Editorial do site Vermelho:
Carnaval é coisa séria. A festa, milenar na Europa, foi trazida para cá ligada às comemorações católicas. Aqui, foi apropriada pelo povo pobre, formado por negros e mestiços do “morro” – em linguagem contemporânea, da “periferia”. E se tornou a maior festa profana e popular do planeta.
Como festa popular, nasceu nas ruas, onde o povo, nos blocos, comemorava sua alegria e apresentava seus protestos e reivindicações. Blocos de carnaval que surgiram muito antes das escolas de samba que, nas últimas décadas, dão o tom do carnaval.
A incorporação da festa pelo povo teve, desde a origem, a marca do protesto. E da resistência contra a polícia, que tentou proibir a formação de blocos de carnaval, como o carioca Bola Preta, que comemora seu centenário e nasceu (em 1918) sob o signo da irreverência e da resistência.
Irreverência manifesta, no carnaval deste ano, pelo reiterado protesto social e político cantado ao som das baterias pelo Brasil afora.
Lá está o protesto contra a importunação das mulheres, expresso com perfeição na marcha que diz depois do não tudo é assédio.
Mas principalmente no protesto político, multiplicado em marchas contra Temer e o golpe de 2016, e contra as reformas reacionárias, trabalhista e previdenciária.
Não só contra Temer mas, contra a extrema direita de Jair Bolsonaro e, no Rio e em São Paulo, contra prefeitos conservadores como Marcelo Crivella e João Doria.
No Rio, o bloco "Comuna que Pariu" põe as cartas na mesa e defende mudanças profundas “Eu vim daqui, eu vim dali, eu vim de lá / Fora Temer e Crivella, tô na rua pra lutar” / “E camelô representa todo mundo que não vai se aposentar”. E canta a revolução: “Revolução e carnaval / É coisa nossa, nossa classe construiu - Vambora Maria, vambora José / Viver pra mudar nossa história / Vermelha vitória, desbanca burguês / Ó nós aqui outra vez”.
O carnaval é coisa séria e relativiza a imagem de informalidade e desorganização dos brasileiros. Informalidade sim, mas com muito afinco e organização! Afinal, não é simples nem “espontâneo” colocar tantas escolas de samba, com milhares de participantes em cada uma delas, em desfiles rigorosamente cronometrados.
São os blocos afro de Salvador, os maracatus do Recife e Olinda, escolas de samba no Rio de Janeiro, blocos de rua em São Paulo, Fortaleza, Belo Horizonte, Brasília e em todo o Brasil, onde os blocos se multiplicam e arrastam o povo que invade o asfalto com alegria e descontração.
É a festa da informalidade total. Mas também da seriedade, pontualidade, organização e coordenação. Que devem ser rigorosas na busca de metas almejadas pela coletividade – os lugares de destaque nos concursos de escolas de samba. Coordenação que, no carnaval, revela a enorme capacidade dos brasileiros de cumprir normas para atingir seu objetivos.
Carnaval é coisa séria. A festa, milenar na Europa, foi trazida para cá ligada às comemorações católicas. Aqui, foi apropriada pelo povo pobre, formado por negros e mestiços do “morro” – em linguagem contemporânea, da “periferia”. E se tornou a maior festa profana e popular do planeta.
Como festa popular, nasceu nas ruas, onde o povo, nos blocos, comemorava sua alegria e apresentava seus protestos e reivindicações. Blocos de carnaval que surgiram muito antes das escolas de samba que, nas últimas décadas, dão o tom do carnaval.
A incorporação da festa pelo povo teve, desde a origem, a marca do protesto. E da resistência contra a polícia, que tentou proibir a formação de blocos de carnaval, como o carioca Bola Preta, que comemora seu centenário e nasceu (em 1918) sob o signo da irreverência e da resistência.
Irreverência manifesta, no carnaval deste ano, pelo reiterado protesto social e político cantado ao som das baterias pelo Brasil afora.
Lá está o protesto contra a importunação das mulheres, expresso com perfeição na marcha que diz depois do não tudo é assédio.
Mas principalmente no protesto político, multiplicado em marchas contra Temer e o golpe de 2016, e contra as reformas reacionárias, trabalhista e previdenciária.
Não só contra Temer mas, contra a extrema direita de Jair Bolsonaro e, no Rio e em São Paulo, contra prefeitos conservadores como Marcelo Crivella e João Doria.
No Rio, o bloco "Comuna que Pariu" põe as cartas na mesa e defende mudanças profundas “Eu vim daqui, eu vim dali, eu vim de lá / Fora Temer e Crivella, tô na rua pra lutar” / “E camelô representa todo mundo que não vai se aposentar”. E canta a revolução: “Revolução e carnaval / É coisa nossa, nossa classe construiu - Vambora Maria, vambora José / Viver pra mudar nossa história / Vermelha vitória, desbanca burguês / Ó nós aqui outra vez”.
O carnaval é coisa séria e relativiza a imagem de informalidade e desorganização dos brasileiros. Informalidade sim, mas com muito afinco e organização! Afinal, não é simples nem “espontâneo” colocar tantas escolas de samba, com milhares de participantes em cada uma delas, em desfiles rigorosamente cronometrados.
São os blocos afro de Salvador, os maracatus do Recife e Olinda, escolas de samba no Rio de Janeiro, blocos de rua em São Paulo, Fortaleza, Belo Horizonte, Brasília e em todo o Brasil, onde os blocos se multiplicam e arrastam o povo que invade o asfalto com alegria e descontração.
É a festa da informalidade total. Mas também da seriedade, pontualidade, organização e coordenação. Que devem ser rigorosas na busca de metas almejadas pela coletividade – os lugares de destaque nos concursos de escolas de samba. Coordenação que, no carnaval, revela a enorme capacidade dos brasileiros de cumprir normas para atingir seu objetivos.
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