Por José Coutinho Júnior e Victor Tineo, no jornal Brasil de Fato:
Atual presidente da torcida organizada Gaviões da Fiel, Rodrigo Fonseca, o Diguinho, disse que os protestos realizados na última semana nos jogos contra o Capivariano (11) e no clássico paulista contra o São Paulo (14), representam a luta contra o elitismo no futebol e, ao mesmo tempo, resgata a história da torcida.
Nos dois jogos, a torcida corinthiana estendeu faixas criticando a Confederação Brasileira de Futebol (CBF), a Federação Paulista de Futebol (FPF), a Rede Globo de Televisão e o Governo de São Paulo, além do promotor, deputado e presidente da Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp), Fernando Capez (PSDB), investigado no caso do escândalo da merenda no Estado.
“CBF, FPF, Rede Globo, Diretoria do Corinthians e os tais promotores, todos eles trabalham em conjunto para fazer do futebol um espetáculo de elite”, declarou o presidente.
Diguinho também alerta que a elitização do futebol é contrária à formação do clube, fundado por operários e trabalhadores braçais. “Não podemos assistir omissos ao processo de elitização que o futebol, não apenas do Corinthians, está passando faz anos tornando a arquibancada um lugar mais branco e rico do que outrora”, completou o presidente.
Sociólogo e corintiano, Sandro Barbosa, analisa que a crítica da Gaviões é contra o futebol moderno e, junto a isso, traz o peso de uma crítica social. “É um posicionamento contra esse futebol que elitiza, exclui os mais pobres e também batendo na CBF, Globo, PSDB, que é o partido responsável pela PM”, disse. “Além disso, o Capez foi um promotor que mais perseguiu as torcidas e agora está envolvido no escândalo da merenda.”, apontou.
Globo e ingressos
O valor do ingresso é uma das críticas que a Gaviões faz. O estádio do Corinthians, o Itaquerão, é um consórcio entre o Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), a construtora Odebretch e o clube.
“Esse consórcio determina o preço dos ingressos, então o time não tem muita agência nisso”, explica o sociólogo Sandro Barbosa, “O Itaquerão tem um espaço menor para as classes populares (setor norte e sul), todos os outros são para classes mais altas”, completou.
Sobre a Rede Globo, ele alerta que quando a cobertura futebolística foca na violência de torcidas afeta o público, que por segurança, assistem de casa aos jogos. “Surgem a partir daí os canais pagos, que são da Globo. O tipo de torcedor que eles querem é um mero consumidor nos estádios”, analisou.
Com esse monopólio sobre o esporte, o horário dos jogos fica prejudicado. Durante a semana eles começam após a última novela da emissora - às 22h - e terminam cerca de meia noite.
História
A Gaviões da Fiel foi fundada em 1969, quando o então presidente do Corinthians, Wadih Helu, era ligado ao regime da ditadura militar. Com fama de ditador, o presidente pagava pessoas para caçarem "os gaviões". Durante seu mandato, o time não ganhou nenhum título expressivo e ficou conhecido como a época do “Faz-me rir”.
Em 1971 o presidente saiu do poder e passou o cargo ao opositor, Vicente Matheus. A Gaviões da Fiel, desde então, monitorou e fiscalizou de perto as atuações do clube, desde assuntos econômicos e integração entre torcedores, até à luta pela redemocratização do país.
Atual presidente da torcida organizada Gaviões da Fiel, Rodrigo Fonseca, o Diguinho, disse que os protestos realizados na última semana nos jogos contra o Capivariano (11) e no clássico paulista contra o São Paulo (14), representam a luta contra o elitismo no futebol e, ao mesmo tempo, resgata a história da torcida.
Nos dois jogos, a torcida corinthiana estendeu faixas criticando a Confederação Brasileira de Futebol (CBF), a Federação Paulista de Futebol (FPF), a Rede Globo de Televisão e o Governo de São Paulo, além do promotor, deputado e presidente da Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp), Fernando Capez (PSDB), investigado no caso do escândalo da merenda no Estado.
“CBF, FPF, Rede Globo, Diretoria do Corinthians e os tais promotores, todos eles trabalham em conjunto para fazer do futebol um espetáculo de elite”, declarou o presidente.
Diguinho também alerta que a elitização do futebol é contrária à formação do clube, fundado por operários e trabalhadores braçais. “Não podemos assistir omissos ao processo de elitização que o futebol, não apenas do Corinthians, está passando faz anos tornando a arquibancada um lugar mais branco e rico do que outrora”, completou o presidente.
Sociólogo e corintiano, Sandro Barbosa, analisa que a crítica da Gaviões é contra o futebol moderno e, junto a isso, traz o peso de uma crítica social. “É um posicionamento contra esse futebol que elitiza, exclui os mais pobres e também batendo na CBF, Globo, PSDB, que é o partido responsável pela PM”, disse. “Além disso, o Capez foi um promotor que mais perseguiu as torcidas e agora está envolvido no escândalo da merenda.”, apontou.
Globo e ingressos
O valor do ingresso é uma das críticas que a Gaviões faz. O estádio do Corinthians, o Itaquerão, é um consórcio entre o Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), a construtora Odebretch e o clube.
“Esse consórcio determina o preço dos ingressos, então o time não tem muita agência nisso”, explica o sociólogo Sandro Barbosa, “O Itaquerão tem um espaço menor para as classes populares (setor norte e sul), todos os outros são para classes mais altas”, completou.
Sobre a Rede Globo, ele alerta que quando a cobertura futebolística foca na violência de torcidas afeta o público, que por segurança, assistem de casa aos jogos. “Surgem a partir daí os canais pagos, que são da Globo. O tipo de torcedor que eles querem é um mero consumidor nos estádios”, analisou.
Com esse monopólio sobre o esporte, o horário dos jogos fica prejudicado. Durante a semana eles começam após a última novela da emissora - às 22h - e terminam cerca de meia noite.
História
A Gaviões da Fiel foi fundada em 1969, quando o então presidente do Corinthians, Wadih Helu, era ligado ao regime da ditadura militar. Com fama de ditador, o presidente pagava pessoas para caçarem "os gaviões". Durante seu mandato, o time não ganhou nenhum título expressivo e ficou conhecido como a época do “Faz-me rir”.
Em 1971 o presidente saiu do poder e passou o cargo ao opositor, Vicente Matheus. A Gaviões da Fiel, desde então, monitorou e fiscalizou de perto as atuações do clube, desde assuntos econômicos e integração entre torcedores, até à luta pela redemocratização do país.
2 comentários:
Aí presidente
Defenda a igualdade do que gannham os clubes da rede globo.
Ainda espero a luta contra o fanatismo monopolizante do futebol. Um país com vocação para diversidade não pode ficar refém de uma única forma de lazer e transformá-la em "dever cívico".
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