Por Joaquín Piñero, no jornal Brasil de Fato:
A história nos ensina que sempre quando os ricos sentem seus interesses ameaçados, se articulam com seus representantes em todos os espaços de poder, criam uma situação de desestabilização política e o passo seguinte é a derrubada do poder constituído.
A mais recente manobra desse tipo foi o golpe militar de 1964. Naquele momento, o Brasil vivia sob um clima de pressão social para que houvesse mudanças na economia e na política a fim de favorecer a maioria da população excluída de seus mais básicos direitos.
O então presidente João Goulart anunciou as Reformas de Base, que reunia um conjunto de iniciativas, como as reformas bancária, fiscal, administrativa, universitária, urbana e agrária. Essas reformas atingiam diretamente uma pequena classe rica, mas muito poderosa. A reforma agrária, por exemplo, visava eliminar os conflitos pela posse da terra e garantiria o acesso à terra a milhões de trabalhadores rurais, o que contrariava os interesses dos fazendeiros endinheirados.
O desfecho disso tudo foi o golpe em 1º de abril de 1964. Derrubaram o presidente João Goulart, democraticamente eleito, e nenhuma das reformas anunciadas foi adiante, os problemas sociais se mantiveram e os ricos ficaram mais ricos.
Golpe não é saída
Atualmente vivemos uma situação semelhante àquela que antecedeu o golpe de 1964. O país está envolvido em uma crise econômica, social e política. E é cada vez mais comum ouvir dos representantes dos ricos que a saída é o golpe.
Ocorre que os lugares onde se estão armando essa estratégia estão mais sujos do que “pau de galinheiro”. O primeiro deles é o TCU (Tribunal de Contas da União), onde denúncias de corrupção envolvem seus ministros. O outro é a Câmara dos Deputados, também com seu presidente Eduardo Cunha enlameado até os cabelos com acusações de corrupção. E, por último, o Senado do presidente Renan Calheiros, sobre quem pesam as mesmas denúncias.
Crise é dos ricos
Enfim, esse é o cenário que estamos vendo se formar em nosso país. Esperamos que os próximos atos da presidenta Dilma sinalizem com ventos positivos de mudanças substanciais para a classe trabalhadora e não medidas que jogam mais água no moinho dos golpistas. Seguramente o que a grande maioria não quer é que sejam quebrados os pilares da democracia duramente conquistados, muito menos pagar por uma crise onde só os ricos ganham.
* Joaquín Piñero é da coordenação nacional do MST.
A mais recente manobra desse tipo foi o golpe militar de 1964. Naquele momento, o Brasil vivia sob um clima de pressão social para que houvesse mudanças na economia e na política a fim de favorecer a maioria da população excluída de seus mais básicos direitos.
O então presidente João Goulart anunciou as Reformas de Base, que reunia um conjunto de iniciativas, como as reformas bancária, fiscal, administrativa, universitária, urbana e agrária. Essas reformas atingiam diretamente uma pequena classe rica, mas muito poderosa. A reforma agrária, por exemplo, visava eliminar os conflitos pela posse da terra e garantiria o acesso à terra a milhões de trabalhadores rurais, o que contrariava os interesses dos fazendeiros endinheirados.
O desfecho disso tudo foi o golpe em 1º de abril de 1964. Derrubaram o presidente João Goulart, democraticamente eleito, e nenhuma das reformas anunciadas foi adiante, os problemas sociais se mantiveram e os ricos ficaram mais ricos.
Golpe não é saída
Atualmente vivemos uma situação semelhante àquela que antecedeu o golpe de 1964. O país está envolvido em uma crise econômica, social e política. E é cada vez mais comum ouvir dos representantes dos ricos que a saída é o golpe.
Ocorre que os lugares onde se estão armando essa estratégia estão mais sujos do que “pau de galinheiro”. O primeiro deles é o TCU (Tribunal de Contas da União), onde denúncias de corrupção envolvem seus ministros. O outro é a Câmara dos Deputados, também com seu presidente Eduardo Cunha enlameado até os cabelos com acusações de corrupção. E, por último, o Senado do presidente Renan Calheiros, sobre quem pesam as mesmas denúncias.
Crise é dos ricos
Enfim, esse é o cenário que estamos vendo se formar em nosso país. Esperamos que os próximos atos da presidenta Dilma sinalizem com ventos positivos de mudanças substanciais para a classe trabalhadora e não medidas que jogam mais água no moinho dos golpistas. Seguramente o que a grande maioria não quer é que sejam quebrados os pilares da democracia duramente conquistados, muito menos pagar por uma crise onde só os ricos ganham.
* Joaquín Piñero é da coordenação nacional do MST.
1 comentários:
Análise sucinta e perfeita sobre a reação dos ricos quando se vêm ameaçados a perder o que depenaram do povo feita por Joaquín Piñero. A história do mundo e a do Brasil em particular, nos mostra exatamente isto. Em 1964, eu com 19 anos, vi esta desfaçatez golpista acontecer, mas era um ingênuo abestalhado e não me dei conta do mal que faziam à nação. O tempo passou e eu aprendi. Hoje, já na velhice com os meus 71 anos, fico vendo que nada mudou. As classes poderosas continuam a tentar de tudo para não perderem nada em favor dos menos ou nada privilegiados. E, infelizmente, estes menos ou nada privilegiados, têm a cabeça idiotizada pelos meios de comunicação e aceitam de mão beijada o que os poderosos lhes impingem. Um dia, talvez, quando não tiverem mais nada a perder, quem sabe tentarão alguma coisa em seu favor! O tempo, somente o tempo, nos dirá.
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