em candidatos, com o expurgo dos brancos e nulos, que foram 6,%, não os 20 por cento que esta pesquisa registra. Assim, chegou-se ao resultado que lhe deu 48,3% dos votos.
O crescimento de Aécio foi, assim, de 2,5%, não apenas dentro da margem de erro da pesquisa como, em qualquer hipótese, pouco, muito pouco para aquele que deveria ser o beneficiário maior do profundo desgaste de Dilma.
Mas existe um outro fator a considerar: embora Lula esteja preso a compromissos de solidariedade a Dilma, o eleitor faz o “descolamento” da figura de Lula do quadro conjuntural do Governo.
O jogo sucessório começa, de fato, ano que vem, seja com a reorientação do Governo Dilma após um ano de arrocho e persistente paralisia política, com Lula ou, no caso da manutenção de políticas recessivas e da abulia política, sem ele.
Os tucanos, Aécio e Alckmin, sabem que este “resultado” eleitoral do Ibope é frágil e de pouco sentido.
Embora não fosse de todo mau que Aécio passasse a considerar a eleição e não o “tapetão judicial” o seu melhor caminho para o incontrolável sonho de menino mimado, o de ser Presidente do Brasil.
Ao menos sonharia sem fazer o Brasil se preocupar com pesadelos golpistas.
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