Por Altamiro Borges
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A mídia privada sempre detestou a luta dos trabalhadores. Até por uma questão lógica. Os patrões da imprensa não vão estimular os seus explorados a brigarem por direitos. Daí a sua linha editorial de invisibilizar os movimentos sociais - o que não sai no 'Jornal Nacional' não existe, costumam afirmar os comunicólogos - e de criminalizar as suas ações. Neste 7 de setembro, Dia da Independência, este padrão de manipulação ficou novamente exposto. O "Pixuleko" - o boneco inflável do ex-presidente Lula com roupa de presidiário, fabricado com recursos obscuros de grupelhos fascistas - virou capa de jornais e foi destaque nos telejornais. Já o Grito dos Excluídos, que pela vigésima primeira vez levou milhares de lutadores sociais às ruas de todo o Brasil, foi totalmente invisibilizado na mídia privada.
Em editorial nesta terça-feira (8), a Folha tucana chegou a declarar seu amor pela obra da direita. "O Pixuleko, boneco inflável que representa o ex-presidente Lula (PT) em trajes de presidiário, vai-se provando um sucesso... Mesmo que nada esteja provado contra Lula, [ele] sintetiza a ojeriza que seu partido desperta em camadas crescentes da sociedade. A oposição, não por mérito das agremiações políticas, arrumou um símbolo anti-PT. Falta ainda um programa de governo". Na mesma edição, o jornalão da famiglia Frias, que apoiou o golpe militar e as torturas e assassinatos da ditadura, dedica apenas três linhas para os protestos do Grito dos Excluídos.
Já a TV Globo exibiu várias vezes o tal "Pixuleko" - apesar do fiasco da sua presença no ato do 7 de Setembro em Brasília. O protesto dos grupelhos que rosnam pelo impeachment de Dilma e pela volta dos militares ao poder ficou bem abaixo das expectativas e o boneco inflável, de 15 metros de altura, não resistiu ao vento e rasgou. A cena virou motivo de piada na internet. Só faltou Merval Pereira, o "imortal" de estimação da famiglia Marinho, acusar São Pedro de "petralha". Nos últimos dias, ele tem obrado vários textos para enaltecer o "Pixuleko". O excitado golpista deve até ter comprado uma miniatura do boneco, vendida por R$ 10,00 na Esplanada dos Ministérios.
Quem desejou acompanhar as manifestações do Grito dos Excluídos - que neste ano teve como tema "Que país é este que mata gente, que a mídia mente e nos consome?" - precisou acessar as páginas alternativas na internet. O site do jornal Brasil de Fato fez um bom apanhado, que reproduzo abaixo:
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"Da senzala contra os senhores", Grito dos Excluídos acontece em todo o Brasil
Por Bruno Pavan, Camilla Hoshino, Íris Pacheco, Rafael Soriano e Catiana Medeiros
De São Paulo, Curitiba, Brasília, Maceió e Porto Alegre
Neste feriado de 7 de setembro, 'Dia da Independência', milhares de pessoas saíram às ruas em todo o Brasil para mais uma edição do Grito dos Excluídos, que tem como lema 'Que país é este que mata gente, que a mídia mente e nos consome?'. "Esse é um 'grito da senzala' contra os senhores do poder e da concentração de renda. Nós gritamos pela democracia, contra o golpe, por uma outra política econômica, pelos direitos sociais, é um grito das pessoas excluídas", afirmou o coordenador da Central dos Movimentos Populares (CMP), Raimundo Bonfim.
“Essa não é uma data de comemoração, mas de protesto, uma data em defesa dos direitos, da democracia e dos trabalhadores e trabalhadoras. Estamos na luta do povo mais pobre, do povo que sempre trabalha e que é excluído desse país, estamos na luta para resolver os problemas desse povo”, declarou Gilberto Cervinski, do Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB).
Diversas organizações do Brasil convocaram o Grito dos Excluídos deste ano, entre elas, pastorais sociais, a CMP, Movimentos dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), Central Única dos Trabalhadores (CUT), Levante Popular da Juventude, União Nacional dos Estudantes (UNE), entre outras.
São Paulo
Na capital paulista, de acordo com a organização do protesto, mais de 10 mil pessoas marcharam da Avenida Paulista até o Parque do Ibirapuera, onde encerraram o protesto no Monumento às Bandeiras. Na pauta estava o posicionamento contrário às medidas e atitudes do presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB), e contra os ajustes fiscais promovidos pelo ministro da Fazenda Joaquim Levy.
“Hoje saímos às ruas para denunciar o não cumprimento dos direitos e porque nós não queremos o Cunha ou o Levy comandando o nosso país. Nós não podemos retroceder nos direitos que conquistamos, queremos manter as nossas conquistas para dar um futuro melhor para os nossos filhos”, disse Maria das Graças Xavier, da União Nacional de Moradia Popular (UNMP).
Membro do Movimento Nacional da População em Situação de Rua, Anderson Lopes Miranda homenageou Francisco Erasmo Rodrigues de Lima, conhecido como Gaguinho, morto na última sexta-feira (4) ao salvar uma mulher de um sequestro no Centro de São Paulo. “Viemos lembrar do nosso companheiro Gaguinho, Francisco, que tombou na Praça da Sé por defender uma companheira, pela vida. O movimento vai fazer um ato na sexta-feira (11) em prol do Francisco, para dizer que existe vida na rua e a gente luta pela vida da população de rua.”
O ato na Praça da Sé, no centro da capital paulista, reuniu movimentos populares, pastorais sociais e centrais sindicais, que também lembraram da morte do morador de rua Francisco de Lima. Na manifestação, os presentes promoveram um abraço à Catedral da Sé, em memória das mortes ocorridas na sua escadaria. Na ação, o padre Júlio Lancelloti, da Pastoral de Rua, afirmou: "não há herói e nem bandido. Os dois são vítimas do mesmo sistema”.
Paraná
O Grito dos Excluídos em Curitiba (PR) reuniu cerca de 200 pessoas na Igreja Nossa Senhora do Rosário do Belém, no bairro Centenário. O ato seguiu até a Vila São Domingos, onde mais de 800 famílias lutam pela regularização de suas moradias e contra o despejo que podem sofrer.
O integrante da Pastoral de Juventude de Curitiba e da Cáritas Brasileira, Leôncio Santiago, apresentou outra pauta levantada no ato: “chega de violência e extermínio da juventude, principalmente de negros e das periferias. A gente traz esse grito denunciando que a juventude está morrendo e precisa de políticas públicas efetivas que garantam seus direitos”.
Sobre o tema da comunicação, Lizely Borges, da Frente Paranaense pelo direito à Comunicação e Liberdade de Expressão, denunciou “a ausência da participação do povo nos meios de comunicação hegemônicos. Estamos aqui para fazer a defesa de uma comunicação mais plural, diversificada, que traga as mensagens do povo. Que o povo também construa sua própria mídia.”
Brasília
No Distrito Federal, movimentos sociais, sindicatos e demais coletivos se articularam para a realização da manifestação do Grito dos Excluídos, que iniciou às 8h, na Catedral Metropolitana, no Plano Piloto de Brasília.
Por Bruno Pavan, Camilla Hoshino, Íris Pacheco, Rafael Soriano e Catiana Medeiros
De São Paulo, Curitiba, Brasília, Maceió e Porto Alegre
Neste feriado de 7 de setembro, 'Dia da Independência', milhares de pessoas saíram às ruas em todo o Brasil para mais uma edição do Grito dos Excluídos, que tem como lema 'Que país é este que mata gente, que a mídia mente e nos consome?'. "Esse é um 'grito da senzala' contra os senhores do poder e da concentração de renda. Nós gritamos pela democracia, contra o golpe, por uma outra política econômica, pelos direitos sociais, é um grito das pessoas excluídas", afirmou o coordenador da Central dos Movimentos Populares (CMP), Raimundo Bonfim.
“Essa não é uma data de comemoração, mas de protesto, uma data em defesa dos direitos, da democracia e dos trabalhadores e trabalhadoras. Estamos na luta do povo mais pobre, do povo que sempre trabalha e que é excluído desse país, estamos na luta para resolver os problemas desse povo”, declarou Gilberto Cervinski, do Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB).
Diversas organizações do Brasil convocaram o Grito dos Excluídos deste ano, entre elas, pastorais sociais, a CMP, Movimentos dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), Central Única dos Trabalhadores (CUT), Levante Popular da Juventude, União Nacional dos Estudantes (UNE), entre outras.
São Paulo
Na capital paulista, de acordo com a organização do protesto, mais de 10 mil pessoas marcharam da Avenida Paulista até o Parque do Ibirapuera, onde encerraram o protesto no Monumento às Bandeiras. Na pauta estava o posicionamento contrário às medidas e atitudes do presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB), e contra os ajustes fiscais promovidos pelo ministro da Fazenda Joaquim Levy.
“Hoje saímos às ruas para denunciar o não cumprimento dos direitos e porque nós não queremos o Cunha ou o Levy comandando o nosso país. Nós não podemos retroceder nos direitos que conquistamos, queremos manter as nossas conquistas para dar um futuro melhor para os nossos filhos”, disse Maria das Graças Xavier, da União Nacional de Moradia Popular (UNMP).
Membro do Movimento Nacional da População em Situação de Rua, Anderson Lopes Miranda homenageou Francisco Erasmo Rodrigues de Lima, conhecido como Gaguinho, morto na última sexta-feira (4) ao salvar uma mulher de um sequestro no Centro de São Paulo. “Viemos lembrar do nosso companheiro Gaguinho, Francisco, que tombou na Praça da Sé por defender uma companheira, pela vida. O movimento vai fazer um ato na sexta-feira (11) em prol do Francisco, para dizer que existe vida na rua e a gente luta pela vida da população de rua.”
O ato na Praça da Sé, no centro da capital paulista, reuniu movimentos populares, pastorais sociais e centrais sindicais, que também lembraram da morte do morador de rua Francisco de Lima. Na manifestação, os presentes promoveram um abraço à Catedral da Sé, em memória das mortes ocorridas na sua escadaria. Na ação, o padre Júlio Lancelloti, da Pastoral de Rua, afirmou: "não há herói e nem bandido. Os dois são vítimas do mesmo sistema”.
Paraná
O Grito dos Excluídos em Curitiba (PR) reuniu cerca de 200 pessoas na Igreja Nossa Senhora do Rosário do Belém, no bairro Centenário. O ato seguiu até a Vila São Domingos, onde mais de 800 famílias lutam pela regularização de suas moradias e contra o despejo que podem sofrer.
O integrante da Pastoral de Juventude de Curitiba e da Cáritas Brasileira, Leôncio Santiago, apresentou outra pauta levantada no ato: “chega de violência e extermínio da juventude, principalmente de negros e das periferias. A gente traz esse grito denunciando que a juventude está morrendo e precisa de políticas públicas efetivas que garantam seus direitos”.
Sobre o tema da comunicação, Lizely Borges, da Frente Paranaense pelo direito à Comunicação e Liberdade de Expressão, denunciou “a ausência da participação do povo nos meios de comunicação hegemônicos. Estamos aqui para fazer a defesa de uma comunicação mais plural, diversificada, que traga as mensagens do povo. Que o povo também construa sua própria mídia.”
Brasília
No Distrito Federal, movimentos sociais, sindicatos e demais coletivos se articularam para a realização da manifestação do Grito dos Excluídos, que iniciou às 8h, na Catedral Metropolitana, no Plano Piloto de Brasília.
“O objetivo é expor e colocar em debate os reais problemas que afetam o povo. Então, diante dessa crise política, econômica, social e ambiental que a gente vive, movimentos sociais, coletivos e sindicatos estão organizados e mobilizados para dar uma resposta propositiva para essa crise, no sentido de melhorar a vida do povo e dar voz aos excluídos e excluídas”, ressaltou Fábio Miranda, membro da coordenação do ato na capital federal.
Entre as organizações que participaram da articulação do protesto no Distrito Federal estão a Cáritas Brasileira, CUT, Família Hip Hop, Consulta Popular, Mídia Ninja, Levante Popular da Juventude, MST e União Nacional dos Estudantes (UNE).
Rio Grande do Sul
Em Porto Alegre (RS), cerca de 250 pessoas participaram do 21o Grito dos Excluídos. A concentração iniciou por volta das 9h, na Rótula das Cuias, seguida de caminhada até a Usina do Gasômetro, no Centro Histórico. De acordo com as entidades sindicais e as pastorais que organizaram a mobilização, o objetivo foi chamar a atenção para o poder dos meios de comunicação na manipulação da sociedade.
"Queremos empoderar o clamor dos pobres, dos excluídos e daqueles que de alguma forma são injustiçados por esse sistema explorador. Além de denunciar esse modelo de desenvolvimento que existe no país, a criminalização dos movimentos sociais e a mídia que manipula e é parcial" explica Waldir Bohn Gass, da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB).
Entres os participantes estavam militantes do MST, CMP, Movimento Nacional de Luta por Moradia (MNLM), Movimento de Trabalhadores por Direitos (MTD) e Levante Popular da Juventude.
Alagoas
Mais de 500 militantes de movimentos sociais, pastorais, entidades e partidos marcharam em Maceió (AL), no 21º Grito dos Excluídos, seguindo o desfile oficial de 7 de setembro. Ao final do ato, o governador Renan Filho (PMDB) foi ao meio do povo ouvir as reivindicações de ampliação de direitos, de abertura de negociações com os professores grevistas e de paz nas favelas e justiça ao Caso Davi, jovem morto há 1 ano por policiais.
Mais cidades
Em Recife, capital de Pernambuco, representantes de 50 entidades participaram pela manhã do tradicional movimento Grito dos Excluídos. A concentração teve início por volta das 9h, na Praça Oswaldo Cruz, bairro da Boa Vista. De lá, os manifestantes seguiram em passeata pela Avenida Conde da Boa Vista até a Praça do Carmo, onde um ato público aconteceu a partir das 13h.
O Grito dos Excluídos em Salvador (BA) contou com 20 mil pessoas de movimentos sociais, sindicatos e demais coletivos em um ato na Praça do Campo Grande, de acordo com os organizadores. Os militantes denunciaram o genocídio da população jovem e negra, pediram atenção especial à economia solidária e ao quilombo Rio dos Macacos, comunidade quilombola que há décadas luta pela regularização do seu território.
Em Belo Horizonte (MG), o protesto contou com cerca de 600 pessoas, de acordo com a organização. A concentração para a caminhada aconteceu na praça Raul Soares, de lá seguiram até a praça Sete, no centro da capital.
No ato em Fortaleza (CE), faixas do Coletivo de Comunicação Intervozes afirmavam: “A nossa dor não é espetáculo! Estamos nas ruas pelo fim das violações de direitos na mídia”.
Movimentos sociais saíram em passeata pela Avenida Presidente Vargas no centro da cidade do Rio de Janeiro (RJ). A concentração começou às 9h na Rua Uruguaiana e a caminhada seguiu até a estátua de Zumbi dos Palmares. A manifestação contou com a participação de movimentos feministas, negros, indígena, de juventude, por moradia, educação, comunicação popular, sindicalistas e partidos de esquerda.
Marchando pelas principais ruas e avenidas do Recife (PE), cerca de 3.500 pessoas protestaram em defesa da democracia, da ética na mídia, por melhorias e mais investimentos Sistema Único de Saúde (SUS), por uma educação de qualidade, reforma agrária, demarcação de terras indígenas e o direito à cidade. Também foi pedido o afastamento imediato do deputado federal Eduardo Cunha, atual presidente da Câmara dos Deputados. Construíram o ato movimentos populares, pastorais sociais da Igreja Católica, Igrejas Anglicana e Batista do Coqueiral, sindicatos, grupos de jovens, mulheres e indígenas.
História
O 1º Grito dos Excluídos foi realizado em setembro de 1995. De acordo com os organizadores, “a proposta do Grito surgiu da esperança e do espírito profético dos cristãos que, aliados aos movimentos sociais, buscaram continuar pautando a reflexão proposta pela 2ª Semana Social Brasileira dos anos de 1993 e 1994 e Campanha da Fraternidade do ano de 1995, cujo tema era 'Fraternidade e Exclusão'. Assim, nestes 21 anos de história, o Grito vem se desenvolvendo como um processo de compromisso coletivo”.
A manifestação popular tem como objetivo chamar a atenção dos brasileiros e brasileiras sobre a exclusão social e acontece anualmente no dia 7 de setembro. Em 1999 o Grito estendeu-se para as Américas, e conta com mobilizações em diversos países.
Entre as organizações que participaram da articulação do protesto no Distrito Federal estão a Cáritas Brasileira, CUT, Família Hip Hop, Consulta Popular, Mídia Ninja, Levante Popular da Juventude, MST e União Nacional dos Estudantes (UNE).
Rio Grande do Sul
Em Porto Alegre (RS), cerca de 250 pessoas participaram do 21o Grito dos Excluídos. A concentração iniciou por volta das 9h, na Rótula das Cuias, seguida de caminhada até a Usina do Gasômetro, no Centro Histórico. De acordo com as entidades sindicais e as pastorais que organizaram a mobilização, o objetivo foi chamar a atenção para o poder dos meios de comunicação na manipulação da sociedade.
"Queremos empoderar o clamor dos pobres, dos excluídos e daqueles que de alguma forma são injustiçados por esse sistema explorador. Além de denunciar esse modelo de desenvolvimento que existe no país, a criminalização dos movimentos sociais e a mídia que manipula e é parcial" explica Waldir Bohn Gass, da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB).
Entres os participantes estavam militantes do MST, CMP, Movimento Nacional de Luta por Moradia (MNLM), Movimento de Trabalhadores por Direitos (MTD) e Levante Popular da Juventude.
Alagoas
Mais de 500 militantes de movimentos sociais, pastorais, entidades e partidos marcharam em Maceió (AL), no 21º Grito dos Excluídos, seguindo o desfile oficial de 7 de setembro. Ao final do ato, o governador Renan Filho (PMDB) foi ao meio do povo ouvir as reivindicações de ampliação de direitos, de abertura de negociações com os professores grevistas e de paz nas favelas e justiça ao Caso Davi, jovem morto há 1 ano por policiais.
Mais cidades
Em Recife, capital de Pernambuco, representantes de 50 entidades participaram pela manhã do tradicional movimento Grito dos Excluídos. A concentração teve início por volta das 9h, na Praça Oswaldo Cruz, bairro da Boa Vista. De lá, os manifestantes seguiram em passeata pela Avenida Conde da Boa Vista até a Praça do Carmo, onde um ato público aconteceu a partir das 13h.
O Grito dos Excluídos em Salvador (BA) contou com 20 mil pessoas de movimentos sociais, sindicatos e demais coletivos em um ato na Praça do Campo Grande, de acordo com os organizadores. Os militantes denunciaram o genocídio da população jovem e negra, pediram atenção especial à economia solidária e ao quilombo Rio dos Macacos, comunidade quilombola que há décadas luta pela regularização do seu território.
Em Belo Horizonte (MG), o protesto contou com cerca de 600 pessoas, de acordo com a organização. A concentração para a caminhada aconteceu na praça Raul Soares, de lá seguiram até a praça Sete, no centro da capital.
No ato em Fortaleza (CE), faixas do Coletivo de Comunicação Intervozes afirmavam: “A nossa dor não é espetáculo! Estamos nas ruas pelo fim das violações de direitos na mídia”.
Movimentos sociais saíram em passeata pela Avenida Presidente Vargas no centro da cidade do Rio de Janeiro (RJ). A concentração começou às 9h na Rua Uruguaiana e a caminhada seguiu até a estátua de Zumbi dos Palmares. A manifestação contou com a participação de movimentos feministas, negros, indígena, de juventude, por moradia, educação, comunicação popular, sindicalistas e partidos de esquerda.
Marchando pelas principais ruas e avenidas do Recife (PE), cerca de 3.500 pessoas protestaram em defesa da democracia, da ética na mídia, por melhorias e mais investimentos Sistema Único de Saúde (SUS), por uma educação de qualidade, reforma agrária, demarcação de terras indígenas e o direito à cidade. Também foi pedido o afastamento imediato do deputado federal Eduardo Cunha, atual presidente da Câmara dos Deputados. Construíram o ato movimentos populares, pastorais sociais da Igreja Católica, Igrejas Anglicana e Batista do Coqueiral, sindicatos, grupos de jovens, mulheres e indígenas.
História
O 1º Grito dos Excluídos foi realizado em setembro de 1995. De acordo com os organizadores, “a proposta do Grito surgiu da esperança e do espírito profético dos cristãos que, aliados aos movimentos sociais, buscaram continuar pautando a reflexão proposta pela 2ª Semana Social Brasileira dos anos de 1993 e 1994 e Campanha da Fraternidade do ano de 1995, cujo tema era 'Fraternidade e Exclusão'. Assim, nestes 21 anos de história, o Grito vem se desenvolvendo como um processo de compromisso coletivo”.
A manifestação popular tem como objetivo chamar a atenção dos brasileiros e brasileiras sobre a exclusão social e acontece anualmente no dia 7 de setembro. Em 1999 o Grito estendeu-se para as Américas, e conta com mobilizações em diversos países.
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