Brasília, 24/5/17. Foto: Isadora Freixo/Mídia Ninja |
Eis que, após o vendaval que atingiu o Planalto e varreu Aécio de cena, dando-se por consumada a morte do governo ilegítimo, surgem vozes pretensamente democráticas a bradar ao país: “Cumpram a Constituição! Cumpram a Constituição!”.
O afã pretensamente legalista, vociferado por “jornalistas” da Globo, mal refeitos da delação que atingiu o coração dos seus até recentemente queridinhos Temer e Aécio, nada tem de democrático. A pressa com que exigem o cumprimento da Constituição Federal e a realização imediata de uma eleição indireta nem busca ocultar as suas verdadeiras razões.
O que querem, eles e próceres conservadores que já buscam os holofotes arrotando respeito à Constituição, é exatamente acabar de rasgar a Carta de 1988. O que buscam, com uma eleição indireta em um congresso majoritariamente conservador, com meia banda atolada até a raiz dos cabelos em escândalos os mais diversos, é exatamente dar seguimento às reformas, cortando mais e mais na carne do povo, enquanto preservam e ampliam os privilégios das castas de sempre, as que sempre se beneficiaram do estado brasileiro.
Os que bradam agora por respeito à Constituição não têm por ela nenhum apreço, e se o fazem é por puro oportunismo, pois sabem que neste momento uma eleição indireta favorece exatamente o consórcio golpista, o mesmo consórcio do qual fizeram e fazem parte Temer, Aécio, a Globo, setores do judiciário e demais apaniguados.
Temem e tremem, esses senhores, que se dê a decisão ao povo, que se realize uma eleição direta. Temem e tremem, pois não há em seu campo um candidato que os una e que tenha chances de vencer as eleições no atual cenário. Por trás dos gritos histéricos de “respeito à Constituição” esconde-se o medo do povo, esconde-se o medo de mais uma derrota nas urnas.
Do lado do campo democrático e popular, do lado das forças que estávamos, até agora, na mais absoluta defensiva, há que se passar, de imediato, à ofensiva, há que se reorganizar as tropas e avançar.
A palavra de ordem de “Diretas Já!” é unificadora. Ela granjeia a simpatia de amplos espectros da população. É em torno dela que devemos nos agrupar. É em torno dessa palavra de ordem que devemos ocupar as ruas e mobilizar o povo.
E devemos também tomar para nós a bandeira de defesa da Constituição, da nossa Carta Magna. Defender eleições diretas neste momento é que é o verdadeiro significado de respeito à Constituição. Defender as “Diretas Já!” é fazer cumprir a Constituição, naquilo que ela tem de mais importante e significativo, expresso no parágrafo único do seu primeiro artigo: a afirmação de que todo poder emana do povo.
Tomemos pois, as ruas. Unifiquemos as nossas forças em torno dessa bandeira. Busquemos a maior amplitude possível.
Em defesa da Constituição, em defesa dos trabalhadores e do povo brasileiro, tomemos as ruas.
Todo poder ao povo: Diretas Já!
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