domingo, 12 de julho de 2015

PSDB já não esconde defesa do golpe

Por Mário Augusto Jakobskind, no jornal Brasil de Fato:

Em um regime democrático, faz parte do jogo político a existência da oposição. Mas, neste momento no Brasil, a oposição, capitaneada pelo PSDB, não segue esse preceito. Isso ficou claro nos discursos da convenção que reelegeu o senador Aécio Neves Cunha como presidente do partido.

Os diversos oradores, entre os quais o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso e o próprio Aécio Neves Cunha, pregaram o golpe abertamente.

O primeiro ao afirmar que o PSDB está pronto para assumir o governo, enquanto o candidato derrotado na última eleição presidencial comentava que a presidenta Dilma dificilmente completará o mandato de quatro anos para o qual foi eleita.

Ficou evidente que os dois discursos se complementavam. Aécio Neves Cunha, pregando o fim do governo, e FHC enfatizando que o PSDB está pronto e preparado para assumir o governo.

Aécio é Cunha

Vale assinalar que o presidente reeleito do PSDB omite deliberadamente o seu verdadeiro sobrenome, Cunha, que remete ao pai, Aécio Cunha. Ele foi deputado da Arena, o partido apoiador dos governos ditatoriais. Foi um dos defensores da derrubada do presidente João Goulart em abril de 1964, o que levou o Brasil a atravessar uma longa noite escura.

Coincidência ou não, no mesmo domingo da realização da convenção tucana, dois colunistas de O Globo, Élio Gaspari e Merval Pereira, pregavam também o fim do mandato da presidenta.

Gaspari, repetindo a fala de Aécio Neves Cunha na convenção do PSDB, questionava várias vezes se Dilma Rousseff completaria o mandato.

Já Pereira procurava convencer seus leitores que ela não vai resistir por muito tempo, pois, para o colunista, o governo chegou ao fim.

As demais mídias hegemônicas repetem diariamente agressões verbais contra o governo, inclusive multiplicando o grau da crise que assola o país e diversos outros em várias partes do mundo capitalista.

Defesa da legalidade

É mais do que provável que o PSDB e outros partidos de direita vão tentar intensificar a pregação golpista com o apoio da mídia conservadora.

Diante desse quadro, só resta aos setores verdadeiramente democráticos deixarem de lado eventuais divergências, secundárias nesta hora, e se unirem na defesa incondicional da legalidade. Uma unidade necessária para evitar o retrocesso que representaria mais uma vez a quebra da ordem constitucional.

2 comentários:

Jerryl disse...

Ora, mais um gato escondido com o rabo de fora. Querem uma coisa desde que não seja "GOLPE" mas não sabem o que seja. Então, ficam no lesco-lesco, num mi-mi-mi sem fim nem começo. Já se entregaram à crítica comum do brasileiro, porque são medíocres, têm um background vagabundo e afinal não sabem o que querem. O desgoverno por mais de vinte anos do Estado de São Paulo é um bom exemplo, até em termos históricos; do Paraná nem se fala; dos demais estados em que o maldito tucanato porventura impere não nos chega nada de exageradamente positivo, ai se chegasse! Enfim, essa é a herdade do FHCísmo, junto com o sucateamento da BR, venda da Vale e da desproporcional venda por vinténs da CSN (que por anos foi cabide de empregos e no dia seguinte a que foi vendida começou a dar lucro.) Logo se sabe o que querem esses pássaros do mal incríveis!

Anônimo disse...


... E A FARSA "continua fazendo água [imunda]"!

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Delegado da PF relata pressão de colegas em investigação no Paraná

AGUIRRE TALENTO
DE BRASÍLIA

12/07/2015 02h00

Um delegado da Polícia Federal que foi a Curitiba apurar vazamentos da Operação Lava Jato relatou ter sofrido pressão dos colegas do Paraná no trabalho e recomendou que a sindicância sobre a escuta na cela do doleiro Alberto Youssef fosse refeita.
O relato está em um despacho interno do delegado Mário Fanton de maio deste ano, no qual ele afirma ter presenciado "uma participação direta do DPF [delegado de Polícia Federal] Igor [Romário de Paula]" e de outra delegada "para quererem ter ciência e manipular as provas".
O caso da escuta na cela de Youssef voltou aos holofotes depois que dois policiais federais disseram à CPI da Petrobras, no último dia 2, que o equipamento foi instalado sem autorização judicial e captou conversas do doleiro.
As declarações contrariaram sindicância interna da PF do ano passado, que apontou que a escuta era inativa.
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DESCONFIANÇA
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FONTE: http://app.folha.uol.com.br/#noticia/572505