Por Altamiro Borges
A mídia chapa-branca ainda tenta escamotear, principalmente nos telejornais da Globo, mas a situação da economia brasileira está se deteriorando rapidamente. Ela já se expressa no aumento do desemprego, na queda da renda dos assalariados, na redução das vendas no varejo, na falência de empresas e agora atinge o próprio setor financeiro. O Estadão desta segunda-feira (30) dá uma manchete sintomática: “Bancos criam equipes para evitar quebra de empresas”. A iniciativa não tem nada de benevolente. É uma questão de sobrevivência: as empresas falidas não pagam suas dívidas, o que apavora os banqueiros!
Segundo a reportagem, assinada por Mônica Scaramuzzo e Renée Pereira, os bancos decidiram criar equipes especializadas para “ajudar na reestruturação das companhias antes que a situação financeira se torne insustentável”. O sinal de alerta foi dado no ano passado, quando a crise econômica se agravou em decorrência da instabilidade política. O “golpe dos corruptos”, apoiado pelos abutres financeiros, teve efeito contrário ao difundido pela mídia rentista. Ao invés de recuperar a economia de forma “instantânea”, a deposição de Dilma Rousseff e o assalto ao poder da quadrilha de Michel Temer só agravaram a crise.
“Depois de amargarem perdas com a deterioração financeira de grandes empresas, que entraram em recuperação judicial ou estão envolvidas na Lava Jato, os maiores bancos privados do País – Itaú, Bradesco e Santander – começaram, nos últimos meses, a se organizar para evitar uma crise ainda maior. A preocupação é que essa onda de recuperações se intensifique e provoque um efeito cascata de estragos na já combalida economia do País”, descreve o Estadão, que acrescenta:
“Com equipes especializadas, esses bancos criaram departamentos totalmente focados na reestruturação de médias e grandes empresas. A ideia é trabalhar de forma preventiva, antes que o problema leve mais companhias a um processo de recuperação judicial ou falência – o que é prejudicial também para o balanço dessas instituições, que no último ano tiveram de fazer provisões para perdas bilionárias. Os casos mais emblemáticos foram os da Oi, com dívidas de R$ 65 bilhões, e da Sete Brasil, criada para entregar sondas para a Petrobrás, com débito de R$ 20 bilhões”.
Pela lista de monitoramento dos bancos, cerca R$ 300 bilhões em dívidas de médias e grandes empresas estão na mira destes planos de reestruturação – já excluindo as pendências da Oi e do Grupo Odebrecht. Diante deste cenário, o sinal de alerta foi acionado. “Queremos nos antecipar ao problema... A queda da rentabilidade de uma empresa ou um atraso de pagamento já acendem um alerta para o banco”, explica Eduardo Armonia, diretor responsável pela área de recuperação de crédito de atacado do Itaú. O Estadão dá detalhes sobre como agem os preocupados e ávidos banqueiros.
“Diante de uma grande quantidade de empresas em dificuldades – seja por causa da crise econômica ou por causa da Lava Jato –, o time de reestruturação dos bancos inicia o pente-fino pelos setores nos quais as instituições têm maior exposição. Nessa lista estão os segmentos de construção, infraestrutura, varejo, revenda de carros e mercado imobiliário. Partindo dos setores, esses executivos afunilam as análises até chegar às empresas mais frágeis. Em alguns casos, as companhias não têm noção da realidade que vivem e precisam ser alertadas pelos bancos, diz o vice-presidente do Bradesco, Domingos Abreu”.
“Com esse diagnóstico em mãos, as instituições financeiras oferecem um ‘pacote de ajuda’, que vai desde tomar ativos como garantia e alongar as dívidas até buscar um novo investidor para injetar capital na empresa. Em muitas situações, a venda de ativos é a melhor saída. Foi o que ocorreu com a Renova Energia, uma das maiores geradoras de energia eólica do País. A empresa rolou uma parte de seus débitos e vendeu ativos para honrar compromissos. Inicialmente a reestruturação buscava um sócio para capitalizar a empresa – o que foi adiado com a venda de um parque eólico por R$ 650 milhões”.
A postura mais pró-ativa dos bancos – que inclusive tentam aproveitar a crise para elevar seus lucros, engolindo os negócios dos devedores – é explicada pela rápida escalada dos pedidos de recuperação. Só no ano passado, 1.863 empresas entraram com pedidos na Justiça – volume 44% superior ao de 2015, com 1.287 ocorrências. Para este ano, em decorrência da política recessiva adotada pelo covil golpista de Michel Temer e da instabilidade gerada pelas iniciativas protecionistas de Donald Trump nos EUA, a tendência é de um aumento dos pedidos de recuperação. Daí o temor dos bancos.
A mídia chapa-branca ainda tenta escamotear, principalmente nos telejornais da Globo, mas a situação da economia brasileira está se deteriorando rapidamente. Ela já se expressa no aumento do desemprego, na queda da renda dos assalariados, na redução das vendas no varejo, na falência de empresas e agora atinge o próprio setor financeiro. O Estadão desta segunda-feira (30) dá uma manchete sintomática: “Bancos criam equipes para evitar quebra de empresas”. A iniciativa não tem nada de benevolente. É uma questão de sobrevivência: as empresas falidas não pagam suas dívidas, o que apavora os banqueiros!
Segundo a reportagem, assinada por Mônica Scaramuzzo e Renée Pereira, os bancos decidiram criar equipes especializadas para “ajudar na reestruturação das companhias antes que a situação financeira se torne insustentável”. O sinal de alerta foi dado no ano passado, quando a crise econômica se agravou em decorrência da instabilidade política. O “golpe dos corruptos”, apoiado pelos abutres financeiros, teve efeito contrário ao difundido pela mídia rentista. Ao invés de recuperar a economia de forma “instantânea”, a deposição de Dilma Rousseff e o assalto ao poder da quadrilha de Michel Temer só agravaram a crise.
“Depois de amargarem perdas com a deterioração financeira de grandes empresas, que entraram em recuperação judicial ou estão envolvidas na Lava Jato, os maiores bancos privados do País – Itaú, Bradesco e Santander – começaram, nos últimos meses, a se organizar para evitar uma crise ainda maior. A preocupação é que essa onda de recuperações se intensifique e provoque um efeito cascata de estragos na já combalida economia do País”, descreve o Estadão, que acrescenta:
“Com equipes especializadas, esses bancos criaram departamentos totalmente focados na reestruturação de médias e grandes empresas. A ideia é trabalhar de forma preventiva, antes que o problema leve mais companhias a um processo de recuperação judicial ou falência – o que é prejudicial também para o balanço dessas instituições, que no último ano tiveram de fazer provisões para perdas bilionárias. Os casos mais emblemáticos foram os da Oi, com dívidas de R$ 65 bilhões, e da Sete Brasil, criada para entregar sondas para a Petrobrás, com débito de R$ 20 bilhões”.
Pela lista de monitoramento dos bancos, cerca R$ 300 bilhões em dívidas de médias e grandes empresas estão na mira destes planos de reestruturação – já excluindo as pendências da Oi e do Grupo Odebrecht. Diante deste cenário, o sinal de alerta foi acionado. “Queremos nos antecipar ao problema... A queda da rentabilidade de uma empresa ou um atraso de pagamento já acendem um alerta para o banco”, explica Eduardo Armonia, diretor responsável pela área de recuperação de crédito de atacado do Itaú. O Estadão dá detalhes sobre como agem os preocupados e ávidos banqueiros.
“Diante de uma grande quantidade de empresas em dificuldades – seja por causa da crise econômica ou por causa da Lava Jato –, o time de reestruturação dos bancos inicia o pente-fino pelos setores nos quais as instituições têm maior exposição. Nessa lista estão os segmentos de construção, infraestrutura, varejo, revenda de carros e mercado imobiliário. Partindo dos setores, esses executivos afunilam as análises até chegar às empresas mais frágeis. Em alguns casos, as companhias não têm noção da realidade que vivem e precisam ser alertadas pelos bancos, diz o vice-presidente do Bradesco, Domingos Abreu”.
“Com esse diagnóstico em mãos, as instituições financeiras oferecem um ‘pacote de ajuda’, que vai desde tomar ativos como garantia e alongar as dívidas até buscar um novo investidor para injetar capital na empresa. Em muitas situações, a venda de ativos é a melhor saída. Foi o que ocorreu com a Renova Energia, uma das maiores geradoras de energia eólica do País. A empresa rolou uma parte de seus débitos e vendeu ativos para honrar compromissos. Inicialmente a reestruturação buscava um sócio para capitalizar a empresa – o que foi adiado com a venda de um parque eólico por R$ 650 milhões”.
A postura mais pró-ativa dos bancos – que inclusive tentam aproveitar a crise para elevar seus lucros, engolindo os negócios dos devedores – é explicada pela rápida escalada dos pedidos de recuperação. Só no ano passado, 1.863 empresas entraram com pedidos na Justiça – volume 44% superior ao de 2015, com 1.287 ocorrências. Para este ano, em decorrência da política recessiva adotada pelo covil golpista de Michel Temer e da instabilidade gerada pelas iniciativas protecionistas de Donald Trump nos EUA, a tendência é de um aumento dos pedidos de recuperação. Daí o temor dos bancos.
2 comentários:
Deteriorando? 'É claro' que os (des) governos Lula/Dilma não sabiam...
Precisa de uma análise mas técnica. A questão de golpe têm várias análise de e interpretações. Parece uma reportagem alarmista e que não separa um único sistema. O da corrupção que não escapa nenhum partido e político. Estos pagando o preço de toda essa loucura. Tudo farinha do mesmo saco.
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