Por Hylda Cavalcanti, na Rede Brasil Atual:
Incômodo no próprio PSDB
No Senado, o ambiente de confusão no ninho tucano não é diferente. Entre assessores da liderança do partido, informações de bastidores são de que pegou mal o fato de o presidente interino da legenda, Tasso Jereissati (CE), ter se afastado algumas vezes do plenário do Senado na votação sobre o adiamento da decisão judicial contra Aécio. Jereissati demonstrou certo constrangimento em defender o colega e tem externado esse desconforto a políticos mais próximos.
Além dessa postura, embora os tucanos tenham votado em sua maioria a favor de Aécio, a decisão não foi unânime, como desejavam os líderes. Votaram pelo adiamento da sessão e ao lado dos peemedebistas os senadores Ricardo Ferraço (ES) e Eduardo Amorim (SE), que não seguiram a orientação da bancada do PSDB.
“É uma disputa interna velada. O PMDB resolveu deixar de apoiar o senador mineiro não porque quer buscar maior negociação com o Supremo, como disse o presidente do Congresso, Eunício Oliveira(PMDB-CE). Mas porque quer ganhar tempo para conseguir o apoio dos tucanos na denúncia contra o presidente”, disse o cientista político Alexandre Ramalho, ao avaliar o xadrez político que está em jogo.
Segundo ele, “a esta altura, o caso Aécio e a denúncia contra o presidente estão entrelaçados nas negociações entre os parlamentares. Não dá mais. As duas legendas – PMDB e PSDB – vão ter que sentar e buscar uma negociação ou passar a atuar em separado”.
O PSDB vive dias complicados não apenas por protagonizar uma disputa com o Judiciário por conta da decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) contra o senador Aécio Neves (PSDB-MG), como também junto ao PMDB e integrantes da base do governo. O recado mais evidente foi passado na noite de ontem (3), durante a votação do Senado que adiou a apreciação do caso de Aécio pela Casa. Por 50 votos contra 20, o plenário decidiu postergar a votação do caso para o dia 17 – tudo o que os tucanos não queriam.
A decisão, segundo analistas, demonstrou um recuo dos líderes no sentido de buscar algum consenso com o STF e deu o tom do desgaste do partido com Aécio. Ao mesmo tempo, foi marcada pelo posicionamento dos peemedebistas, que resolveram não apoiar o parlamentar do PSDB e se manifestaram pelo adiamento da sessão.
A equação é simples: o PSDB, que se dividiu na votação da primeira denúncia contra Michel Temer, liberou a bancada, computou votos pelo acolhimento da denúncia e conta até com um grupo que pede a saída de ministros da legenda do governo, agora terá de atuar unido.
O PMDB quer o fim das divisões no ninho tucano em relação ao apoio à base governista, e ameaça a legenda com uma possível perda dos cargos que possui no Executivo, colocando em jogo ainda o apoio dos peemedebistas na votação que vai apreciar a decisão sobre Aécio.
Na última semana, com a decisão do STF que determinou o recolhimento domiciliar noturno para o senador e seu afastamento do cargo, o Planalto partiu, em um primeiro momento, para a defesa do neto de Tancredo Neves. Ministros e o próprio Michel Temer chamaram líderes de outros partidos aliados para intercederem em favor do parlamentar mineiro. Passou a ser negociada uma espécie de frente em sua defesa no Congresso Nacional.
Mas a estratégia ruiu quando, num passo incerto, o governo se antecipou e articulou a nomeação de um tucano como relator da denúncia contra Temer na Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJ) na Câmara, o deputado Bonifácio de Andrada (PSDB-MG). Os deputados peessedebistas na Casa ficaram e continuam irritados, pois não queriam ter um parlamentar do partido na relatoria.
A decisão, segundo analistas, demonstrou um recuo dos líderes no sentido de buscar algum consenso com o STF e deu o tom do desgaste do partido com Aécio. Ao mesmo tempo, foi marcada pelo posicionamento dos peemedebistas, que resolveram não apoiar o parlamentar do PSDB e se manifestaram pelo adiamento da sessão.
A equação é simples: o PSDB, que se dividiu na votação da primeira denúncia contra Michel Temer, liberou a bancada, computou votos pelo acolhimento da denúncia e conta até com um grupo que pede a saída de ministros da legenda do governo, agora terá de atuar unido.
O PMDB quer o fim das divisões no ninho tucano em relação ao apoio à base governista, e ameaça a legenda com uma possível perda dos cargos que possui no Executivo, colocando em jogo ainda o apoio dos peemedebistas na votação que vai apreciar a decisão sobre Aécio.
Na última semana, com a decisão do STF que determinou o recolhimento domiciliar noturno para o senador e seu afastamento do cargo, o Planalto partiu, em um primeiro momento, para a defesa do neto de Tancredo Neves. Ministros e o próprio Michel Temer chamaram líderes de outros partidos aliados para intercederem em favor do parlamentar mineiro. Passou a ser negociada uma espécie de frente em sua defesa no Congresso Nacional.
Mas a estratégia ruiu quando, num passo incerto, o governo se antecipou e articulou a nomeação de um tucano como relator da denúncia contra Temer na Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJ) na Câmara, o deputado Bonifácio de Andrada (PSDB-MG). Os deputados peessedebistas na Casa ficaram e continuam irritados, pois não queriam ter um parlamentar do partido na relatoria.
Relatoria paralela
Integrantes da CCJ negociam, agora, a possibilidade de ser indicado um novo relator, caso Andrada renuncie, com apresentação de um voto em separado por parte do deputado, para que não ele não saia ainda mais desgastado do episódio.
“Como deputado da base o que eu digo é que a rejeição do PSDB ao nome do deputado Bonifácio de Andrada deixou constrangidos todos nós. Se o PSDB tem cargos no governo e boa parte dos seus membros apoia o presidente Temer, não tinha porque reagir desta forma em relação à escolha de um tucano para a relatoria”, reclamou o deputado Carlos Marun (PMDB-MS), um dos mais ativos parlamentares na blindagem do presidente.
Por outro lado, já está acertado que o deputado Sérgio Zveiter (Podemos-RJ), que relatou a primeira denúncia, apresentará um relatório paralelo, para ser apresentado na comissão, pedindo que o presidente e seus ministros sejam processados.
“Tentaram atrelar o apoio ao senador Aécio Neves ao apoio ao presidente, mas a escolha do relator aconteceu de forma antidemocrática. O PSDB já iria tomar uma posição, mas a partir da avaliação de técnicos do partido, não dessa forma. Agora, a solução é tentar resolver essa confusão de acordo com o que decidir a maioria do partido”, disse o líder do PSDB na Câmara, deputado Ricardo Trípoli (SP).
Ontem, os tucanos tinham decidido, após reunião tensa, esperar até o final desta manhã pela renúncia de Bonifácio de Andrada da relatoria. Um grupo de deputados foi convocado para ter novas conversas com Andrada no sentido de convencê-lo. Hoje, já está sendo negociada uma segunda opção: a troca de relator pelo próprio presidente da CCJ, Rodrigo Pacheco (PMDB-MG).
A oposição, por sua vez, também está negociando para que seja votado requerimento que decidirá sobre o desmembramento da denúncia e atua para a apresentação de um outro relatório, em paralelo.
Integrantes da CCJ negociam, agora, a possibilidade de ser indicado um novo relator, caso Andrada renuncie, com apresentação de um voto em separado por parte do deputado, para que não ele não saia ainda mais desgastado do episódio.
“Como deputado da base o que eu digo é que a rejeição do PSDB ao nome do deputado Bonifácio de Andrada deixou constrangidos todos nós. Se o PSDB tem cargos no governo e boa parte dos seus membros apoia o presidente Temer, não tinha porque reagir desta forma em relação à escolha de um tucano para a relatoria”, reclamou o deputado Carlos Marun (PMDB-MS), um dos mais ativos parlamentares na blindagem do presidente.
Por outro lado, já está acertado que o deputado Sérgio Zveiter (Podemos-RJ), que relatou a primeira denúncia, apresentará um relatório paralelo, para ser apresentado na comissão, pedindo que o presidente e seus ministros sejam processados.
“Tentaram atrelar o apoio ao senador Aécio Neves ao apoio ao presidente, mas a escolha do relator aconteceu de forma antidemocrática. O PSDB já iria tomar uma posição, mas a partir da avaliação de técnicos do partido, não dessa forma. Agora, a solução é tentar resolver essa confusão de acordo com o que decidir a maioria do partido”, disse o líder do PSDB na Câmara, deputado Ricardo Trípoli (SP).
Ontem, os tucanos tinham decidido, após reunião tensa, esperar até o final desta manhã pela renúncia de Bonifácio de Andrada da relatoria. Um grupo de deputados foi convocado para ter novas conversas com Andrada no sentido de convencê-lo. Hoje, já está sendo negociada uma segunda opção: a troca de relator pelo próprio presidente da CCJ, Rodrigo Pacheco (PMDB-MG).
A oposição, por sua vez, também está negociando para que seja votado requerimento que decidirá sobre o desmembramento da denúncia e atua para a apresentação de um outro relatório, em paralelo.
Incômodo no próprio PSDB
No Senado, o ambiente de confusão no ninho tucano não é diferente. Entre assessores da liderança do partido, informações de bastidores são de que pegou mal o fato de o presidente interino da legenda, Tasso Jereissati (CE), ter se afastado algumas vezes do plenário do Senado na votação sobre o adiamento da decisão judicial contra Aécio. Jereissati demonstrou certo constrangimento em defender o colega e tem externado esse desconforto a políticos mais próximos.
Além dessa postura, embora os tucanos tenham votado em sua maioria a favor de Aécio, a decisão não foi unânime, como desejavam os líderes. Votaram pelo adiamento da sessão e ao lado dos peemedebistas os senadores Ricardo Ferraço (ES) e Eduardo Amorim (SE), que não seguiram a orientação da bancada do PSDB.
“É uma disputa interna velada. O PMDB resolveu deixar de apoiar o senador mineiro não porque quer buscar maior negociação com o Supremo, como disse o presidente do Congresso, Eunício Oliveira(PMDB-CE). Mas porque quer ganhar tempo para conseguir o apoio dos tucanos na denúncia contra o presidente”, disse o cientista político Alexandre Ramalho, ao avaliar o xadrez político que está em jogo.
Segundo ele, “a esta altura, o caso Aécio e a denúncia contra o presidente estão entrelaçados nas negociações entre os parlamentares. Não dá mais. As duas legendas – PMDB e PSDB – vão ter que sentar e buscar uma negociação ou passar a atuar em separado”.
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