Nem escrevi ontem sobre a queda das previsões do PIB porque algo que acontece 18 vezes seguidas não é notícia, é rotina.
Melhor falar hoje, agora já diante de um novo fiasco, o da produção industrial, que caiu 0,2% em maio sobre abril e acumula uma perda de 0,7% nos cinco primeiros meses do ano.
(Parêntesis: a alta de 7% frente a maio de 2018, quando a produção despencou 10% em função da greve dos caminhoneiros deve ser lida, na verdade, como uma queda de perto de 3% reais)
Digo que é melhor porque as previsões já minguadas de crescimento da economia baseiam-se na expectativa de uma expansão industrial de 0,7% em 2019. Como, quando vierem os números de junho, saem da conta os números distorcidos para cima que vieram com o fim do locaute dos transportes, o acumulado em 12 meses ficará perto dos 2% de queda, não se avista qual milagre poderia fazer com que a indústria chegue sequer perto daquela minguada projeção.
Ontem, fechou a fábrica da Deca em São Leopoldo, a Nestlé fechou uma unidade de processamento de lácteos em Palmeira das Missões, em mais uma onda de “enxugamento” da produção. O Índice de Confiança da Indústria (ICI) da Fundação Getulio Vargas caiu 1,5 ponto em junho de 2019, para 95,7 pontos e o nível de estoques está acima do planejamento das empresas. Indicadores, portanto, de que não haverá, no curto prazo, aumento da produção.
É espantosa, mais do que a queda, a paralisia do governo em enfrentá-la. A vaca vai para o brejo sem que ninguém lhe puxe o cabresto.
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