Por Paulo Nogueira, no blog Diário do Centro do Mundo:
O que fez a imprensa lutar tão brutalmente pelo golpe?
Muito mais importante que questões ideológicas, a grande bandeira das companhias jornalísticas se resume em três sílabas: di-nhei-ro.
Nenhuma empresa jornalística brasileira sobrevive sem dinheiro público. Remover o PT é uma garantia de que não haverá risco nenhum de interrupção no abjeto fluxo de recursos do contribuinte.
Involuntariamente, o presidente da Editora Abril deixou isso claro, nesta segunda-feira, ao mandar uma carta aos funcionários na qual dizia que uma nova fase se abre para a empresa.
Esta nova fase é esta: Temer haverá de nos ajudar. Não só com publicidade. Mas também empréstimos supersubsidiados em bancos oficiais, compras de assinaturas e muitas outras mamatas.
Isso para não falar em outros privilégios, como reserva de mercado. Os empresários da mídia falam muito em capitalismo sem, na verdade, praticá-lo. Vigora para eles uma reserva que impede empresas de outras partes de ingressar no mercado mercado brasileiro.
A Globo certa vez defendeu a reserva com o seguinte argumento. Imagine que uma empresa chinesa entre no Brasil e passe a fazer propaganda do maoísmo.
Parece coisa do Sensacionalista, mas é pura realidade. O artigo, publicado no Globo, era assinado pelo advogado da Abert, a associação de lobby das empresas de televisão.
O nome dele: Luís Roberto Barroso.
Isso me fez ver com imensa desconfiança a nomeação de Barroso para o STF, um sentimento de desconforto que voltou a mim depois da sessão em que a Suprema Corte abriu as portas para que Eduardo Cunha fizesse o que fez no domingo.
Naquela sessão, Barroso parecia ainda estar defendendo os interesses da Globo.
A internet matará as grandes empresas de mídia, isso é inevitável. Mas um presidente camarada vai retardar sensivelmente a morte, e é a isso que as famílias Marinho, Frias e Civita, para ficar nas maiores, se apegam.
Este dado da vida ajuda a entender também por que tantos jornalistas aderiram ferozmente à guerra movida pelos seus patrões.
Eles não estão defendendo apenas os interesses dos donos, mas também os próprios.
Sem o dinheiro do contribuinte em larga escala, os jornalistas que têm maiores salários serão fatalmente demitidos no futuro imediato.
As companhias jornalísticas montaram estruturas de custos obesas, típicas dos dias pré-internet. Com a perda de audiência e, em consequência, de publicidade, aquelas estruturas são insustentáveis.
Na adesão dos profissionais aos patrões, cenas patéticas foram registradas. Me contam que Eliane Cantanhede festejou na Globonews o número de votos necessários para o impeachment como se fosse uma adolescente depois do telefonema de um namorado que sumira.
Erick Bretas, diretor de mídias digitais, chegou ao cúmulo de se fantasiar de Sérgio Moro no Facebook.
Patrões e empregados poderiam organizar uma festa em que, juntos, gritariam: “Estamos salvos, estamos salvos!”
A democracia foi torturada, 54 milhões de voto obliterados, Cunha entronizado, mas os desígnios dos donos da mídia e seus capatazes foram atendidos.
A mensagem congratulatória do presidente da Abril reflete exatamente isso.
No confronto entre o Brasil e a mídia, que empurra selvagemente o país para trás, venceu no domingo a mídia.
O que fez a imprensa lutar tão brutalmente pelo golpe?
Muito mais importante que questões ideológicas, a grande bandeira das companhias jornalísticas se resume em três sílabas: di-nhei-ro.
Nenhuma empresa jornalística brasileira sobrevive sem dinheiro público. Remover o PT é uma garantia de que não haverá risco nenhum de interrupção no abjeto fluxo de recursos do contribuinte.
Involuntariamente, o presidente da Editora Abril deixou isso claro, nesta segunda-feira, ao mandar uma carta aos funcionários na qual dizia que uma nova fase se abre para a empresa.
Esta nova fase é esta: Temer haverá de nos ajudar. Não só com publicidade. Mas também empréstimos supersubsidiados em bancos oficiais, compras de assinaturas e muitas outras mamatas.
Isso para não falar em outros privilégios, como reserva de mercado. Os empresários da mídia falam muito em capitalismo sem, na verdade, praticá-lo. Vigora para eles uma reserva que impede empresas de outras partes de ingressar no mercado mercado brasileiro.
A Globo certa vez defendeu a reserva com o seguinte argumento. Imagine que uma empresa chinesa entre no Brasil e passe a fazer propaganda do maoísmo.
Parece coisa do Sensacionalista, mas é pura realidade. O artigo, publicado no Globo, era assinado pelo advogado da Abert, a associação de lobby das empresas de televisão.
O nome dele: Luís Roberto Barroso.
Isso me fez ver com imensa desconfiança a nomeação de Barroso para o STF, um sentimento de desconforto que voltou a mim depois da sessão em que a Suprema Corte abriu as portas para que Eduardo Cunha fizesse o que fez no domingo.
Naquela sessão, Barroso parecia ainda estar defendendo os interesses da Globo.
A internet matará as grandes empresas de mídia, isso é inevitável. Mas um presidente camarada vai retardar sensivelmente a morte, e é a isso que as famílias Marinho, Frias e Civita, para ficar nas maiores, se apegam.
Este dado da vida ajuda a entender também por que tantos jornalistas aderiram ferozmente à guerra movida pelos seus patrões.
Eles não estão defendendo apenas os interesses dos donos, mas também os próprios.
Sem o dinheiro do contribuinte em larga escala, os jornalistas que têm maiores salários serão fatalmente demitidos no futuro imediato.
As companhias jornalísticas montaram estruturas de custos obesas, típicas dos dias pré-internet. Com a perda de audiência e, em consequência, de publicidade, aquelas estruturas são insustentáveis.
Na adesão dos profissionais aos patrões, cenas patéticas foram registradas. Me contam que Eliane Cantanhede festejou na Globonews o número de votos necessários para o impeachment como se fosse uma adolescente depois do telefonema de um namorado que sumira.
Erick Bretas, diretor de mídias digitais, chegou ao cúmulo de se fantasiar de Sérgio Moro no Facebook.
Patrões e empregados poderiam organizar uma festa em que, juntos, gritariam: “Estamos salvos, estamos salvos!”
A democracia foi torturada, 54 milhões de voto obliterados, Cunha entronizado, mas os desígnios dos donos da mídia e seus capatazes foram atendidos.
A mensagem congratulatória do presidente da Abril reflete exatamente isso.
No confronto entre o Brasil e a mídia, que empurra selvagemente o país para trás, venceu no domingo a mídia.
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