A oposição e alguns segmentos conservadores comemoram o sucesso do Pixuleco, boneco inflável que representa o ex-presidente Lula como presidiário. Nada mais simbólico. O boneco ocupa o vazio de quadros políticos da oposição capazes de conquistar os corações conservadores. Nem o Aécio de papelão animava. Revestido de preconceitos e pré-julgamentos, ao lado das faixas pedindo a volta da ditadura, blogs que incitam a violência contra a presidenta, defesa de golpes, impeachment, o boneco acabou por compor melhor a imagem desta sinfonia desafinada.
Nas paradas do último dia 7 de setembro, tudo murchou. Até o boneco! Muito significativo, considerando que para além do discurso de intolerância, de ódio e criminalização do Lula, sem qualquer prova ou acusação, a oposição até o momento não apresentou ao país um programa, sequer uma boa ideia para o Brasil. O Pixuleco, assim, é sua melhor expressão, síntese de uma oposição ao governo Dilma, ao Lula e ao PT, pouco mais significativa que um boneco de vento mal enjambrado, pior remendado. Em tempos de indignação seletiva contra a corrupção, de delatores e presos de uma única operação em andamento, de criminalização de apenas um partido, de silêncio e procrastinação de investigações como Zelotes, Trensalão tucano, Mensalão mineiro, nada mais natural que ficar a sombra de um boneco. Receio que seja, na verdade, uma versão brasileira do “Cavalo de Tróia”.
Enquanto a sociedade busca saídas para a crise, empresários se mobilizam, movimentos sociais defendem seus direitos, o governo debate alternativas, a oposição tem como principal agenda política amplificar discursos de ódio, promover o terrorismo econômico, rebaixar a autoestima dos brasileiros e conspirar por um golpe institucional, com ações no Congresso e no TSE.
Deixa escapar um detalhe: o que pretende colocar no lugar, com que programa? Parece que isto não importa muito aos seus principais interlocutores, ficará para um segundo momento, caso consigam levar a cabo sua tentativa de derrubar uma presidenta legitimamente eleita antes de completar o primeiro ano do seu mandato. Não há nada dentro do boneco, como não há nas panelas de uma elite que se mobiliza por um ódio ideológico irracional.
No entanto, a sociedade deve estar atenta. Não nos deixemos enganar por certa desorganização programática da oposição e dos representantes do reacionarismo nacional, estes tratam de fazer emergir, na esteira da crise e da instabilidade da base do governo, planos antes inconfessos, subterrâneos. Terceirização do trabalho nas atividades fins, redução da maioridade penal, financiamento empresarial para partidos, rejeição da criação de conselhos participativos, criminalização da política, são bons exemplos do avanço de uma agenda conservadora no país. Entre bonecos, retrocessos legislativos e golpismos, o melhor para o Brasil é seguir pelos caminhos da democracia.
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