Por Renato Rovai, em seu blog:
Ontem, o jornal O Globo divulgou um áudio de uma conversa entre o ministro da Casa Civil, Onyx Lorenzoni, e o presidente da República, Jair Bolsonaro.
Supostamente essa conversa de uns 15 segundos foi vazada a partir de uma ligação acidental do ministro para o jornalista do veículo.
Se a amiga e o amigo leitor ouviram o “vazamento acidental” devem ter percebido que nada faz sentido nesta história.
Em primeiro lugar faz alguns dias que a mídia notificou que o presidente da República não estava fazendo reuniões com ninguém portando celulares. E que até o general Heleno estava tendo que se submeter a esta nova regra.
Mas isso não é nada perto do conteúdo em si e do contexto como um todo.
A primeira pergunta é como um ministro liga acidentalmente a um jornalista e a ligação é gravada. Eu sei que isso é possível, mas me parece importante que o jornal e o profissional revelem como ocorreu. Por que não o fizeram?
Outra questão substancial é se o conteúdo revelado é a íntegra ou apenas uma parte do que conversaram ministro e presidente.
Agora, passemos a conversa. Ela é bizarra. E ao mesmo tempo sem sentido.
Algum ser com dois neurônios e alguma experiência de cobertura política acha que um presidente da República que teve áudios de conversas suas com um ex-ministro vazados no dia anterior estaria preocupado com o fato de ele querer cobrá-lo em ações nas quais o defendeu como advogado?
O presidente não tinha contrato com Bebianno? Se não tinha como ele iria cobrá-lo por algo? Se tinha, o presidente não pensava em pagá-lo?
É uma conversa sem pé e nem cabeça e que só faz sentido se foi negociada com Bebianno para ser uma senha de pacificação.
Onyx diz que ia conversar com Bebianno na sequência e Bolsonaro não o contesta. Como se autorizasse uma negociação que viria a ser encaminhada pelo ministro da Casa Civil.
Além disso, o ministro diz que Bebianno garantiu a um certo Jorge, que segundo O Globo deve ser Jorge Oliveira, subchefe de Assuntos Jurídicos do Planalto, que não iria contar mais nada de Bolsonaro e dos seus filhos.
Seria este tal Jorge o fiador do acordo?
Só faz sentido o “vazamento” deste áudio se ele foi uma exigência de Bebianno para negociar seu silêncio.
Até porque a resposta de Bebianno quando indagado sobre o áudio reforça esta tese. Ele disse que não iria cobrar as ações em que defendeu Bolsonaro.
O resto é história para boi dormir.
De qualquer maneira é uma demonstração clara do quanto este governo é uma zona e está perdido.
Aceitar um papelão desses significa que o presidente da República tem muitos segredos que se revelados podem lhe custar o cargo. Porque ninguém se submete a um “vazamento” desses de maneira tão abjeta se não está morrendo de medo.
Ontem, o jornal O Globo divulgou um áudio de uma conversa entre o ministro da Casa Civil, Onyx Lorenzoni, e o presidente da República, Jair Bolsonaro.
Supostamente essa conversa de uns 15 segundos foi vazada a partir de uma ligação acidental do ministro para o jornalista do veículo.
Se a amiga e o amigo leitor ouviram o “vazamento acidental” devem ter percebido que nada faz sentido nesta história.
Em primeiro lugar faz alguns dias que a mídia notificou que o presidente da República não estava fazendo reuniões com ninguém portando celulares. E que até o general Heleno estava tendo que se submeter a esta nova regra.
Mas isso não é nada perto do conteúdo em si e do contexto como um todo.
A primeira pergunta é como um ministro liga acidentalmente a um jornalista e a ligação é gravada. Eu sei que isso é possível, mas me parece importante que o jornal e o profissional revelem como ocorreu. Por que não o fizeram?
Outra questão substancial é se o conteúdo revelado é a íntegra ou apenas uma parte do que conversaram ministro e presidente.
Agora, passemos a conversa. Ela é bizarra. E ao mesmo tempo sem sentido.
Algum ser com dois neurônios e alguma experiência de cobertura política acha que um presidente da República que teve áudios de conversas suas com um ex-ministro vazados no dia anterior estaria preocupado com o fato de ele querer cobrá-lo em ações nas quais o defendeu como advogado?
O presidente não tinha contrato com Bebianno? Se não tinha como ele iria cobrá-lo por algo? Se tinha, o presidente não pensava em pagá-lo?
É uma conversa sem pé e nem cabeça e que só faz sentido se foi negociada com Bebianno para ser uma senha de pacificação.
Onyx diz que ia conversar com Bebianno na sequência e Bolsonaro não o contesta. Como se autorizasse uma negociação que viria a ser encaminhada pelo ministro da Casa Civil.
Além disso, o ministro diz que Bebianno garantiu a um certo Jorge, que segundo O Globo deve ser Jorge Oliveira, subchefe de Assuntos Jurídicos do Planalto, que não iria contar mais nada de Bolsonaro e dos seus filhos.
Seria este tal Jorge o fiador do acordo?
Só faz sentido o “vazamento” deste áudio se ele foi uma exigência de Bebianno para negociar seu silêncio.
Até porque a resposta de Bebianno quando indagado sobre o áudio reforça esta tese. Ele disse que não iria cobrar as ações em que defendeu Bolsonaro.
O resto é história para boi dormir.
De qualquer maneira é uma demonstração clara do quanto este governo é uma zona e está perdido.
Aceitar um papelão desses significa que o presidente da República tem muitos segredos que se revelados podem lhe custar o cargo. Porque ninguém se submete a um “vazamento” desses de maneira tão abjeta se não está morrendo de medo.
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