Por Altamiro Borges
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Com medo de vaias, Temer não vai buscar Michelzinho na escola
Ninguém lembra como é que começou. Talvez tenha sido na Olimpíada, quando Temer, com medo de vaias, não foi ao encerramento dos Jogos. Aquilo foi estranho. Não que alguém tenha ficado triste com sua ausência. Mas foi estranho ver um país sem presidente – pela primeira vez em toda a história dos Jogos Olímpicos.
Mais estranho ainda foi quando caiu o avião do Chapecoense e o presidente, com medo de vaias, não foi ao funeral dos jogadores. Em vez disso, pediu aos pais dos jogadores pra que fossem visitá-lo, como se fosse ele quem tivesse perdido um ente querido. Tomou um esculacho. Desde então, nunca mais se pronunciou. E lá se vão meses que o Brasil não vê seu presidente.
Os ministros já não têm reunião faz mais de um mês. Com medo de vaias, Temer já não aparece no Planalto. Os ministros não reclamam –afinal não é como se gostassem muito de trabalhar. O motorista presidencial diz que está esperando o patrão na portaria do Alvorada, mas, com medo de vaias, Temer não atende ao interfone.
Interrogada, Marcela, sua mulher, afirma também que não faz ideia de onde o marido esteja. Com medo de vaias, Temer já não dorme na mesma cama que ela. Marcela já tentou ligar pro marido mas, com medo de vaias, Temer não atende suas ligações.
Nem Michelzinho, o filho preferido, faz ideia de onde está o pai. Com medo de vaias, Temer parou de buscar o filho na escola. A família esperava o patriarca na ceia de Natal. Michelzinho tinha esperança de que o bom velhinho aparecesse na chaminé. Nada. Com medo de vaias, Temer enviou um vale-presente pelo correio. Cada filho teria direito a R$ 50 na Saraiva.
Dona Jaci, copeira do palácio, afirma que, com medo de vaias, Temer não saía da cama havia meses, "nem pra tomar café". Ficava imóvel debaixo do edredom. Preocupada com a saúde do presidente, a copeira tomou coragem e puxou os lençóis – mas o presidente não estava lá. Com medo de vaias, o presidente tinha colocado vários travesseiros em seu lugar na cama.
Foi a Polícia Federal que rastreou a origem do vale-presente da Saraiva e descobriu que o presidente do Brasil agora está morando na Coreia do Norte. Perguntado sobre quando pretende voltar, Temer afirma que só volta quando o país inteirinho prometer que não vai ter vaia. "Mas tem que jurar", disse o presidente-fantasma.
Enquanto isso, a cadeira presidencial segue vazia. Olhando pra ela, o Brasil se pergunta se alguma vez já não foi tão bem ocupada.
Michelzinho, o menino prodígio de sete anos que já acumula R$ 2 milhões em patrimônio, deve estar magoado. Depois da repercussão negativa da lista de comidinhas dos voos presidenciais, o seu pai, o Judas Michel Temer, mandou cancelar a licitação. O garoto, que não é bobo, deve ter pensado: o meu pai é realmente um "fujão", não aguenta uma pressãozinha na internet. Nas redes sociais, o edital das compras - no valor de R$ 1,75 milhão - causou alvoroço nesta terça-feira (27). O golpista virou motivo de galhofa e sobrou inclusive para o "pobre" Michelzinho. Até o site do mercenário Estadão, o jornal da famiglia Mesquita - que adora bajular o usurpador em troca de uns anúncios -, ironizou a cena:
"O avião do presidente Michel Temer deixou muita gente com inveja. Em pleno calor de 40ºC no Rio e passando dos 32ºC em São Paulo, eis que o Brasil fica sabendo que o governo abriu uma licitação para comprar gelo (muito gelo, R$ 42 mil em gelo, para ser mais preciso), R$ 17 mil em sorvete (Haagen Dazs, sabores sem lactose, entre outros), Nutella entre outras delícias. A licitação previa R$ 1.748.653,20 de gastos com serviço de alimentação para abastecer os aviões que transportam o presidente. Em tempos de corte de gasto, claro que a notícia deixou a maioria da população revoltada. Tuiteiros de plantão não deixaram a oportunidade passar e fizeram diversas piadas com a situação".
Temeroso, o "fujão" novamente tentou se esconder. "Por orientação presidencial, foi cancelado o Pregão 14/2016, para o dia 2.01.2017, de Serviços de Comissária Aérea", postou no Twitter o sumido ministro da Casa Civil, Eliseu Padilha. Ou seja: Michelzinho não vai ter mais os cremes de avelã, os chocolates e outras guloseimas. O menino vai ficar sem os 500 potes de 100 gramas do sorvete tipo premium da marca Häagen-Dazs, pelo preço de R$ 15,09 cada um. Baita sacanagem. É certo que pelo custo mensal das refeições no avião presidencial daria para sustentar 900 famílias do programa de transferência de renda criado em 2003, por Lula. Mas "não vem ao caso"!
Para apavorar ainda mais o "fujão" ainda pintou a suspeita de que os preços das guloseimas foram superfaturados. Segundo o portal G1, a lista de itens solicitados pelo Planalto apresentou valores bem acima dos praticados no mercado. Entre eles, estão 120 potes do creme de avelã da marca Nutella, pelo preço de R$ 39 a embalagem de 350 gramas. O valor é maior que o praticado por lojas de varejo – o G1 encontrou o mesmo produto no site das Lojas Americanas e do hipermercado Extra por R$ 20,87. Diante destas insinuações, até o sempre suspeito site Contas Abertas ponderou: "Os gastos são exorbitantes", afirmou Gil Castello Branco, fundador da entidade.
As críticas dos internautas - e até dos defensores do "golpe dos corruptos" - surtiram efeito e o Judas cancelou o edital. Mas Michelzinho não precisa ficar revoltado e nem gritar "Fora Temer". Seu pai é um dissimulado profissional e conta com a cumplicidade da mídia chapa-branca, que rapidamente vai abafar o assunto. Enquanto espera por um novo edital, sugiro que o bem sucedido filho do presidente leia a excelente crônica de Gregório Duvivier, publicada na Folha desta segunda-feira (26):
Com medo de vaias, Temer não vai buscar Michelzinho na escola
Ninguém lembra como é que começou. Talvez tenha sido na Olimpíada, quando Temer, com medo de vaias, não foi ao encerramento dos Jogos. Aquilo foi estranho. Não que alguém tenha ficado triste com sua ausência. Mas foi estranho ver um país sem presidente – pela primeira vez em toda a história dos Jogos Olímpicos.
Mais estranho ainda foi quando caiu o avião do Chapecoense e o presidente, com medo de vaias, não foi ao funeral dos jogadores. Em vez disso, pediu aos pais dos jogadores pra que fossem visitá-lo, como se fosse ele quem tivesse perdido um ente querido. Tomou um esculacho. Desde então, nunca mais se pronunciou. E lá se vão meses que o Brasil não vê seu presidente.
Os ministros já não têm reunião faz mais de um mês. Com medo de vaias, Temer já não aparece no Planalto. Os ministros não reclamam –afinal não é como se gostassem muito de trabalhar. O motorista presidencial diz que está esperando o patrão na portaria do Alvorada, mas, com medo de vaias, Temer não atende ao interfone.
Interrogada, Marcela, sua mulher, afirma também que não faz ideia de onde o marido esteja. Com medo de vaias, Temer já não dorme na mesma cama que ela. Marcela já tentou ligar pro marido mas, com medo de vaias, Temer não atende suas ligações.
Nem Michelzinho, o filho preferido, faz ideia de onde está o pai. Com medo de vaias, Temer parou de buscar o filho na escola. A família esperava o patriarca na ceia de Natal. Michelzinho tinha esperança de que o bom velhinho aparecesse na chaminé. Nada. Com medo de vaias, Temer enviou um vale-presente pelo correio. Cada filho teria direito a R$ 50 na Saraiva.
Dona Jaci, copeira do palácio, afirma que, com medo de vaias, Temer não saía da cama havia meses, "nem pra tomar café". Ficava imóvel debaixo do edredom. Preocupada com a saúde do presidente, a copeira tomou coragem e puxou os lençóis – mas o presidente não estava lá. Com medo de vaias, o presidente tinha colocado vários travesseiros em seu lugar na cama.
Foi a Polícia Federal que rastreou a origem do vale-presente da Saraiva e descobriu que o presidente do Brasil agora está morando na Coreia do Norte. Perguntado sobre quando pretende voltar, Temer afirma que só volta quando o país inteirinho prometer que não vai ter vaia. "Mas tem que jurar", disse o presidente-fantasma.
Enquanto isso, a cadeira presidencial segue vazia. Olhando pra ela, o Brasil se pergunta se alguma vez já não foi tão bem ocupada.
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