Foto: Tânia Rego/Agência Brasil |
Após o incêndio que tomou conta do Museu Nacional do Rio de Janeiro, na noite de domingo (2), acadêmicos lamentaram a tragédia e classificam as perdas como "irreparáveis". Por meio das redes sociais, criticaram a falta de políticas públicas, por parte do governo federal, para conservar o patrimônio cultural.
Ivana Bentes, professora e pesquisadora da Escola de Comunicação da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), diz a "história do Brasil foi queimada". Ela lamenta que o museu sobrevivia com o mínimo de recursos do Estado. "20 milhões de peças e documentos destruídos! Camadas de tempo e de história e conhecimento. 200 anos de documentos, toda a história do império queimada, paleontologia, antropologia do Brasil", publicou.
Já a antropóloga Alba Zaluar nomeou o caso como "a perda do maior acervo de egiptologia e outras artes antigas no Brasil". "Tantas vezes seus diretores, meus amigos, denunciaram o abandono e a falta de manutenção deste patrimônio federal, crucial para o Brasil porque guardava tanto da sua história.
Estou em estado de choque", lamentou, por meio de sua página no Facebook.
A Associação Nacional de História (Anpuh) manifestou em nota repúdio ao abandono do Museu e criticou a Emenda Constitucional (EC) 95, do governo de Michel Temer, a chamada Lei do Teto de Gastos. "Esta é uma perda irreparável. Quando um país desqualifica sua cultura, seu conhecimento e sua ciência. Quando se congela recursos para a ciência e a educação. A falta de recursos para a segurança, para as reformas necessárias, já vinha sendo denunciada há muito tempo. Esta irresponsabilidade tem nome e endereço", afirma a entidade.
Thais Mayumi, museóloga do Museu Nacional do Rio, afirmou, em seu perfil no Twitter, que o descaso com o instituto é histórico. "Tinham cartas de diretor do Museu reclamando de descaso e falta de verbas desde o século XIX. São 200 anos de abandono. A gente sempre soube, nossa tragédia é mais do que anunciada", denuncia.
Ivana isentou a UFRJ de culpa na tragédia. Ela também afirma que o Brasil "dá as costas" para a cultura, ao lembrar também do incêndio no Museu de Arte Moderna (MAM), em 1978, e no Museu da Língua Portuguesa, em 2015. "Essa precariedade não é descaso da UFRJ, não existe política pública para manter e conservar nosso patrimônio. É essa a política que está destruindo o país: Estado mínimo, plataformas privatizantes, odiadores da cultura, políticas de desinvestimento no comum!", acrescentou.
Em nota, a Associação dos Pesquisadores Científicos do Estado de São Paulo (ApqC) também se manifestou. Além de expressar tristeza sobre as perdas materiais no incêndio, a associação lembra que o Museu não é único que sofre com a falta de investimentos. "Há ausência de políticas públicas voltadas para a preservação de acervos e investimentos em pesquisas. No Estado de São Paulo, por exemplo, os institutos representados pela APqC estão trabalhando há anos no limite. O recente incêndio no Instituto Butantan é prova disso", critica.
Para o ApcQ, o Brasil está diante de uma tragédia anunciada. "Antes que outras destruições irreparáveis voltem a acontecer é preciso que os pesquisadores científicos se organizem para manifestar seu repúdio e exigir dos governantes uma resposta rápida e efetiva aos problemas há muito apontados por nós. É preciso que a sociedade se conscientize e esteja ao lado dos pesquisadores nessa luta. Um povo sem memória é um povo sem história", finaliza.
Ivana Bentes, professora e pesquisadora da Escola de Comunicação da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), diz a "história do Brasil foi queimada". Ela lamenta que o museu sobrevivia com o mínimo de recursos do Estado. "20 milhões de peças e documentos destruídos! Camadas de tempo e de história e conhecimento. 200 anos de documentos, toda a história do império queimada, paleontologia, antropologia do Brasil", publicou.
Já a antropóloga Alba Zaluar nomeou o caso como "a perda do maior acervo de egiptologia e outras artes antigas no Brasil". "Tantas vezes seus diretores, meus amigos, denunciaram o abandono e a falta de manutenção deste patrimônio federal, crucial para o Brasil porque guardava tanto da sua história.
Estou em estado de choque", lamentou, por meio de sua página no Facebook.
A Associação Nacional de História (Anpuh) manifestou em nota repúdio ao abandono do Museu e criticou a Emenda Constitucional (EC) 95, do governo de Michel Temer, a chamada Lei do Teto de Gastos. "Esta é uma perda irreparável. Quando um país desqualifica sua cultura, seu conhecimento e sua ciência. Quando se congela recursos para a ciência e a educação. A falta de recursos para a segurança, para as reformas necessárias, já vinha sendo denunciada há muito tempo. Esta irresponsabilidade tem nome e endereço", afirma a entidade.
Thais Mayumi, museóloga do Museu Nacional do Rio, afirmou, em seu perfil no Twitter, que o descaso com o instituto é histórico. "Tinham cartas de diretor do Museu reclamando de descaso e falta de verbas desde o século XIX. São 200 anos de abandono. A gente sempre soube, nossa tragédia é mais do que anunciada", denuncia.
Ivana isentou a UFRJ de culpa na tragédia. Ela também afirma que o Brasil "dá as costas" para a cultura, ao lembrar também do incêndio no Museu de Arte Moderna (MAM), em 1978, e no Museu da Língua Portuguesa, em 2015. "Essa precariedade não é descaso da UFRJ, não existe política pública para manter e conservar nosso patrimônio. É essa a política que está destruindo o país: Estado mínimo, plataformas privatizantes, odiadores da cultura, políticas de desinvestimento no comum!", acrescentou.
Em nota, a Associação dos Pesquisadores Científicos do Estado de São Paulo (ApqC) também se manifestou. Além de expressar tristeza sobre as perdas materiais no incêndio, a associação lembra que o Museu não é único que sofre com a falta de investimentos. "Há ausência de políticas públicas voltadas para a preservação de acervos e investimentos em pesquisas. No Estado de São Paulo, por exemplo, os institutos representados pela APqC estão trabalhando há anos no limite. O recente incêndio no Instituto Butantan é prova disso", critica.
Para o ApcQ, o Brasil está diante de uma tragédia anunciada. "Antes que outras destruições irreparáveis voltem a acontecer é preciso que os pesquisadores científicos se organizem para manifestar seu repúdio e exigir dos governantes uma resposta rápida e efetiva aos problemas há muito apontados por nós. É preciso que a sociedade se conscientize e esteja ao lado dos pesquisadores nessa luta. Um povo sem memória é um povo sem história", finaliza.
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