Passado o carnaval, no início de março o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, deve pedir e o ministro relator no STF Luiz Fachin deve autorizar o fim do sigilo sobre as delações da Odebrecht. Total ou parcialmente. Teori Zavascki pretendia fazer isso em fevereiro. Com sua morte, todos “ganharam algum tempo”, como previu Eliseu Padilha. Até lá, estará aberto um “bolão de apostas” que circula na Esplanada sobre quantos ministros de Temer serão delatados. Até agora são conhecidos seis: Padilha (Casa Civil/PMDB), Moreira Franco (Secretaria Geral/PMDB), José Serra (Relações Exteriores/PSDB), Bruno Araújo (Cidades/PSDB), Gilberto Kassab (Ciência, Tecnologia e Comunicações/PSD) e Marcos Pereira (MDIC/PRB), o último de que se tem notícia.
Como Temer já declarou que afastará provisoriamente os ministros que forem citados (e definitivamente só se virarem réus, o que jamais acontecerá dentro de seu mandato), o “ministério dos delatados”, com esta meia dúzia, será uma apêndice do governo. Afastados provisoriamente, eles continuarão sendo ministros. As pastas devem ser tocadas por interinos, geralmente os secretários-executivos. Continuarão recebendo salários e manterão o foro especial do STF. Com o salário atual do ministro de Estado fixado em R$ 30.934,70, o governo gastará R$ 185.608,20 mensais só com estes seis, caso Temer tenha de afastá-los após as delações e consequentes denúncias. As apostas no “bolão”, entretanto, são em número maior de encalacrados.
O mais novo delatado, Marcos Pereira, segundo os executivos Alexandrino Cunha e Fernando Cunha, recebeu R$ 7 milhões da Odebrecht em 2014 para campanhas do PRB. Segundo o ministro, para a campanha do atual prefeito do Rio, Marcelo Crivella, a governador. Padilha foi acusado por Claudio Mello Filho de atuar como preposto de Michel Temer no recebimento de recursos para o PMDB. Inclusive de parte dos R$ 10 milhões que Temer pediu a Marcelo Odebrecht em pleno Jaburu. Moreira Franco, segundo o mesmo delator, recebeu recursos relacionados com a reforma dos aeroportos em 2013/14, quando era ministros da Aviação Civil. José Serra, segundo os executivos Carlos Armando Paschoal e Pedro Novis, recebeu R$ 23 milhões da empreiteira para sua campanha a presidente em 2010. Kassab, disse o delator Paulo Cezena, recebeu R$14 milhões da Odebrecht entre 2013 e 2014. Claudio Mello Filho afirmou que a empresa ajudou Bruno Araujo mas não citou os valores.
Se Janot pedir a suspensão do sigilo dos 77 depoimentos da delação da empreiteira, o estrondo será grande. Além de Temer, de seis ou mais ministros, a lista da Odebrecht conterá mais de uma centena de nomes, incluindo Renan e Jucá, governadores e dezenas de parlamentares da base governista.
O mais provável é que o procurador-geral alegue a necessidade de investigações complementares para não pedir a desinterdição de todos os depoimentos. Mais uma vez, teremos a exposição seletiva, ainda que com uma desculpa fundamentada. A não ser que Fachin resolva tomar a iniciativa de escancarar as delações.
Como Temer já declarou que afastará provisoriamente os ministros que forem citados (e definitivamente só se virarem réus, o que jamais acontecerá dentro de seu mandato), o “ministério dos delatados”, com esta meia dúzia, será uma apêndice do governo. Afastados provisoriamente, eles continuarão sendo ministros. As pastas devem ser tocadas por interinos, geralmente os secretários-executivos. Continuarão recebendo salários e manterão o foro especial do STF. Com o salário atual do ministro de Estado fixado em R$ 30.934,70, o governo gastará R$ 185.608,20 mensais só com estes seis, caso Temer tenha de afastá-los após as delações e consequentes denúncias. As apostas no “bolão”, entretanto, são em número maior de encalacrados.
O mais novo delatado, Marcos Pereira, segundo os executivos Alexandrino Cunha e Fernando Cunha, recebeu R$ 7 milhões da Odebrecht em 2014 para campanhas do PRB. Segundo o ministro, para a campanha do atual prefeito do Rio, Marcelo Crivella, a governador. Padilha foi acusado por Claudio Mello Filho de atuar como preposto de Michel Temer no recebimento de recursos para o PMDB. Inclusive de parte dos R$ 10 milhões que Temer pediu a Marcelo Odebrecht em pleno Jaburu. Moreira Franco, segundo o mesmo delator, recebeu recursos relacionados com a reforma dos aeroportos em 2013/14, quando era ministros da Aviação Civil. José Serra, segundo os executivos Carlos Armando Paschoal e Pedro Novis, recebeu R$ 23 milhões da empreiteira para sua campanha a presidente em 2010. Kassab, disse o delator Paulo Cezena, recebeu R$14 milhões da Odebrecht entre 2013 e 2014. Claudio Mello Filho afirmou que a empresa ajudou Bruno Araujo mas não citou os valores.
Se Janot pedir a suspensão do sigilo dos 77 depoimentos da delação da empreiteira, o estrondo será grande. Além de Temer, de seis ou mais ministros, a lista da Odebrecht conterá mais de uma centena de nomes, incluindo Renan e Jucá, governadores e dezenas de parlamentares da base governista.
O mais provável é que o procurador-geral alegue a necessidade de investigações complementares para não pedir a desinterdição de todos os depoimentos. Mais uma vez, teremos a exposição seletiva, ainda que com uma desculpa fundamentada. A não ser que Fachin resolva tomar a iniciativa de escancarar as delações.
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