Por Ricardo Kotscho, em seu blog:
Não deve ser fácil para um governante de 76 anos, que bate recordes de impopularidade e enfrenta a ameaça de desembarque de seus principais aliados.
Com sua articulação política desmantelada, encurralado por todo lado, esta semana o presidente Michel Temer resolveu assumir ele mesmo o papel de negociador do governo para continuar no Palácio do Planalto a qualquer preço.
Passa os dias reunido em seu gabinete com deputados que vão julgar a denúncia por corrupção passiva no inquérito aberto pela PGR, homologada pelo STF e encaminhada à Câmara após as delações da JBS.
Temer disse outro dia que não sabe porque Deus o colocou na Presidência da República, mas está na hora de saber se vale a pena continuar gastando todas as suas energias apenas para sobreviver no cargo.
Por que o presidente luta tanto para continuar no governo? Para quê?
Três razões costumam ser lembradas para justificar esta resiliência: zelar pela biografia, aprovar as reformas e manter o foro privilegiado para não cair nas mãos de Sergio Moro.
A biografia já está maculada e as reformas foram desfiguradas. Resta então apenas o foro privilegiado, o instinto natural de defesa de qualquer político.
Antes e acima do político, penso sempre também no ser humano que há por trás dele. Para isso, procuro me colocar no lugar dos outros.
Que vida este homem está levando? Onde arruma tempo para, além de montar a sua defesa, cuidar também da família e do país, afundado na maior recessão da sua história?
É como o jogador que bate o escanteio, corre na área para cabecear e tem que voltar correndo para evitar o contra-ataque.
Nos fins de semana, desde que veio a público a delação de Joesley Batista, em maio, Temer vem a São Paulo encontrar-se com o advogado Antonio Mariz de Oliveira, num bate e volta para Brasília, onde o aguardam novas reuniões sobre a crise que se agrava a cada dia.
Vamos pegar a quarta-feira como exemplo da sua massacrante rotina de presidente e articulador político, obrigado a chefiar pessoalmente sua tropa de choque, também ela cercada por inquéritos e denúncias.
Como nos outros dias, chegou ao Palácio do Planalto às oito da manhã e passou horas trancado no gabinete para ouvir as demandas de parlamentares, um de cada vez, em troca dos votos que selarão seu destino nas próximas semanas.
Outras três horas foram dedicadas a analisar com o amigo e advogado Mariz de Oliveira a defesa que seria entregue à tarde na Comissão de Constituição e Justiça.
Entre uma e outra audiência para cabalar apoios, recebeu o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, com quem discutiu a viagem à Alemanha, nesta quinta-feira, para participar da reunião do G-20.
No final da tarde, convocou uma reunião de emergência à noite para pedir o empenho da equipe ministerial na conquista de votos entre aliados durante a sua ausência.
Passou mais de três horas reunido com 22 ministros e disse a eles ter certeza de que será absolvido no Supremo Tribunal Federal, mesmo que o plenário da Câmara não evite o prosseguimento da denúncia.
Só saiu do Planalto já tarde da noite, deixando para trás um balaio de más notícias, como a iminência das delações de Lúcio Funaro e Eduardo Cunha.
Por quanto tempo aguentará ainda?, é o que todo mundo se pergunta.
Vida que segue.
Não deve ser fácil para um governante de 76 anos, que bate recordes de impopularidade e enfrenta a ameaça de desembarque de seus principais aliados.
Com sua articulação política desmantelada, encurralado por todo lado, esta semana o presidente Michel Temer resolveu assumir ele mesmo o papel de negociador do governo para continuar no Palácio do Planalto a qualquer preço.
Passa os dias reunido em seu gabinete com deputados que vão julgar a denúncia por corrupção passiva no inquérito aberto pela PGR, homologada pelo STF e encaminhada à Câmara após as delações da JBS.
Temer disse outro dia que não sabe porque Deus o colocou na Presidência da República, mas está na hora de saber se vale a pena continuar gastando todas as suas energias apenas para sobreviver no cargo.
Por que o presidente luta tanto para continuar no governo? Para quê?
Três razões costumam ser lembradas para justificar esta resiliência: zelar pela biografia, aprovar as reformas e manter o foro privilegiado para não cair nas mãos de Sergio Moro.
A biografia já está maculada e as reformas foram desfiguradas. Resta então apenas o foro privilegiado, o instinto natural de defesa de qualquer político.
Antes e acima do político, penso sempre também no ser humano que há por trás dele. Para isso, procuro me colocar no lugar dos outros.
Que vida este homem está levando? Onde arruma tempo para, além de montar a sua defesa, cuidar também da família e do país, afundado na maior recessão da sua história?
É como o jogador que bate o escanteio, corre na área para cabecear e tem que voltar correndo para evitar o contra-ataque.
Nos fins de semana, desde que veio a público a delação de Joesley Batista, em maio, Temer vem a São Paulo encontrar-se com o advogado Antonio Mariz de Oliveira, num bate e volta para Brasília, onde o aguardam novas reuniões sobre a crise que se agrava a cada dia.
Vamos pegar a quarta-feira como exemplo da sua massacrante rotina de presidente e articulador político, obrigado a chefiar pessoalmente sua tropa de choque, também ela cercada por inquéritos e denúncias.
Como nos outros dias, chegou ao Palácio do Planalto às oito da manhã e passou horas trancado no gabinete para ouvir as demandas de parlamentares, um de cada vez, em troca dos votos que selarão seu destino nas próximas semanas.
Outras três horas foram dedicadas a analisar com o amigo e advogado Mariz de Oliveira a defesa que seria entregue à tarde na Comissão de Constituição e Justiça.
Entre uma e outra audiência para cabalar apoios, recebeu o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, com quem discutiu a viagem à Alemanha, nesta quinta-feira, para participar da reunião do G-20.
No final da tarde, convocou uma reunião de emergência à noite para pedir o empenho da equipe ministerial na conquista de votos entre aliados durante a sua ausência.
Passou mais de três horas reunido com 22 ministros e disse a eles ter certeza de que será absolvido no Supremo Tribunal Federal, mesmo que o plenário da Câmara não evite o prosseguimento da denúncia.
Só saiu do Planalto já tarde da noite, deixando para trás um balaio de más notícias, como a iminência das delações de Lúcio Funaro e Eduardo Cunha.
Por quanto tempo aguentará ainda?, é o que todo mundo se pergunta.
Vida que segue.
1 comentários:
Ele pediu.....! Teve muitas oportunidsdes dr sair prla porta ds frente convocando eleições diretas e não assumindo o golpe que foi patrocinado pela Globo e seus Aecios MBL tucanalhas golpista.
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