Da Rede Brasil Atual:
Por volta das 21h desta sexta-feira (26), enquanto em Brasília, o plenário do Senado estava às moscas na sessão de impeachment da presidenta Dilma Rousseff, a cerca de 2 mil quilômetros de distância, uma plateia com centenas de pessoas inconformadas com a conjuntura política brasileira mandou um claro recado na abertura do 44ª Festival de Cinema de Gramado: 'Fora, Temer golpista'.
Aguardando a exibição do filme Aquarius, do diretor pernambucano Kleber Mendonça Filho, eles protestavam contra as medidas do presidente interino, que, em poucos mais de 100 dias, já concretizou um ataque brutal à cultura e aos direitos individuais. Porém, foi a proibição do filme para menores, nesta semana, que revoltou a classe artística, levando a diversos desdobramentos que culminaram no protesto desta sexta-feira na presença do ministro interino da Cultura, Marcelo Calero, e o secretário do Audiovisual, Alfredo Bertini.
Por volta das 21h desta sexta-feira (26), enquanto em Brasília, o plenário do Senado estava às moscas na sessão de impeachment da presidenta Dilma Rousseff, a cerca de 2 mil quilômetros de distância, uma plateia com centenas de pessoas inconformadas com a conjuntura política brasileira mandou um claro recado na abertura do 44ª Festival de Cinema de Gramado: 'Fora, Temer golpista'.
Aguardando a exibição do filme Aquarius, do diretor pernambucano Kleber Mendonça Filho, eles protestavam contra as medidas do presidente interino, que, em poucos mais de 100 dias, já concretizou um ataque brutal à cultura e aos direitos individuais. Porém, foi a proibição do filme para menores, nesta semana, que revoltou a classe artística, levando a diversos desdobramentos que culminaram no protesto desta sexta-feira na presença do ministro interino da Cultura, Marcelo Calero, e o secretário do Audiovisual, Alfredo Bertini.
A classificação do Ministério da Justiça foi interpretada pela produção e por diversos artistas como retaliação ao filme, a partir de um enredo iniciado em 17 de maio passado, data em que equipe e elenco, ao chegar para o Festival de Cannes, onde o longa concorria à Palma de Ouro, denunciaram o golpe de estado em vigência no Brasil, exibindo, sob holofotes de toda a imprensa internacional, cartazes contra o impeachment de Dilma e o desrespeito aos 54 milhões de eleitores da presidenta.
Em resposta à decisão do MJ, que indeferiu recurso da produtora do filme, na quinta-feira (24), o diretor Guilherme Fiúza Zenha, o Gui Fiúza, afirmou por meio das redes sociais, que pediu seu desligamento de comissão do Ministério da Cultura (MinC) que seleciona um filme brasileiro para disputar uma vaga no Oscar. Ontem foi a vez da atriz Ingra Lyberato deixar a comissão. A debandada tem relação com um dos membros da comissão, o crítico Marcos Petrucelli, que atacou a equipe do filme pelas redes sociais após o protesto na França: "Vergonha é o mínimo que se pode dizer", escreveu.
A nomeação do crítico para a comissão pelo secretário Bertini levou os artistas a considerarem no ato uma retaliação à equipe. Ontem, Bertini disse à Folha de S.Paulo que não entende a polêmica toda: "Fiz o procedimento normal", afirmou.
Um outro desdobramento, também na quinta-feira, foi a desistência da diretora Anna Muylaert de concorrer à vaga com seu mais novo filme, Mãe Só Há Uma (2016). Na última edição do prêmio norte-americano, a cineasta foi a escolhida pelo MinC para representar o país com o longa Que Horas Ela Volta? (2015). Outro diretor a abandonar o pleito foi Gabriel Mascaro, com o filme Boi Neon (2016), e Aly Muritiba, com Para Minha Amada Morta (2015). "É lamentável que o MinC endosse na comissão um membro que se comportou de forma irresponsável e pouco profissional ao fazer declarações contra a equipe do filme Aquarius", disse Mascaro.
Aquarius, que entra em circuito quinta-feira (1º), perdeu a disputa em Cannes para 'I, Daniel Blake', um dramabritânico-franco-belga, dirigido por Ken Loach e escrito por Paul Laverty. O filme, no entanto, recebeu quatro estrelas do jornal inglês The Guardian, que o definiu como “uma história belamente observada e surpreendente".
A história de Kleber Mendonça fala de memória, história, resistência e especulação imobiliária na sociedade pernambucana. Tem foco em Clara (Sonia Braga), uma crítica musical aposentada, que se recusa a abandonar o edifício antigo em que mora, na praia de Boa Viagem, apesar do assédio de uma construtora, que deseja erguer uma torre moderna no lugar. Clara é a única moradora que ficou no prédio.
Em resposta à decisão do MJ, que indeferiu recurso da produtora do filme, na quinta-feira (24), o diretor Guilherme Fiúza Zenha, o Gui Fiúza, afirmou por meio das redes sociais, que pediu seu desligamento de comissão do Ministério da Cultura (MinC) que seleciona um filme brasileiro para disputar uma vaga no Oscar. Ontem foi a vez da atriz Ingra Lyberato deixar a comissão. A debandada tem relação com um dos membros da comissão, o crítico Marcos Petrucelli, que atacou a equipe do filme pelas redes sociais após o protesto na França: "Vergonha é o mínimo que se pode dizer", escreveu.
A nomeação do crítico para a comissão pelo secretário Bertini levou os artistas a considerarem no ato uma retaliação à equipe. Ontem, Bertini disse à Folha de S.Paulo que não entende a polêmica toda: "Fiz o procedimento normal", afirmou.
Um outro desdobramento, também na quinta-feira, foi a desistência da diretora Anna Muylaert de concorrer à vaga com seu mais novo filme, Mãe Só Há Uma (2016). Na última edição do prêmio norte-americano, a cineasta foi a escolhida pelo MinC para representar o país com o longa Que Horas Ela Volta? (2015). Outro diretor a abandonar o pleito foi Gabriel Mascaro, com o filme Boi Neon (2016), e Aly Muritiba, com Para Minha Amada Morta (2015). "É lamentável que o MinC endosse na comissão um membro que se comportou de forma irresponsável e pouco profissional ao fazer declarações contra a equipe do filme Aquarius", disse Mascaro.
Aquarius, que entra em circuito quinta-feira (1º), perdeu a disputa em Cannes para 'I, Daniel Blake', um dramabritânico-franco-belga, dirigido por Ken Loach e escrito por Paul Laverty. O filme, no entanto, recebeu quatro estrelas do jornal inglês The Guardian, que o definiu como “uma história belamente observada e surpreendente".
A história de Kleber Mendonça fala de memória, história, resistência e especulação imobiliária na sociedade pernambucana. Tem foco em Clara (Sonia Braga), uma crítica musical aposentada, que se recusa a abandonar o edifício antigo em que mora, na praia de Boa Viagem, apesar do assédio de uma construtora, que deseja erguer uma torre moderna no lugar. Clara é a única moradora que ficou no prédio.
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