Por Paulo Nogueira, no blog Diário do Centro do Mundo:
Comparei outro dia Michel Temer ao Rubião de Machado - o legítimo, o de Quincas Borba, não o delator. Rubião via as pessoas na rua e, na sua sandice delirante, imaginava que fossem populares saudando-o. Achava que era Napoleão III.
Na entrevista que deu a Roberto Dávila na GloboNews, Temer reafirmou seu caráter de Rubião. Conseguiu dizer, por exemplo, que carregou muitos votos para Dilma nas eleições presidenciais.
Ora, ora, ora.
Quem acredita nisso acredita em tudo. Temer foi absolutamente insignificante nas urnas. Poderia ser um macaco como vice: não faria diferença. Vices, especialmente os decorativos como ele, são completamente irrelevantes.
Alguém se lembra, por acaso, de quem foi o vice de Aécio? Os cabeças de chapa ganham ou perdem as eleições: fato.
Temer apenas é lembrado, agora, por ter traído a mulher graças à qual está hoje onde está.
Mas o melhor momento da entrevista foi quando Temer, num ato falho sensacional, admitiu o golpe. Disse que, se Dilma tivesse livre acesso a vôos, sairia por aí “denunciando o golpe”.
As redes sociais estão repercutindo intensamente essa frase em que o traidor traiu a si próprio. Não porque a entrevista de Dávila tivesse audiência expressiva, mas porque a sentença foi inacreditavelmente postada no Twitter oficial de Temer.
Temer, como Maluf, tergiversa diante de perguntas complicadas. Dávila falou da desastrosa composição de sua equipe - homens brancos, ricos, corruptos, muitos deles prestes a colocar uma tornozeleira eletrônica, alguns claramente indicados por Eduardo Cunha.
E ele respondeu com a “excepcional” equipe econômica. Quantos Nobeis fazem parte dessa equipe? Quais nomes têm alguma contribuição significativa para o estudo da economia?
Zero.
Na verdade, é uma equipe econômica mentalmente obsoleta. Tenta impor ao país - sem votos para tanto - uma política thatcherista que, no mundo inteiro, já não é seguida e nem respeitada.
Os próprios conservadores britânicos rejeitaram abertamente o thatcherismo porque ele se revelou um câncer no que diz respeito à concentração de renda. Favorece os ricos e castiga os pobres: se na socialmente desenvolvida Inglaterra os mandamentos de Thatcher tiveram um legado monstruoso, que dizer no pobre Brasil?
Em outro momento de embromação brutal Temer falou da proposta de plebiscito que ganha força. Disse que não acha a idéia “útil à senhora presidente”. E tentou explicar: se ela quer voltar para não governar e sim convocar eleições, é melhor que fique onde está.
Dávila claramente não entendeu a resposta, e emendou sua questão com uma alegada falta de condições de governabilidade de Dilma.
Na verdade, caso volte e promova um plebiscito, Dilma não está convocando eleições e sim consultando os brasileiros. São duas coisas inteiramente diversas.
Num momento em que o Brasil clama por gente grande capaz de unir um país visceralmente dividido, Temer é uma aberração: um político minúsculo, uma real tragédia brasileira.
Comparei outro dia Michel Temer ao Rubião de Machado - o legítimo, o de Quincas Borba, não o delator. Rubião via as pessoas na rua e, na sua sandice delirante, imaginava que fossem populares saudando-o. Achava que era Napoleão III.
Na entrevista que deu a Roberto Dávila na GloboNews, Temer reafirmou seu caráter de Rubião. Conseguiu dizer, por exemplo, que carregou muitos votos para Dilma nas eleições presidenciais.
Ora, ora, ora.
Quem acredita nisso acredita em tudo. Temer foi absolutamente insignificante nas urnas. Poderia ser um macaco como vice: não faria diferença. Vices, especialmente os decorativos como ele, são completamente irrelevantes.
Alguém se lembra, por acaso, de quem foi o vice de Aécio? Os cabeças de chapa ganham ou perdem as eleições: fato.
Temer apenas é lembrado, agora, por ter traído a mulher graças à qual está hoje onde está.
Mas o melhor momento da entrevista foi quando Temer, num ato falho sensacional, admitiu o golpe. Disse que, se Dilma tivesse livre acesso a vôos, sairia por aí “denunciando o golpe”.
As redes sociais estão repercutindo intensamente essa frase em que o traidor traiu a si próprio. Não porque a entrevista de Dávila tivesse audiência expressiva, mas porque a sentença foi inacreditavelmente postada no Twitter oficial de Temer.
Temer, como Maluf, tergiversa diante de perguntas complicadas. Dávila falou da desastrosa composição de sua equipe - homens brancos, ricos, corruptos, muitos deles prestes a colocar uma tornozeleira eletrônica, alguns claramente indicados por Eduardo Cunha.
E ele respondeu com a “excepcional” equipe econômica. Quantos Nobeis fazem parte dessa equipe? Quais nomes têm alguma contribuição significativa para o estudo da economia?
Zero.
Na verdade, é uma equipe econômica mentalmente obsoleta. Tenta impor ao país - sem votos para tanto - uma política thatcherista que, no mundo inteiro, já não é seguida e nem respeitada.
Os próprios conservadores britânicos rejeitaram abertamente o thatcherismo porque ele se revelou um câncer no que diz respeito à concentração de renda. Favorece os ricos e castiga os pobres: se na socialmente desenvolvida Inglaterra os mandamentos de Thatcher tiveram um legado monstruoso, que dizer no pobre Brasil?
Em outro momento de embromação brutal Temer falou da proposta de plebiscito que ganha força. Disse que não acha a idéia “útil à senhora presidente”. E tentou explicar: se ela quer voltar para não governar e sim convocar eleições, é melhor que fique onde está.
Dávila claramente não entendeu a resposta, e emendou sua questão com uma alegada falta de condições de governabilidade de Dilma.
Na verdade, caso volte e promova um plebiscito, Dilma não está convocando eleições e sim consultando os brasileiros. São duas coisas inteiramente diversas.
Num momento em que o Brasil clama por gente grande capaz de unir um país visceralmente dividido, Temer é uma aberração: um político minúsculo, uma real tragédia brasileira.
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