Por Mariana Serafini, no site da UJS:
No próximo dia 3 de outubro 33 milhões de colombianos vão às urnas decidir em plebiscito se aprovam, ou não, o acordo de paz firmado entre o governo e as Farc para dar fim aos mais de 50 anos de conflito. O ex-presidente de extrema direita Álvaro Uribe se tornou um porta-voz da guerra ao defender que a população vote pelo “não”, ou seja, um “não à paz”.
Álvaro Uribe atualmente é senador e traz em seu currículo o histórico de quem apoiou e fomentou o paramilitarismo para “combater a guerrilha”. Durante seu mandato (2002 – 2010) implementou um verdadeiro terrorismo de Estado que aprofundou os já elevados níveis de violência na Colômbia. Neste domingo (4), iniciou sua campanha pelo “não” com a justificativa de que o plebiscito é uma “excursão pedagógica”.
Com a desculpa de combater as Farc, os grupos paramilitares responsáveis pelo tráfico de drogas se fortalecem e recebem “carta branca” do Estado para controlar diversas regiões do país, mesmo que isso custe a vida, as terras e as condições de moradia digna de milhões de colombianos que já foram afetados neste meio século de conflito.
Uribe representa o que há de mais reacionário na Colômbia. Enquanto presidente, negociou a soberania do país e permitiu a instalação de seis bases militares norte-americanas em território colombiano. O objetivo, teoricamente, era combater a guerrilha. O sindicalista Henry Rodriguez denuncia (aqui) que depois da instalação das bases e da chegada das Forças Armadas norte-americanas a guerra ficou ainda mais acirrada. “Já passam de 3 mil execuções extraoficiais”.
Para os setores reacionários – que têm Uribe como principal liderança – se a guerra chegar ao fim não haverá mais desculpa para as bases militares, nem para o aparato bélico na mão do crime organizado. Seria o fim de um longo ciclo de violência e dominação estrangeira no país.
O governo do atual presidente, Juan Manuel Santos, apesar de representar também a direita, fez um esforço louvável para chegar a um acordo com a guerrilha. As negociações, realizadas em Havana (Cuba), duraram quatro anos e finalmente a Colômbia está a um passo da paz.
O acordo de paz assinado há poucos dias (saiba mais aqui) pelas duas partes garante reparação às vítimas do conflito, direitos políticos e civis aos guerrilheiros e anistia os crimes políticos de ambos os lados, entre outras medidas necessárias para atingir uma paz sólida e definitiva. Para Uribe, é um acordo “muito brando”. Ele exige que os guerrilheiros das Farc não sejam anistiado pelos crimes de guerra.
A pergunta que será feita no dia 2 de outubro é a seguinte: “Apoia o acordo final para o fim do conflito e a construção de uma paz estável e duradoura?”. Só alguém muito interessado na guerra é capaz de fazer a campanha pelo “não”.
Em entrevista recente ao jornal espanhol El País, Juan Manuel Santos disse que o motivo da campanha pelo “não” de Uribe é o “ódio e a inveja”. “Me deixa triste o que o ódio e a inveja são capazes de fazer. Uniu os dois inimigos mais acirrados: Uribe e Pastrana [Andrés Pastrana, ex-presidente do Partido Conservador Colombiano]. Rezo todos os dias para não ser invadido por estes sentimentos de ódio e inveja, isso é a única coisa que justifica ver Uribe e Pastrana Juntos”.
Para Santos, por trás da campanha do “não” há também “um ingrediente político”, que é a campanha presidencial de 2018.
No próximo dia 3 de outubro 33 milhões de colombianos vão às urnas decidir em plebiscito se aprovam, ou não, o acordo de paz firmado entre o governo e as Farc para dar fim aos mais de 50 anos de conflito. O ex-presidente de extrema direita Álvaro Uribe se tornou um porta-voz da guerra ao defender que a população vote pelo “não”, ou seja, um “não à paz”.
Álvaro Uribe atualmente é senador e traz em seu currículo o histórico de quem apoiou e fomentou o paramilitarismo para “combater a guerrilha”. Durante seu mandato (2002 – 2010) implementou um verdadeiro terrorismo de Estado que aprofundou os já elevados níveis de violência na Colômbia. Neste domingo (4), iniciou sua campanha pelo “não” com a justificativa de que o plebiscito é uma “excursão pedagógica”.
Com a desculpa de combater as Farc, os grupos paramilitares responsáveis pelo tráfico de drogas se fortalecem e recebem “carta branca” do Estado para controlar diversas regiões do país, mesmo que isso custe a vida, as terras e as condições de moradia digna de milhões de colombianos que já foram afetados neste meio século de conflito.
Uribe representa o que há de mais reacionário na Colômbia. Enquanto presidente, negociou a soberania do país e permitiu a instalação de seis bases militares norte-americanas em território colombiano. O objetivo, teoricamente, era combater a guerrilha. O sindicalista Henry Rodriguez denuncia (aqui) que depois da instalação das bases e da chegada das Forças Armadas norte-americanas a guerra ficou ainda mais acirrada. “Já passam de 3 mil execuções extraoficiais”.
Para os setores reacionários – que têm Uribe como principal liderança – se a guerra chegar ao fim não haverá mais desculpa para as bases militares, nem para o aparato bélico na mão do crime organizado. Seria o fim de um longo ciclo de violência e dominação estrangeira no país.
O governo do atual presidente, Juan Manuel Santos, apesar de representar também a direita, fez um esforço louvável para chegar a um acordo com a guerrilha. As negociações, realizadas em Havana (Cuba), duraram quatro anos e finalmente a Colômbia está a um passo da paz.
O acordo de paz assinado há poucos dias (saiba mais aqui) pelas duas partes garante reparação às vítimas do conflito, direitos políticos e civis aos guerrilheiros e anistia os crimes políticos de ambos os lados, entre outras medidas necessárias para atingir uma paz sólida e definitiva. Para Uribe, é um acordo “muito brando”. Ele exige que os guerrilheiros das Farc não sejam anistiado pelos crimes de guerra.
A pergunta que será feita no dia 2 de outubro é a seguinte: “Apoia o acordo final para o fim do conflito e a construção de uma paz estável e duradoura?”. Só alguém muito interessado na guerra é capaz de fazer a campanha pelo “não”.
Em entrevista recente ao jornal espanhol El País, Juan Manuel Santos disse que o motivo da campanha pelo “não” de Uribe é o “ódio e a inveja”. “Me deixa triste o que o ódio e a inveja são capazes de fazer. Uniu os dois inimigos mais acirrados: Uribe e Pastrana [Andrés Pastrana, ex-presidente do Partido Conservador Colombiano]. Rezo todos os dias para não ser invadido por estes sentimentos de ódio e inveja, isso é a única coisa que justifica ver Uribe e Pastrana Juntos”.
Para Santos, por trás da campanha do “não” há também “um ingrediente político”, que é a campanha presidencial de 2018.
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