Por Tereza Cruvinel, no Jornal do Brasil:
A desistência do pré-candidato do PRB, Flávio Rocha, deve ser entendida como parte do esforço desesperado do tucano Geraldo Alckmin para tonificar sua candidatura, garantindo o apoio dos partidos do Centrão e impedindo que fechem com Ciro Gomes, do PDT.
Com o apoio dos quatro partidos médios e o tempo de televisão ampliado Alckmin calcula que poderá brigar por uma vaga no segundo turno.
Se a eleição fosse hoje, a disputa final seria entre Bolsonaro e o candidato do PT.
O valor do gesto de Rocha vai além, portanto, do 1% que ele sempre teve nas pesquisas.
No vídeo em que anunciou a decisão, ele condena o “flerte com os extremos”, defende “um único projeto de convergência” e “uma proposta mais equilibrada para o Brasil”.
Não disse o nome de Alckmin, mas por ele é que o movimento foi feito.
Em sua ofensiva, o tucano lavrou outro tento esta semana ao anunciar que fechou acordo com o PSD.
O anúncio surpreendeu Guilherme Afif Domingos, que se colocava como pré-candidato da legenda.
O PSD já havia fechado com o candidato tucano ao governo de São Paulo, João Dória, mas não com Alckmin. Se o acordo for confirmado, a coligação tucana passa a contar com quatro partidos pequenos: PTB, PPS, PV e PSD.
Agora a briga é pelo apoio dos quatro partidos médios do Centrão: DEM, PRB, PP e SD.
Com a desistência de Flávio Rocha, ficou mais provável a adesão do PRB, independentemente do que farão os outros.
O governo Temer também passou a ajudar o tucano, ao ameaçar os partidos do Centrão com a perda de cargos se optarem por Ciro Gomes, que o Planalto chama de “candidato hostil”.
Ciro chama o MDB de quadrilha e Temer de quadrilheiro. A direita mostra que se entende: Alckmin não quis o apoio de Temer nem do MDB, mas esta ajuda é muito bem-vinda.
Os quatro partidos fazem hoje mais uma reunião sobre o rumo a tomar, agora com um fato novo na mesa, a desistência de Rocha.
O PR, cobiçado também por Bolsonaro e pelo PT, não deve participar.
A unidade da centro-direita em torno de um só candidato dificilmente acontecerá mas uma agregação maior em torno de Alckmin pode ter começado.
Se isso vai melhorar seu desempenho nas pesquisas, são outros quinhentos.
Uma coisa é atrair partidos, outra é ganhar eleitores.
Novas pesquisas
Duas pesquisas circularam na praça ontem.
A primeira, a do instituto Ipespe, encomenda pela consultoria XP e divulgada pelo site Infomoney, foi realizada entre 9 e 11 de julho.
Ela confirma as previsões de que as manobras jurídicas de domingo passado para evitar a soltura do ex-presidente Lula o favoreceram eleitoralmente.
Ele alcança 30% de preferência, o que na série é seu patamar mais elevado, numa oscilação positiva de dois pontos porcentuais em relação à pesquisa da semana anterior.
Depois vêm Jair Bolsonaro (PSL), que manteve seus 20%, Marina Silva (Rede) com 10%, e Geraldo Alckmin (PSDB) e Ciro Gomes (PDT) com 7% cada.
Brancos, nulos e indecisos somam 15%.
No cenário sem Lula, repete-se o já visto nesta pesquisa: o ex-prefeito Fernando Haddad salta de 2% para 12% quando é destacado como candidato de Lula.
Uma pesquisa feita para um grande banco circulou muito restritamente no meio político ontem.
Nela se destaca a diferença entre o voto espontâneo em Lula (22) e Bolsonaro (10%) e os demais candidatos: Marina, 3%, Ciro e Alckmin, 2% cada, Álvaro Dias, 1%.
O voto espontâneo é o melhor indicador da solidez eleitoral de um candidato.
No cenário com Lula, ele alcança 36%, Bolsonaro 13%, Ciro e Marina, 5% cada um, Alckmin, 4%. Numa simulação sem Lula, Fernando Haddad obtém apenas 1%.
Em outra simulação, o nome do ex-presidente é substituído por “candidato do Lula”, e este alcança 14%, contra 17% de Bolsonaro.
Seguem-se Marina (12%), Ciro (10%), Alckmin (4%) e Dias (4%). Nada de novo no quadro, para os partidos que estão leiloando o apoio em função das chances de vitória.
A desistência do pré-candidato do PRB, Flávio Rocha, deve ser entendida como parte do esforço desesperado do tucano Geraldo Alckmin para tonificar sua candidatura, garantindo o apoio dos partidos do Centrão e impedindo que fechem com Ciro Gomes, do PDT.
Com o apoio dos quatro partidos médios e o tempo de televisão ampliado Alckmin calcula que poderá brigar por uma vaga no segundo turno.
Se a eleição fosse hoje, a disputa final seria entre Bolsonaro e o candidato do PT.
O valor do gesto de Rocha vai além, portanto, do 1% que ele sempre teve nas pesquisas.
No vídeo em que anunciou a decisão, ele condena o “flerte com os extremos”, defende “um único projeto de convergência” e “uma proposta mais equilibrada para o Brasil”.
Não disse o nome de Alckmin, mas por ele é que o movimento foi feito.
Em sua ofensiva, o tucano lavrou outro tento esta semana ao anunciar que fechou acordo com o PSD.
O anúncio surpreendeu Guilherme Afif Domingos, que se colocava como pré-candidato da legenda.
O PSD já havia fechado com o candidato tucano ao governo de São Paulo, João Dória, mas não com Alckmin. Se o acordo for confirmado, a coligação tucana passa a contar com quatro partidos pequenos: PTB, PPS, PV e PSD.
Agora a briga é pelo apoio dos quatro partidos médios do Centrão: DEM, PRB, PP e SD.
Com a desistência de Flávio Rocha, ficou mais provável a adesão do PRB, independentemente do que farão os outros.
O governo Temer também passou a ajudar o tucano, ao ameaçar os partidos do Centrão com a perda de cargos se optarem por Ciro Gomes, que o Planalto chama de “candidato hostil”.
Ciro chama o MDB de quadrilha e Temer de quadrilheiro. A direita mostra que se entende: Alckmin não quis o apoio de Temer nem do MDB, mas esta ajuda é muito bem-vinda.
Os quatro partidos fazem hoje mais uma reunião sobre o rumo a tomar, agora com um fato novo na mesa, a desistência de Rocha.
O PR, cobiçado também por Bolsonaro e pelo PT, não deve participar.
A unidade da centro-direita em torno de um só candidato dificilmente acontecerá mas uma agregação maior em torno de Alckmin pode ter começado.
Se isso vai melhorar seu desempenho nas pesquisas, são outros quinhentos.
Uma coisa é atrair partidos, outra é ganhar eleitores.
Novas pesquisas
Duas pesquisas circularam na praça ontem.
A primeira, a do instituto Ipespe, encomenda pela consultoria XP e divulgada pelo site Infomoney, foi realizada entre 9 e 11 de julho.
Ela confirma as previsões de que as manobras jurídicas de domingo passado para evitar a soltura do ex-presidente Lula o favoreceram eleitoralmente.
Ele alcança 30% de preferência, o que na série é seu patamar mais elevado, numa oscilação positiva de dois pontos porcentuais em relação à pesquisa da semana anterior.
Depois vêm Jair Bolsonaro (PSL), que manteve seus 20%, Marina Silva (Rede) com 10%, e Geraldo Alckmin (PSDB) e Ciro Gomes (PDT) com 7% cada.
Brancos, nulos e indecisos somam 15%.
No cenário sem Lula, repete-se o já visto nesta pesquisa: o ex-prefeito Fernando Haddad salta de 2% para 12% quando é destacado como candidato de Lula.
Uma pesquisa feita para um grande banco circulou muito restritamente no meio político ontem.
Nela se destaca a diferença entre o voto espontâneo em Lula (22) e Bolsonaro (10%) e os demais candidatos: Marina, 3%, Ciro e Alckmin, 2% cada, Álvaro Dias, 1%.
O voto espontâneo é o melhor indicador da solidez eleitoral de um candidato.
No cenário com Lula, ele alcança 36%, Bolsonaro 13%, Ciro e Marina, 5% cada um, Alckmin, 4%. Numa simulação sem Lula, Fernando Haddad obtém apenas 1%.
Em outra simulação, o nome do ex-presidente é substituído por “candidato do Lula”, e este alcança 14%, contra 17% de Bolsonaro.
Seguem-se Marina (12%), Ciro (10%), Alckmin (4%) e Dias (4%). Nada de novo no quadro, para os partidos que estão leiloando o apoio em função das chances de vitória.
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