Editorial do site Vermelho:
Qual é o alvo da guerra comercial que Trump e os Estados Unidos movem contra a China? Que objetivo pretende atingir?
São perguntas que não podem calar desde que Donald Trump coloca em risco o próprio quadro mundial de relações geopolíticas construído sob os auspícios da classe dominante dos Estados Unidos, em benefício do grande capital. Quadro em que se proclamou, nas últimas quatro décadas, a falência do Estado nacional e de sua soberania, versão aceita prontamente pelas classes dominantes mundo afora, inclusive no Brasil, no contexto do domínio do neoliberalismo quando, no final de 1997, o presidente neoliberal brasileiro, Fernando Henrique Cardoso chegou a saudar como um novo Renascimento.
No furor para impor o “America First”, Trump tenta usar o poder do dinheiro em lugar de um temerário poder militar, para impor ao gigante asiático os interesses dos Estados Unidos. Em março passado já havia adotado medidas protecionistas que prejudicaram o comércio entre os dois países. Nesta segunda feira (17) apertou ainda mais o torniquete, e anunciou a imposição de tarifas de 10% em média para produtos fabricados na China. A taxação pode aumentar para 25% em janeiro de 2019, se os chineses não acatarem as exigências do governo estadunidense, que os acusa de práticas de comércio “desleais”. A nova imposição vai entrar em vigor no próximo dia 24; ela envolve uma lista de quase seis mil produtos chineses e 200 bilhões de dólares.
O governo da China deu uma resposta imediata e anunciou uma retaliação de igual tamanho a produtos de origem estadunidense. O Ministério do Comercio disse em Pequim “lamentar profundamente” a decisão de Trump. “Os Estados Unidos insistem na imposição de taxas alfandegárias, o que trouxe nova incerteza às negociações bilaterais. Esperamos que reconheçam as consequências de tais atos e tomem medidas para corrigi-los de maneira oportuna”, disse o governo chinês.
As ameaças do governo de Trump não são de fácil realização. Às vésperas das eleições parlamentares que, em novembro, renovarão o Congresso, elas têm o eleitor dos Estados Unidos entre seus alvos mais notórios. O presidente encena o papel de defensor dos trabalhadores de seu país e das empresas locais, que estariam entre as vítimas da concorrência chinesa. Não é verdade – são vítimas, isto sim, do grande capital, que Trump representa, e cuja voracidade está na base da perda dos direitos, renda e do emprego dos trabalhadores.
O grande capital segue seu movimento, através do mundo, em busca de mão de obra mais barata, e foi esta ganância que provocou a mudança de inúmeras fábricas dos EUA para países como a China, onde passaram a fabricar seus produtos e a exportá-los para seu país de origem. O resultado é a desindustrialização, desemprego e pobreza para os trabalhadores estadunidenses.
Mas não é desta questão que Trump, em seu triunfalismo capitalista, trata. Além de falar ao público interno, a batalha em que se empenha tem duas frentes, difíceis para ele nas condições do capitalismo contemporâneo.
Uma delas é a própria dinâmica do desenvolvimento capitalista que, ao se espalhar pelo mundo em busca de mão de obra barata, impõe a queda das fronteiras (representadas pelas alfândegas de cada país) que Trump diz que vai reerguer. A outra frente é representada pelas próprias empresas dos Estados Unidos que se beneficiam das atuais relações com a China e se baseiam no arranjo produtivo resultante, fundamentando nele seus himalaicos ganhos. Entre elas gigantes como a Apple ou a Intel, que temem uma guerra comercial anunciada possa encarecer seus produtos, e falam inclusive que Estados Unidos podem ficar para trás na corrida do 5G, que se aproxima.
O quadro que se avizinha é desolador. Os fanáticos da obediência ilimitada e subordinada aos Estados Unidos, que hoje ocupam o governo brasileiro, não tem outra resposta para a crise a não ser colocar-se de joelhos e rezar pela cartilha imposta. O único caminho que eles próprios e os candidatos que os representam, como Jair Bolsonaro e Geraldo Alckmin, entre os demais da direita conservadora, oferecem ao Brasil é esta subordinação humilhante que resultará no aprofundamento da crise brasileira, do desemprego e da pobreza dos brasileiros.
Para enfrentar a crise e a guerra comercial que se avizinha no mundo, o Brasil precisa estar de cabeça erguida, altaneiro e soberano. Nosso país um grande exportador de commodities (o maior exportador de soja, e a China o maior importador mundial) e pode aproveitar, em benefício de seu povo, as oportunidades que se abrem no mercado mundial. Já fez isso, recentemente, e conseguiu a musculatura necessária para enfrentar a grave crise financeira de 2007/2008.
Quando, defendendo sua própria independência, agiu soberanamente e tomou as medidas necessárias para superar a crise. E poderá fazê-lo de novo elegendo, em outubro, um novo presidente comprometido com a retomada do crescimento da economia e o respeito à soberania brasileira.
E poderá fazê-lo de novo elegendo, em outubro, um programa comprometido com a retomada do crescimento da economia e o respeito à soberania brasileira. Que significa voltar a lutar pela integração continental, reforçar o multilateralismo e fortalecer as relações Sul-Sul, o Mercosul, a Unasul e o BRICS, entre outras iniciativas soberanas; fomentar os mecanismos para financiar o desenvolvimento, entre eles o Novo Banco de Desenvolvimento (NBD). Este é o programa da aliança O Povo Feliz de Novo, com Fernando Haddad para presidente e Manuela d´Ávila para vice, e que é capaz de colocar o Brasil novamente como protagonista no cenário internacional.
Qual é o alvo da guerra comercial que Trump e os Estados Unidos movem contra a China? Que objetivo pretende atingir?
São perguntas que não podem calar desde que Donald Trump coloca em risco o próprio quadro mundial de relações geopolíticas construído sob os auspícios da classe dominante dos Estados Unidos, em benefício do grande capital. Quadro em que se proclamou, nas últimas quatro décadas, a falência do Estado nacional e de sua soberania, versão aceita prontamente pelas classes dominantes mundo afora, inclusive no Brasil, no contexto do domínio do neoliberalismo quando, no final de 1997, o presidente neoliberal brasileiro, Fernando Henrique Cardoso chegou a saudar como um novo Renascimento.
No furor para impor o “America First”, Trump tenta usar o poder do dinheiro em lugar de um temerário poder militar, para impor ao gigante asiático os interesses dos Estados Unidos. Em março passado já havia adotado medidas protecionistas que prejudicaram o comércio entre os dois países. Nesta segunda feira (17) apertou ainda mais o torniquete, e anunciou a imposição de tarifas de 10% em média para produtos fabricados na China. A taxação pode aumentar para 25% em janeiro de 2019, se os chineses não acatarem as exigências do governo estadunidense, que os acusa de práticas de comércio “desleais”. A nova imposição vai entrar em vigor no próximo dia 24; ela envolve uma lista de quase seis mil produtos chineses e 200 bilhões de dólares.
O governo da China deu uma resposta imediata e anunciou uma retaliação de igual tamanho a produtos de origem estadunidense. O Ministério do Comercio disse em Pequim “lamentar profundamente” a decisão de Trump. “Os Estados Unidos insistem na imposição de taxas alfandegárias, o que trouxe nova incerteza às negociações bilaterais. Esperamos que reconheçam as consequências de tais atos e tomem medidas para corrigi-los de maneira oportuna”, disse o governo chinês.
As ameaças do governo de Trump não são de fácil realização. Às vésperas das eleições parlamentares que, em novembro, renovarão o Congresso, elas têm o eleitor dos Estados Unidos entre seus alvos mais notórios. O presidente encena o papel de defensor dos trabalhadores de seu país e das empresas locais, que estariam entre as vítimas da concorrência chinesa. Não é verdade – são vítimas, isto sim, do grande capital, que Trump representa, e cuja voracidade está na base da perda dos direitos, renda e do emprego dos trabalhadores.
O grande capital segue seu movimento, através do mundo, em busca de mão de obra mais barata, e foi esta ganância que provocou a mudança de inúmeras fábricas dos EUA para países como a China, onde passaram a fabricar seus produtos e a exportá-los para seu país de origem. O resultado é a desindustrialização, desemprego e pobreza para os trabalhadores estadunidenses.
Mas não é desta questão que Trump, em seu triunfalismo capitalista, trata. Além de falar ao público interno, a batalha em que se empenha tem duas frentes, difíceis para ele nas condições do capitalismo contemporâneo.
Uma delas é a própria dinâmica do desenvolvimento capitalista que, ao se espalhar pelo mundo em busca de mão de obra barata, impõe a queda das fronteiras (representadas pelas alfândegas de cada país) que Trump diz que vai reerguer. A outra frente é representada pelas próprias empresas dos Estados Unidos que se beneficiam das atuais relações com a China e se baseiam no arranjo produtivo resultante, fundamentando nele seus himalaicos ganhos. Entre elas gigantes como a Apple ou a Intel, que temem uma guerra comercial anunciada possa encarecer seus produtos, e falam inclusive que Estados Unidos podem ficar para trás na corrida do 5G, que se aproxima.
O quadro que se avizinha é desolador. Os fanáticos da obediência ilimitada e subordinada aos Estados Unidos, que hoje ocupam o governo brasileiro, não tem outra resposta para a crise a não ser colocar-se de joelhos e rezar pela cartilha imposta. O único caminho que eles próprios e os candidatos que os representam, como Jair Bolsonaro e Geraldo Alckmin, entre os demais da direita conservadora, oferecem ao Brasil é esta subordinação humilhante que resultará no aprofundamento da crise brasileira, do desemprego e da pobreza dos brasileiros.
Para enfrentar a crise e a guerra comercial que se avizinha no mundo, o Brasil precisa estar de cabeça erguida, altaneiro e soberano. Nosso país um grande exportador de commodities (o maior exportador de soja, e a China o maior importador mundial) e pode aproveitar, em benefício de seu povo, as oportunidades que se abrem no mercado mundial. Já fez isso, recentemente, e conseguiu a musculatura necessária para enfrentar a grave crise financeira de 2007/2008.
Quando, defendendo sua própria independência, agiu soberanamente e tomou as medidas necessárias para superar a crise. E poderá fazê-lo de novo elegendo, em outubro, um novo presidente comprometido com a retomada do crescimento da economia e o respeito à soberania brasileira.
E poderá fazê-lo de novo elegendo, em outubro, um programa comprometido com a retomada do crescimento da economia e o respeito à soberania brasileira. Que significa voltar a lutar pela integração continental, reforçar o multilateralismo e fortalecer as relações Sul-Sul, o Mercosul, a Unasul e o BRICS, entre outras iniciativas soberanas; fomentar os mecanismos para financiar o desenvolvimento, entre eles o Novo Banco de Desenvolvimento (NBD). Este é o programa da aliança O Povo Feliz de Novo, com Fernando Haddad para presidente e Manuela d´Ávila para vice, e que é capaz de colocar o Brasil novamente como protagonista no cenário internacional.
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