Por Leandro Fortes, no blog Diário do Centro do Mundo:
Em maio de 2013, a Procuradoria Geral da República apontou o ex-governador do Distrito Federal José Roberto Arruda e o ex-vice-governador Paulo Octavio como chefes da quadrilha no escândalo que ficou conhecido como “mensalão” do DEM.
A dupla e outros 37 acusados de envolvimento no esquema de corrupção e pagamentos de propinas foram pegos na Operação Caixa de Pandora, da Polícia Federal.
A subprocuradora-geral da República Raquel Elias Ferreira Dodge disse que a quadrilha agia a mando de Arruda e Paulo Octavio.
Os dois, segundo ela, “definiram a estratégia de dominação da máquina administrativa e seu uso para fins criminosos”.
Arruda foi cassado e Paulo Octavio, pressionado por quatro pedidos de impeachment, renunciou.
PO, como é conhecido em Brasília, voltou às atividades de investidor imobiliário, mas acabou preso, em 2014, suspeito de participação num esquema de corrupção de agentes públicos para a concessão de alvarás para empreendimentos imobiliários no Distrito Federal.
Foi solto, cinco dias depois, mas continua réu em sete processos, segundo o Tribunal de Justiça do DF.
Responde por organização criminosa, falsidade ideológica, corrupção ativa e corrupção passiva.
Pois bem, pelo segundo ano consecutivo, realizou-se, na capital federal, o Prêmio Paulo Octavio de Jornalismo.
Não vou entrar no mérito dos premiados, não li nenhuma das reportagens inscritas, nem quero fazer juízo de valor sobre a intenção de quem se inscreveu.
Mas vale uma reflexão de todos: não há nada de errado nisso?
Digamos que, de repente, surgisse o Prêmio Carlinhos Cachoeira de Jornalismo.
Não haveria nenhum constrangimento ético para jornalistas participarem de uma coisa dessas?
Agora, imaginem se José Dirceu decidisse criar um prêmio de jornalismo.
O que iria acontecer?
Eu respondo: jornais, revistas, tevês, rádios, sites e blogs que, alegremente, participaram do convescote de Paulo Octavio, não iriam permitir que seus profissionais se inscrevessem.
Iriam, no entanto, colocá-los no rastro de Dirceu para forçá-lo a responder a uma pergunta que ninguém fez a Paulo Octavio: como um acusado de comandar uma quadrilha pode pagar prêmios para jornalistas?
Qual a vantagem disso?
Entre os laureados do Prêmio Paulo Octavio de Jornalismo deste ano estão profissionais do portal UOL (do Grupo Folha), da BandNews, do Correio Braziliense e, acreditem, da Rádio Justiça, do Supremo Tribunal Federal.
Mas Paulo Octavio, vocês sabem, não é do PT.
Logo, ele não precisou dizer nada a respeito, até porque nada a respeito lhe foi perguntado.
A dupla e outros 37 acusados de envolvimento no esquema de corrupção e pagamentos de propinas foram pegos na Operação Caixa de Pandora, da Polícia Federal.
A subprocuradora-geral da República Raquel Elias Ferreira Dodge disse que a quadrilha agia a mando de Arruda e Paulo Octavio.
Os dois, segundo ela, “definiram a estratégia de dominação da máquina administrativa e seu uso para fins criminosos”.
Arruda foi cassado e Paulo Octavio, pressionado por quatro pedidos de impeachment, renunciou.
PO, como é conhecido em Brasília, voltou às atividades de investidor imobiliário, mas acabou preso, em 2014, suspeito de participação num esquema de corrupção de agentes públicos para a concessão de alvarás para empreendimentos imobiliários no Distrito Federal.
Foi solto, cinco dias depois, mas continua réu em sete processos, segundo o Tribunal de Justiça do DF.
Responde por organização criminosa, falsidade ideológica, corrupção ativa e corrupção passiva.
Pois bem, pelo segundo ano consecutivo, realizou-se, na capital federal, o Prêmio Paulo Octavio de Jornalismo.
Não vou entrar no mérito dos premiados, não li nenhuma das reportagens inscritas, nem quero fazer juízo de valor sobre a intenção de quem se inscreveu.
Mas vale uma reflexão de todos: não há nada de errado nisso?
Digamos que, de repente, surgisse o Prêmio Carlinhos Cachoeira de Jornalismo.
Não haveria nenhum constrangimento ético para jornalistas participarem de uma coisa dessas?
Agora, imaginem se José Dirceu decidisse criar um prêmio de jornalismo.
O que iria acontecer?
Eu respondo: jornais, revistas, tevês, rádios, sites e blogs que, alegremente, participaram do convescote de Paulo Octavio, não iriam permitir que seus profissionais se inscrevessem.
Iriam, no entanto, colocá-los no rastro de Dirceu para forçá-lo a responder a uma pergunta que ninguém fez a Paulo Octavio: como um acusado de comandar uma quadrilha pode pagar prêmios para jornalistas?
Qual a vantagem disso?
Entre os laureados do Prêmio Paulo Octavio de Jornalismo deste ano estão profissionais do portal UOL (do Grupo Folha), da BandNews, do Correio Braziliense e, acreditem, da Rádio Justiça, do Supremo Tribunal Federal.
Mas Paulo Octavio, vocês sabem, não é do PT.
Logo, ele não precisou dizer nada a respeito, até porque nada a respeito lhe foi perguntado.
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