Por Ricardo Kotscho, em seu blog:
Depois de triplicar a reprovação ao seu governo (de 13% para 39%) no último Datafolha, o que o fez desistir dos sonhos presidenciais, o prefeito João Doria se conformou em disputar a sucessão de Geraldo Alckmin em São Paulo.
Como as ruas esburacadas na cidade foram um dos motivos da sua queda nas pesquisas, o prefeito resolveu dar um cavalo de pau nos investimentos municipais pois tem pouco tempo para mostrar serviço.
Tirou recursos de outras áreas para priorizar o recapeamento de 400 quilômetros de corredores e grandes avenidas de alta visibilidade, o carro-chefe da sua campanha eleitoral fora de época na televisão.
Só em propaganda do “asfalto novo” a Prefeitura vai investir pelo menos R$ 5 milhões, o que daria para tapar um bocado de buracos em ruas de menor audiência.
“O montante para asfalto, de R$ 550 milhões, é mais do que a expectativa de investimentos (e não custeio, como salários) nas áreas de saúde (R$ 545 milhões) e educação (R$168 milhões) em 2018”, informa reportagem de Artur Rodrigues na Folha desta terça-feira.
Doria está há apenas 14 meses no cargo de prefeito, mas parece que não se sente satisfeito no cargo.
A exemplo do que fez o também tucano José Serra no passado, quer abandonar logo a prefeitura para alçar vôos mais altos.
Ao abandonar precocemente a prefeitura, Serra conseguiu ser eleito governador, mas foi derrotado duas vezes para presidente da República, o seu grande sonho.
Em seu estilo acelerado, o prefeito quer passar o rolo compressor também nos outros três pré-candidatos tucanos ao governo, mas já está causando revolta no ninho.
Uma carta de apoio ao prefeito preparada pelo líder do PSDB na Assembléia, Roberto Massafera, em que ele “apelou aos demais postulantes que abram mão da disputa em prol da unidade”, alegando que “a ampla maioria da bancada deliberou apoio à candidatura de João Doria”, foi o estopim para provocar a reação dos adversários internos.
“O Acelera atropela a verdade e capota o conceito de maioria”, disparou José Anibal, ao lembrar que apenas 7 dos 20 integrantes da bancada tucana assinaram a carta.
Luiz Felipe D´Ávila, um cristão novo do tucanato, reclamou que as candidaturas não podem ser construídas de cima para baixo”, e Floriano Pessaro quer alguém que “realmente represente o legado do PSDB”.
O objetivo de Doria é chegar às prévias, ainda não confirmadas, disparado na frente das pesquisas e com amplo apoio de prefeitos e parlamentares. O caminho para atingi-lo está sendo asfaltado a jato.
Os paulistanos que dependem de saúde e educação públicas que esperem pelo próximo prefeito.
Vida que segue.
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