Por Bajonas Teixeira, no blog Cafezinho:
O que no dia a dia do golpe se aprende é que um golpe é formado por muitos golpes. Tanto é assim, que os que derrubaram Dilma seguiram logo na mesma trajetória ladeira a baixo: Eduardo Cunha foi preso, e permanece trancado deste então, Aécio Neves, foi reduzido a um fantasma obscuro do submundo, e Temer é hoje mais um invasor que um legítimo ocupante do palácio do Jaburu. Contudo, diferente dos outros dois, Temer teve tempo de refletir e aprender com os fatos. E concluiu que está num tudo ou nada: ou nós ou eles. E aí começa a atuar o gangster político.
As ameaças à Globo, ao grupo JBS e à pressão contra o ministro Fachin, que querem convocar para CPI, são a imagem acabada da prática do gangsterianismo político. Contudo, não chegamos aqui sem uma participação entusiasmada do Judiciário. Quando o assunto era derrubar Dilma, o STF esteve lá, na linha de frente, negando todos ou quase todos os requerimentos da defesa de Dilma, dando legitimidade ao processo, e impulsionando a aventura de Michel Temer. Agora está na linha de mira do golpe, e a razão é simples: o golpe ganhou a forma de uma disputa pelo poder entre o Judiciário e o MPF, por um lado, e os políticos por outro.
A questão é quem terá o poder nas mãos. O fato é que eles acreditaram piamente no mito que criaram, o de que o PT era uma organização que trabalhava por um projeto de poder, e, fixados na miragem do poder, passaram para a disputa intestina sobre quem ficará com o cetro e a coroa.
Em relação à Globo, uma máquina de manipulação de massas que se indispôs com Temer, e cujas motivações permanecem obscuras, o digno presidente vociferou:
“Quando o Brasil faz a concessão de 1 aeroporto, arrecada dinheiro. Quando vencem as concessões dos serviços de água, luz, esgoto, também se cobra pela renovação. Ganha quem oferece mais. Por que no caso das emissoras de rádio e TV essas renovações são de graça?”.
Em relação à JBS, o plano elaborado para sua destruição, segundo divulgado na imprensa, consiste em “atacar e tentar dizimar a JBS em todas as frentes: na Receita Federal, na CVM (Comissão de Valores Mobiliários), no INSS (Instituto Nacional de Seguro Social) e na Justiça. A ideia é provar desde apropriação indébita dos descontos do INSS de seus funcionários até a especulação na bolsa de valores e no mercado de câmbio. E o que mais vier a aparecer na CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) da JBS/BNDES, que a bancada governista promove no Congresso.”
A terceira frente do gangsterianismo, o ataque a Fachin e a Janot, foi apresentado, na sua parte pública, em matéria da Folha, mas que parece incluir uma versão subterrânea, de espionagem, que teria ficado por conta da Abin. As reações ontem, 11 de junho, ao uso da Abin mostraram os semblantes de Carmen Lúcia, e de Rodrigo Janot, muito escandalizados e boquiabertos.
Há ainda o desejo de levar Fachin a uma CPI, que hoje teve a reação do ministro Barroso afirmando que “CPI não convoca juiz”.
Enfim, está tudo aí e não falta nenhum dos emblemas do gangsterianismo político. Tudo isso, contudo, só revela a degradação institucional que o próprio Judiciário ajudou a construir. E essa degradação do estado, sob o qual emerge um estado policial, tem visibilidade em todos os âmbitos da vida brasileira: basta ver as chacinas que avançam em ritmo acelerado nas zonas rurais e nas cidades. E é óbvio: quando se toca o terror nas cúpulas, embaixo a rapaziada dança o gangster style. Nada mais natural.
O que no dia a dia do golpe se aprende é que um golpe é formado por muitos golpes. Tanto é assim, que os que derrubaram Dilma seguiram logo na mesma trajetória ladeira a baixo: Eduardo Cunha foi preso, e permanece trancado deste então, Aécio Neves, foi reduzido a um fantasma obscuro do submundo, e Temer é hoje mais um invasor que um legítimo ocupante do palácio do Jaburu. Contudo, diferente dos outros dois, Temer teve tempo de refletir e aprender com os fatos. E concluiu que está num tudo ou nada: ou nós ou eles. E aí começa a atuar o gangster político.
As ameaças à Globo, ao grupo JBS e à pressão contra o ministro Fachin, que querem convocar para CPI, são a imagem acabada da prática do gangsterianismo político. Contudo, não chegamos aqui sem uma participação entusiasmada do Judiciário. Quando o assunto era derrubar Dilma, o STF esteve lá, na linha de frente, negando todos ou quase todos os requerimentos da defesa de Dilma, dando legitimidade ao processo, e impulsionando a aventura de Michel Temer. Agora está na linha de mira do golpe, e a razão é simples: o golpe ganhou a forma de uma disputa pelo poder entre o Judiciário e o MPF, por um lado, e os políticos por outro.
A questão é quem terá o poder nas mãos. O fato é que eles acreditaram piamente no mito que criaram, o de que o PT era uma organização que trabalhava por um projeto de poder, e, fixados na miragem do poder, passaram para a disputa intestina sobre quem ficará com o cetro e a coroa.
Em relação à Globo, uma máquina de manipulação de massas que se indispôs com Temer, e cujas motivações permanecem obscuras, o digno presidente vociferou:
“Quando o Brasil faz a concessão de 1 aeroporto, arrecada dinheiro. Quando vencem as concessões dos serviços de água, luz, esgoto, também se cobra pela renovação. Ganha quem oferece mais. Por que no caso das emissoras de rádio e TV essas renovações são de graça?”.
Em relação à JBS, o plano elaborado para sua destruição, segundo divulgado na imprensa, consiste em “atacar e tentar dizimar a JBS em todas as frentes: na Receita Federal, na CVM (Comissão de Valores Mobiliários), no INSS (Instituto Nacional de Seguro Social) e na Justiça. A ideia é provar desde apropriação indébita dos descontos do INSS de seus funcionários até a especulação na bolsa de valores e no mercado de câmbio. E o que mais vier a aparecer na CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) da JBS/BNDES, que a bancada governista promove no Congresso.”
A terceira frente do gangsterianismo, o ataque a Fachin e a Janot, foi apresentado, na sua parte pública, em matéria da Folha, mas que parece incluir uma versão subterrânea, de espionagem, que teria ficado por conta da Abin. As reações ontem, 11 de junho, ao uso da Abin mostraram os semblantes de Carmen Lúcia, e de Rodrigo Janot, muito escandalizados e boquiabertos.
Há ainda o desejo de levar Fachin a uma CPI, que hoje teve a reação do ministro Barroso afirmando que “CPI não convoca juiz”.
Enfim, está tudo aí e não falta nenhum dos emblemas do gangsterianismo político. Tudo isso, contudo, só revela a degradação institucional que o próprio Judiciário ajudou a construir. E essa degradação do estado, sob o qual emerge um estado policial, tem visibilidade em todos os âmbitos da vida brasileira: basta ver as chacinas que avançam em ritmo acelerado nas zonas rurais e nas cidades. E é óbvio: quando se toca o terror nas cúpulas, embaixo a rapaziada dança o gangster style. Nada mais natural.
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