Editorial do site Vermelho:
A chama da esperança, da democracia e da soberania nacional voltou, neste domingo (1º) a brilhar no México.
Como se previa ao longo das últimas semanas, a eleição foi vencida pelo progressista Andrés Manuel López Obrador (também conhecido pelo acrônimo AMLO), encabeçando a aliança “Juntos Faremos História”, uma ampla frente contra o neoliberalismo, liderada pelo Morena (Movimento de Regeneração Nacional), aliado ao Partido Encontro Social (PES) – legenda evangélica de extrema-direita – e ao Partido do Trabalho (PT), reconhecida por ser uma organização maoísta. Frente ampla que, numa verdadeira lição de tática para derrotar a direita, une praticamente todas as chamadas “forças vivas” da democracia mexicana.
A vitória foi indiscutível, apesar da ânsia fraudulenta da direita mexicana. O próximo presidente do México obteve 53% dos votos – uma maioria absoluta que não é exigida pela legislação eleitoral mexicana – e superou a soma dos votos daqueles que ficaram em segundo (Ricardo Anaya, do direitista Partido Ação Nacional) e terceiro lugares (José Antonio Meade, do governista PRI), candidatos dos partidos que tradicionalmente dominam a política mexicana.
A luz acesa no México precisa vibrar com força. Apontado pelos conservadores como exemplo que os demais países deviam seguir, o México sai destruído dessa experiência desastrosa.
Sua economia foi desmantelada nestas décadas de predomínio neoliberal, sobretudo depois do advento do Nafta (North American Free Trade Agreement – ou, em português, Tratado Norte-Americano de Livre Comércio), hegemonizado pelos EUA, e que transformou o México em um apêndice empobrecido da economia estadunidense, em verdadeiro pasto onde as empresas dos EUA podiam livremente instalar suas fábricas para explorar a mão de obra precarizada, sem direitos e mal paga dos mexicanos. Chegou-se a avaliar que o salário de um trabalhador corresponderia, no México, a 1/10 do pagamento de um trabalhador na mesma função nos EUA.
Superar a pobreza e a falta de direitos sociais que atingem o povo mexicano é um dos grandes desafios que Lopes Obrador vai enfrentar.
Cerca de metade da população – 53,3 milhões de pessoas, num total de 119 milhões – vive na pobreza, sendo que 10 milhões na miséria extrema. Situação dramática que ilustra as ilusões espalhadas pelos neoliberais: embora o desemprego não seja alto, o que explica a pobreza são os baixos salários e precarização e falta de direitos dos trabalhadores.
Outro desafio é endêmica corrupção e a criminalidade (principalmente o narcotráfico) que assolam a vida mexicana e erodem seu Estado. Violência que correu solta na campanha eleitoral, iniciada em 8 de setembro de 2017. Quase 150 políticos foram assassinados entre aquela data e 25 de junho deste ano, tendo ocorrido 543 agressões, em 343 municípios mexicanos.
Não se pode esquecer também o alinhamento automático com os EUA, que coloca o México prostrado perante seu poderoso vizinho do qual está tão perto, e tão longe de Deus, diz a sabedoria popular mexicana. E que levou, entre outras coisas, o governo neoliberal de traição nacional a destruir, a partir de 2013, a estatal mexicana do petróleo, Pemex. E a entregar aos patrões do norte a riqueza mineral que pertencia ao povo mexicano e ela controlava.
A direita oligárquica que domina o país, aliada incondicional do imperialismo dos EUA, demonstrou nestas décadas de triunfo neoliberal o desprezo pelo país e pelo povo. E, através da fraude, corrupção e criminalidade, ela deixou claro seu desprezo pela legalidade democrática. Sua falta de compromisso com ela foi demonstrada ao longo destas décadas, acentuada na campanha eleitoral e nas ações contra a oposição no governo Enrique Peña Nieto, assinalado pelo desaparecimento (ou assassínio?) de 43 estudantes que rejeitavam as imposições do governo.
A vitória de Obrador é a ampla manifestação dos mexicanos que não aceitam o desmonte do Estado Nacional, a destruição da indústria do país e a submissão aos interesses do imperialismo. Estão entre eles os mexicanos que rejeitam a humilhação imposta pelo presidente Donald Trump, dos EUA, que quer construir o muro entre os dois países e impor a conta de sua feitura ao governo da Cidade do México.
A eleição de Obrador significa a aprovação, pelos mexicanos, de um programa de reconstrução nacional, de restauração do Estado nacional, fortalecimento da economia do país, de recuperação das riquezas petrolíferas entregues às multinacionais do petróleo, de alento ao orgulho nacional e respeito à independência e soberania nacionais.
Este verdadeiro programa de salvação nacional uniu praticamente todas as forças democráticas e progressistas do país, dos movimentos sociais aos trabalhadores e empresários, em torno de uma candidatura avassaladora. Frente ampla cuja vitória é ornada pela chama da esperança que volta. E pode iluminar o caminho das mudanças na America Latina, cujo brilho está esmaecido principalmente desde a ascensão dos governos neoliberais de Mauricio Macri, na Argentina, e do golpista Michel Temer, no Brasil.
A chama da esperança, da democracia e da soberania nacional voltou, neste domingo (1º) a brilhar no México.
Como se previa ao longo das últimas semanas, a eleição foi vencida pelo progressista Andrés Manuel López Obrador (também conhecido pelo acrônimo AMLO), encabeçando a aliança “Juntos Faremos História”, uma ampla frente contra o neoliberalismo, liderada pelo Morena (Movimento de Regeneração Nacional), aliado ao Partido Encontro Social (PES) – legenda evangélica de extrema-direita – e ao Partido do Trabalho (PT), reconhecida por ser uma organização maoísta. Frente ampla que, numa verdadeira lição de tática para derrotar a direita, une praticamente todas as chamadas “forças vivas” da democracia mexicana.
A vitória foi indiscutível, apesar da ânsia fraudulenta da direita mexicana. O próximo presidente do México obteve 53% dos votos – uma maioria absoluta que não é exigida pela legislação eleitoral mexicana – e superou a soma dos votos daqueles que ficaram em segundo (Ricardo Anaya, do direitista Partido Ação Nacional) e terceiro lugares (José Antonio Meade, do governista PRI), candidatos dos partidos que tradicionalmente dominam a política mexicana.
A luz acesa no México precisa vibrar com força. Apontado pelos conservadores como exemplo que os demais países deviam seguir, o México sai destruído dessa experiência desastrosa.
Sua economia foi desmantelada nestas décadas de predomínio neoliberal, sobretudo depois do advento do Nafta (North American Free Trade Agreement – ou, em português, Tratado Norte-Americano de Livre Comércio), hegemonizado pelos EUA, e que transformou o México em um apêndice empobrecido da economia estadunidense, em verdadeiro pasto onde as empresas dos EUA podiam livremente instalar suas fábricas para explorar a mão de obra precarizada, sem direitos e mal paga dos mexicanos. Chegou-se a avaliar que o salário de um trabalhador corresponderia, no México, a 1/10 do pagamento de um trabalhador na mesma função nos EUA.
Superar a pobreza e a falta de direitos sociais que atingem o povo mexicano é um dos grandes desafios que Lopes Obrador vai enfrentar.
Cerca de metade da população – 53,3 milhões de pessoas, num total de 119 milhões – vive na pobreza, sendo que 10 milhões na miséria extrema. Situação dramática que ilustra as ilusões espalhadas pelos neoliberais: embora o desemprego não seja alto, o que explica a pobreza são os baixos salários e precarização e falta de direitos dos trabalhadores.
Outro desafio é endêmica corrupção e a criminalidade (principalmente o narcotráfico) que assolam a vida mexicana e erodem seu Estado. Violência que correu solta na campanha eleitoral, iniciada em 8 de setembro de 2017. Quase 150 políticos foram assassinados entre aquela data e 25 de junho deste ano, tendo ocorrido 543 agressões, em 343 municípios mexicanos.
Não se pode esquecer também o alinhamento automático com os EUA, que coloca o México prostrado perante seu poderoso vizinho do qual está tão perto, e tão longe de Deus, diz a sabedoria popular mexicana. E que levou, entre outras coisas, o governo neoliberal de traição nacional a destruir, a partir de 2013, a estatal mexicana do petróleo, Pemex. E a entregar aos patrões do norte a riqueza mineral que pertencia ao povo mexicano e ela controlava.
A direita oligárquica que domina o país, aliada incondicional do imperialismo dos EUA, demonstrou nestas décadas de triunfo neoliberal o desprezo pelo país e pelo povo. E, através da fraude, corrupção e criminalidade, ela deixou claro seu desprezo pela legalidade democrática. Sua falta de compromisso com ela foi demonstrada ao longo destas décadas, acentuada na campanha eleitoral e nas ações contra a oposição no governo Enrique Peña Nieto, assinalado pelo desaparecimento (ou assassínio?) de 43 estudantes que rejeitavam as imposições do governo.
A vitória de Obrador é a ampla manifestação dos mexicanos que não aceitam o desmonte do Estado Nacional, a destruição da indústria do país e a submissão aos interesses do imperialismo. Estão entre eles os mexicanos que rejeitam a humilhação imposta pelo presidente Donald Trump, dos EUA, que quer construir o muro entre os dois países e impor a conta de sua feitura ao governo da Cidade do México.
A eleição de Obrador significa a aprovação, pelos mexicanos, de um programa de reconstrução nacional, de restauração do Estado nacional, fortalecimento da economia do país, de recuperação das riquezas petrolíferas entregues às multinacionais do petróleo, de alento ao orgulho nacional e respeito à independência e soberania nacionais.
Este verdadeiro programa de salvação nacional uniu praticamente todas as forças democráticas e progressistas do país, dos movimentos sociais aos trabalhadores e empresários, em torno de uma candidatura avassaladora. Frente ampla cuja vitória é ornada pela chama da esperança que volta. E pode iluminar o caminho das mudanças na America Latina, cujo brilho está esmaecido principalmente desde a ascensão dos governos neoliberais de Mauricio Macri, na Argentina, e do golpista Michel Temer, no Brasil.
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