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Na semana passada, a “primeira-dama” Marcela Temer – que, segundo a revista Veja é “recatada e do lar” e não tem qualquer experiência em políticas públicas – ganhou de presente do maridão um cargo no governo. Segundo o noticiário, ela ocupará a função de “embaixadora” do programa “Criança Feliz”, que deverá ser lançado ainda neste mês pelo covil golpista. A mídia chapa-branca, talvez empolgada com a grana da publicidade oficial, preferiu evitar maiores estardalhaços contra a patética nomeação. O assunto não foi capa dos jornais e das revistas e nem motivo de ácidos comentários nas emissoras de rádio e tevê. A “recatada e do lar” foi acolhida com carinho pelos barões da mídia.
A Folha até registrou a escolha, em uma notinha assinada por Mariana Haubert e Gustavo Uribe. “Confirmada primeira-dama do país, Marcela Temer ganhou do marido um gabinete no Palácio do Planalto. A partir deste mês, ela despachará no terceiro andar, em uma sala próxima a dele. Com a viagem do presidente à China, acompanhado de auxiliares e assessores, funcionários aproveitaram a sexta-feira (2) para preparar o ambiente, que tem vista privilegiada para a Praça dos Três Poderes... Marcela não receberá remuneração. Caberá a ela ter uma atuação de mobilização, promovendo eventos e reuniões com Estados e municípios. O programa terá R$ 285 milhões no Orçamento de 2017”. Nada mais!
Famoso por seu criticismo seletivo, o jornal da famiglia Frias até poderia ter aproveitado o gancho para citar uma matéria publicada na mesma semana pelo jornal suíço “Tagesanzeiger”, um dos mais antigos da Europa, com 133 anos de vida. O blog Tijolaço, do sempre atento Fernando Brito, postou a tradução do texto, que compara a primeira-dama brasileira, agora com um carguinho no governo, à rainha francesa Maria Antonieta – “cujos hábitos extravagantes, de luxo e riqueza, contrastavam com a miséria a que o povo fora submetido”. Enquanto a mídia estrangeira segue ironizando o “golpe dos corruptos” no Brasil, a imprensa nativa se esmera no seu chapa-branquismo. Vale conferir a tradução:
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A Maria Antonieta brasileira
A nova primeira-dama Marcela Temer gasta com prazer o dinheiro dos outros. Ela ocupa em sua residência 50 empregados. Às custas do Estado.
Marcela Temer, desde a última quarta-feira primeira-dama do Brasil, poderia ter saído de um catálogo de desejos cunhado por uma publicação voltada para o público masculino. Foi descrita por uma revista como “bela, recatada e do lar”. E isso foi entendido como elogio.
O afastamento da presidente de esquerda Dilma Roussef por Michel Temer divide o país. A esposa de Temer, Marcela, aprofunda o abismo. Para seus críticos, ela incorpora o caráter reacionário do novo governo, ocupado apenas por homens brancos, grisalhos e ricos.
Marcela escolheu o caminho mais rápido para subir: ela casou-se com um homem branco, grisalho e rico. E tinha apenas 19 anos, quando encontrou Michel Temer. Ele tinha 62. Marcela cresceu como filha de classe média em uma cidade do interior de São Paulo. Além de carregar o título de vice-rainha-da-beleza, trabalhava na recepção de um jornal local, quando, em 2002, acompanhou parentes a um evento do PMDB. Foi onde viu Michel Temer, milionário conhecido e há muitos anos deputado pelo PMDB. Ela pediu para tirar uma foto com ele, o que de fato ocorreu. E pediu também seu número de telefone. A mãe acompanhou-a no primeiro encontro e um ano depois eles já se casavam. Foi uma festa secreta, pois o abismo de 43 anos entre os dois não era exatamente apresentável.
“Bela, recatada e do lar”
Os pais de Marcela não estão incomodados: “Isso é só o choro dos invejosos” disse a mãe.
Marcela disse recentemente: “É como se Michel tivesse 30 anos. A idade não importa ” .
Quando Michel Temer ainda era Vice- Presidente, em 2011, rapidamente sua esposa se tornou a queridinha dos tablóides.
Louvavam seu bom estilo e ela chegou até a ser comparada com Carla Bruni e Jackie Kennedy. Temer publicou um livro de poemas sobre sua vida amorosa, fotos eróticas de Marcela foram divulgadas. Ela faz o papel de uma dona de casa fiel, que leva seu filho para a escola e tem "Michel" tatuado em seu pescoço.
Marcela desfrutava da riqueza. Na residência oficial do vice-presidente, ela mandou executar reformas milionárias “para que seu filho se sentisse em casa”. A família de três membros ocupa 50 funcionários, entre eles quatro empregadas, que cuidam apenas de lavar e passar roupas. Tudo isso pago pelo Estado. Além disso, Marcela viajou ao lado da mãe e de uma irmã, em voo de primeira classe rumo a Nova York e Miami, para fazer compras durante um dia – o que ela própria documentou alegremente na internet. Durante um encontro de cúpula da ONU, cujo tema era a sustentabilidade, ela mandou organizar um desfile de moda de jóias.
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2 comentários:
Que maravilha, agora, se faltar pão, teremos BRIOCHES !!!
Falando sério:
Independência ou Morte !!! (já que é 7 de Setembro)
DIRETAS JÁ !!! JÁ !!!
O traíra levou uma sonora vaia hoje no 7 de setembro.
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