Por Marsílea Gombata, na revista CartaCapital:
Desde a abertura do processo de impeachment contra a presidenta Dilma Rousseff, no dia 12 de maio, a direita se mostra muito mais mobilizada nas redes do que a esquerda. É o que mostra o Mapa das redes de mobilização no Facebook, construído pelos professores Esther Solano (Unifesp), Pablo Ortelllado (USP) e Marcio Moretto (USP).
O retrato, feito entre 11 e 25 de junho na rede social que possui no Brasil 99 milhões de usuários ativos mensais, mostra que as páginas de direita se sobressaem quanto ao número de curtidas, seja em posts e conteúdo compartilhado ou mesmo na própria página de apresentação.
De acordo com os especialistas que apresentaram resultados preliminares da pesquisa na última quinta-feira (28), se na época da votação na Câmara e no Senado do processo de impeachment a atividade do espectro mais conservador e anti-PT era semelhante ao de páginas ligadas a uma causa ou a um grupo político de esquerda, hoje o que se observa é um crescimento da direita no universo online.
Quando se analisam as cinco páginas que tiveram mais curtidas únicas (número de usuários que curtiram pelo menos uma postagem) no período considerado, observa-se no topo do ranking o Partido Anti-PT (456 mil curtidas), o MBL (376 mil), o Movimento Contra a Corrupção (301 mil), o Vem Pra Rua (251 mil), e o Revoltados Online (217 mil).
No outro espectro, está em primeiro o Deboas na Revolução (246 mil), seguido por Feministas Revolucionárias (174 mil), Geledés (99 mil), Esquerda Revolucionária (55 mil) e por último a página Verdade sem manipulação (54 mil).
Se o critério for o número de curtidas na própria página, o ranking fica da seguinte forma: Movimento Contra a Corrupção (2,5 milhões), Revoltados Online (1,7 milhão), Partido anti-PT (1,4 milhões), AnonymousBrasil e Vem Pra Rua (com 1,4 milhão cada). Do lado que se intitula progressista vem o Deboas na Revolução (871 mil), Direitos Humanos Brasil (816 mil), Geledés (490 mil), Passe Livre São Paulo (335 mil) e SP Invisível (325 mil).
“Em ambas as métricas, os maiores veículos de direita são muito maiores do que os de esquerda. O que de certa forma pode indicar que a direita está mais mobilizada hoje nas redes”, explica Moretto, professor de sistemas de informação na USP.
A pesquisa, que coletou páginas do Facebook classificadas como “Cause” (causa) ou “Political Organization” (organização política) com mais de 50 mil curtidas, ainda é preliminar, mas revela um status de polarização evidente. Os agrupamentos são o campo progressista (indicado pela cor vermelha na imagem acima), o campo conservador (azul) e o campo evangélico (amarelo). Há ainda entre os polos azul e vermelho algumas páginas ambientalistas (verde).
Solano ressalta, no entanto, que se tratam de grupos pequenos e pouco representativos frente à sociedade fora do mundo virtual. “Trata-se de uma polarização política no campo de pessoas que têm interesse e o expressam no Facebook.”
Ortellado reforça essa opinião e acrescenta que a pesquisa traz um retrato da comunicação no Facebook e não necessariamente sobre a sociedade. “O universo analisado aqui é urbano, jovem e rico. Então mais velhos, do meio rural ou mais pobres ficam de fora.”
Desde a abertura do processo de impeachment contra a presidenta Dilma Rousseff, no dia 12 de maio, a direita se mostra muito mais mobilizada nas redes do que a esquerda. É o que mostra o Mapa das redes de mobilização no Facebook, construído pelos professores Esther Solano (Unifesp), Pablo Ortelllado (USP) e Marcio Moretto (USP).
O retrato, feito entre 11 e 25 de junho na rede social que possui no Brasil 99 milhões de usuários ativos mensais, mostra que as páginas de direita se sobressaem quanto ao número de curtidas, seja em posts e conteúdo compartilhado ou mesmo na própria página de apresentação.
De acordo com os especialistas que apresentaram resultados preliminares da pesquisa na última quinta-feira (28), se na época da votação na Câmara e no Senado do processo de impeachment a atividade do espectro mais conservador e anti-PT era semelhante ao de páginas ligadas a uma causa ou a um grupo político de esquerda, hoje o que se observa é um crescimento da direita no universo online.
Quando se analisam as cinco páginas que tiveram mais curtidas únicas (número de usuários que curtiram pelo menos uma postagem) no período considerado, observa-se no topo do ranking o Partido Anti-PT (456 mil curtidas), o MBL (376 mil), o Movimento Contra a Corrupção (301 mil), o Vem Pra Rua (251 mil), e o Revoltados Online (217 mil).
No outro espectro, está em primeiro o Deboas na Revolução (246 mil), seguido por Feministas Revolucionárias (174 mil), Geledés (99 mil), Esquerda Revolucionária (55 mil) e por último a página Verdade sem manipulação (54 mil).
Se o critério for o número de curtidas na própria página, o ranking fica da seguinte forma: Movimento Contra a Corrupção (2,5 milhões), Revoltados Online (1,7 milhão), Partido anti-PT (1,4 milhões), AnonymousBrasil e Vem Pra Rua (com 1,4 milhão cada). Do lado que se intitula progressista vem o Deboas na Revolução (871 mil), Direitos Humanos Brasil (816 mil), Geledés (490 mil), Passe Livre São Paulo (335 mil) e SP Invisível (325 mil).
“Em ambas as métricas, os maiores veículos de direita são muito maiores do que os de esquerda. O que de certa forma pode indicar que a direita está mais mobilizada hoje nas redes”, explica Moretto, professor de sistemas de informação na USP.
A pesquisa, que coletou páginas do Facebook classificadas como “Cause” (causa) ou “Political Organization” (organização política) com mais de 50 mil curtidas, ainda é preliminar, mas revela um status de polarização evidente. Os agrupamentos são o campo progressista (indicado pela cor vermelha na imagem acima), o campo conservador (azul) e o campo evangélico (amarelo). Há ainda entre os polos azul e vermelho algumas páginas ambientalistas (verde).
Solano ressalta, no entanto, que se tratam de grupos pequenos e pouco representativos frente à sociedade fora do mundo virtual. “Trata-se de uma polarização política no campo de pessoas que têm interesse e o expressam no Facebook.”
Ortellado reforça essa opinião e acrescenta que a pesquisa traz um retrato da comunicação no Facebook e não necessariamente sobre a sociedade. “O universo analisado aqui é urbano, jovem e rico. Então mais velhos, do meio rural ou mais pobres ficam de fora.”
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