Por Kiko Nogueira, no blog Diário do Centro do Mundo:
Lula deu uma entrevista coletiva em seu instituto da qual o DCM participou.
Bem humorado, confiante de que será inocentado no dia 24 de janeiro, ele estava ladeado de Fernando Haddad, seu coordenador de campanha.
Falou por mais de duas horas - mais do que como candidato, como presidente.
Os principais pontos:
- O Brasil só vai voltar à normalidade quando o povo votar. Precisamos de uma governança preocupada com o bem estar social do nosso povo.
- Minha condenação (no TRF 4 de Porto Alegre) será a negação da justiça. Pelo menos até agora não há provas. A sentença do Moro é quase uma piada. Eu tenho a tranquilidade de que serei absolvido. Não cometi crime.
- Tenho desafiado o Ministério Público e a Polícia Federal. Estamos vivendo uma anomalia jurídica. Esse processo veio de uma mentira. O Moro aceitou essa mentira como parte do processo. Agora eles estão sem rota de fuga. Mentiram e não têm como sair disso. A grande mentira é o powerpoint do Dallagnol.
- Não vou passar para a história como um inocente condenado. Por que não falam com o Tacla Durán? Imagina se fosse o Lula que ele estivesse acusando. Meu crime é ter mais chance de ser presidente que os outros. Se o apartamento é meu, me entreguem as chaves. Estarei candidato enquanto houver recursos.
- O estado não pode perder a capacidade de influir e ser indutor da economia. Quem não precisa de estado são os que mais mandam no estado. Esse governo só pensa em vender, vender, vender…
- Vão me inocentar por 3 a 0 (no julgamento do TRF 4). Só queria que eles lessem a peça processual e grifassem onde estão as provas. Se cometerem uma brutalidade jurídica, vou continua viajando pelo Brasil.
- Quero que leiam o processo e, se tiver prova, me telefonem.
- Tenho uma viagem à Etiópia a convite da União Africana. Não sei se estarei em Porto Alegre. O mundo tem que saber o que está acontecendo aqui. Não posso fazer mais do que isso. Luta armada com a minha idade?
- Vamos montar um governo melhor do que o que tive de 2007 a 2010. Sou muito otimista. Faremos um referendo revogatório. Rasgaram a Constituição e fizeram outra. Cada vitória muda a Constituição. Judicializaram a política.
- Não preciso ser candidato para fazer o que já fiz. Estou mais sabido.
- Nunca me perdoei por aquela foto com o Maluf. Foi para ganhar tempo de televisão para o Haddad. Estava com a garganta inchada por causa do tratamento do câncer. Não precisava (da fotografia).
- Espero que o povo eleja um Congresso melhor.
- Não vou morrer enquanto não me pedirem desculpa. Quero ouvir o William Bonner: “Desculpa, Lula”.
- Tenho quase certeza de que a Globo está mais enrascada do que eu (sobre o escândalo da FIFA).
- O Boulos quer ser candidato. Perguntei a ele: “Boulos, quantos deputados o MTST tem?” Ele falou: “Nenhum”. Então não posso negociar com você. O que adianta só ter povo se não tem representante?
- As alianças serão vistas caso a caso, estado a estado. Como o PT vai abrir mão de uma aliança com quem lhe defende? Renan em Alagoas, ou Requião no Paraná.
- O vice não pode ser ninguém mais velho do que eu. A natureza é implacável.
- Bolsonaro vive do ódio. A urna é um lugar de depositar esperança e não ódio. Minha campanha será ideologizada. A política foi demonizada por interesses políticos. Quanto mais for assim, mais fascista será a sociedade. Em 2014, o povo foi votar permeado pelo ódio. Agora se trata de distribuição de riqueza.
- Quero democratizar os meios de comunicação. Não quero tomar café com os Marinhos, com os Frias, com os Mesquitas… Vamos expor. Escancarar. Obviamente que vou conversar com eles, mas isso é uma necessidade da sociedade. Roberto Marinho era melhor que os filhos. Otávio Frias (dono da Folha) era melhor que o filho. Os Mesquitinhas eu não conheci.
- Dallagnol deveria ter sido exonerado depois daquele powerpoint. Não pode dar tanto destaque a quem não tem biografia.
- Vou escrever uma carta ao povo brasileiro, não ao mercado. O mercado ingrato nunca me agradeceu. Eles me odeiam.
- O Ciro Gomes faz mal a ele mesmo. Quando ele tiver a minha idade, vai perceber que a gente não fala o que a gente pensa. Sai bobagem. Outro dia, ouvi ele dizer: o Lula via dividir o país. Ora, só ganha quem divide o país. Precisa de metade mais um dos votos.
- Não estou namorando ninguém. O povo brasileiro é a minha alegria. Estou com 72 anos, com energia de 30 e tesão de 20.
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