Por Renato Rovai, em seu blog:
O novo prefeito de São Paulo, João Doria (PSDB), escolheu para primeiro ato de seu governo ir às ruas com todo o seu secretariado e presidentes de empresas municipais vestido de gari e empunhando vassouras. A cena, além de constrangedora, não é nada nova. Muito pelo contrário, remete ao populismo imbecilizado que teve em Jânio Quadros seu principal expoente. Jânio, o homem da vassourinha, que depois de renunciar e levar o país ao golpe de 64, se tornou prefeito de São Paulo, em 1985, utilizando os mesmos métodos.
Jânio descia do carro oficial para multar motoristas, dava incertas em hospitais e saia distribuindo ordens para médicos e enfermeiros. Fazia de tudo, mas sempre quando havia algum órgão de imprensa para registrar a cena.
Eleito em 1992 para prefeito do Rio de Janeiro, César Maia resgatou o estilo Jânio. Se tornou conhecido nacionalmente como o “prefeito maluquinho”. Entre outras ações, em meio ao calor carioca pediu sorvetes num açougue e aproveitou o Carnaval carioca para sair junto com os garis (que coincidência, né?) varrendo a Sapucaí.
O misancene de João Dória nada mais é do que uma estratégia de marketing de um produto que foi criado em laboratório e que precisará de muita cobertura positiva da imprensa para não apodrecer em poucos meses.
Dória precisa se lançar numa cruzada enlouquecida por holofotes e notícias de suas ações porque, inclusive, já é candidato a governador do estado.
O velho populismo ganhou um ator à altura. Mas engana-se quem acha que neste papel Doria vai se permitir ser apenas um coadjuvante, por exemplo, de Alckmin.
Se houver possibilidade e se o governador der mole, ele partirá para cima.
Os populistas não fazem jogo coletivo. Eles jogam sempre sozinhos e para eles mesmos.
Se você achou a cena de hoje bizarra, prepare-se. Vai vir coisa muito pior pela frente. Doria de gari é só uma amostra grátis de um novo contexto político onde Bolsonaro é considerado um mito por boa parte da população.
PS: Só pra não dizerem que falei de tudo, menos do ato em sim, as ruas da Praça 14 Bis que Doria e seus asseclas foram varrer hoje pela manhã, foram limpas de madrugada por uma equipe de trabalhadores de fato. Gente que não veste o uniforme de gari apenas para sair na foto.
O novo prefeito de São Paulo, João Doria (PSDB), escolheu para primeiro ato de seu governo ir às ruas com todo o seu secretariado e presidentes de empresas municipais vestido de gari e empunhando vassouras. A cena, além de constrangedora, não é nada nova. Muito pelo contrário, remete ao populismo imbecilizado que teve em Jânio Quadros seu principal expoente. Jânio, o homem da vassourinha, que depois de renunciar e levar o país ao golpe de 64, se tornou prefeito de São Paulo, em 1985, utilizando os mesmos métodos.
Jânio descia do carro oficial para multar motoristas, dava incertas em hospitais e saia distribuindo ordens para médicos e enfermeiros. Fazia de tudo, mas sempre quando havia algum órgão de imprensa para registrar a cena.
Eleito em 1992 para prefeito do Rio de Janeiro, César Maia resgatou o estilo Jânio. Se tornou conhecido nacionalmente como o “prefeito maluquinho”. Entre outras ações, em meio ao calor carioca pediu sorvetes num açougue e aproveitou o Carnaval carioca para sair junto com os garis (que coincidência, né?) varrendo a Sapucaí.
O misancene de João Dória nada mais é do que uma estratégia de marketing de um produto que foi criado em laboratório e que precisará de muita cobertura positiva da imprensa para não apodrecer em poucos meses.
Dória precisa se lançar numa cruzada enlouquecida por holofotes e notícias de suas ações porque, inclusive, já é candidato a governador do estado.
O velho populismo ganhou um ator à altura. Mas engana-se quem acha que neste papel Doria vai se permitir ser apenas um coadjuvante, por exemplo, de Alckmin.
Se houver possibilidade e se o governador der mole, ele partirá para cima.
Os populistas não fazem jogo coletivo. Eles jogam sempre sozinhos e para eles mesmos.
Se você achou a cena de hoje bizarra, prepare-se. Vai vir coisa muito pior pela frente. Doria de gari é só uma amostra grátis de um novo contexto político onde Bolsonaro é considerado um mito por boa parte da população.
PS: Só pra não dizerem que falei de tudo, menos do ato em sim, as ruas da Praça 14 Bis que Doria e seus asseclas foram varrer hoje pela manhã, foram limpas de madrugada por uma equipe de trabalhadores de fato. Gente que não veste o uniforme de gari apenas para sair na foto.
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