Editorial do site Vermelho:
Do festival de absurdos que o presidente Jair Bolsonaro tem protagonizado, o que talvez tenha causado mais indignação nacional é a sua fala preconceituosa e racista contra o Nordeste. Ela é a um só tempo discriminatória, uma afronta à Constituição que determina enfaticamente a integridade nacional e uma ofensa aos estudiosos que desenvolveram a compreensão de que aquela parte do Brasil tem sido historicamente injustiçada sobretudo por razões econômicas.
Bolsonaro apelou para o surrado e sórdido preconceito social, ao usar pejorativamente o termo “paraíba” como expressão territorial do povo nordestino, com o objetivo confesso de retaliar os governadores que se mobilizam para buscar meios e recursos para o desenvolvimento local – uma tradição do Fórum de Governadores do Nordeste que reúne-se anualmente e contava com a participação do governo federal. Diante das políticas que penalizam a região, não foram poucas as críticas daqueles governadores, principalmente após a eleição de Bolsonaro.
Não faz tempo os governadores locais assinaram o documento que cria um consórcio entre estados para o desenvolvimento em diversos projetos, além da parceria econômica, política, infraestrutural e educacional. Eventuais diferenças políticas foram superadas para que esse movimento ganhasse impulso. E as críticas ao bolsonarismo, sobretudo pelo governador do Maranhão, Flávio Dino, se intensificaram à medida em que a região começou a sentir as consequências da política econômica que atinge fortemente o Nordeste.
Insere-se nesse diagnóstico o combate às desigualdades regionais. Como explica a pesquisadora do tema Tânia Bacelar, economista e socióloga da Universidade Federal do Estado de Pernambuco (UFPE), a diversidade cultural brasileira convive com a herança das bases produtivas desiguais. A industrialização do país predominante em São Paulo e no Rio de Janeiro, segundo a professora, propiciou uma divisão social bem marcada. A concentração do Produto Interno Bruto (PIB) na região e seu elevado número de habitantes explica muito bem o que é o Brasil, diz ela.
Ao passo que abandonou a premissa de combate às desigualdades regionais, Bolsonaro adotou o secular e injusto ditame de restringir o desenvolvimento ao Sudeste e ao Sul do país. Ao mesmo tempo, ele aprofunda a lógica histórica, agora reavivada, de tratar o povo como mera fonte de mão de obra barata, um conceito do ideário escravista da elite brasileira. O povo nordestino, mais do que ninguém, sabe bem disso.
A consequência, entre tantas outras, é o surgimento dessas manifestações de boçalidades, a forma ofensiva de tratamento ao povo nordestino como se ele fosse uma categoria inferiorizada de brasileiros. Não à toa apareceu, nos grupelhos nazifascistas, a prática de perseguir e de tentar desqualificar os nordestinos. Exatamente o que Bolsonaro fez com sua fala indigna, o resgate das torpezas de um comportamento ideológico julgado pelo legado da ascenção e queda do nazifascismo.
O estado do Maranhão – o alvo principal do ataque de Bolsonaro ao Nordeste - é um exemplo da antítese desse ideário protofascista. É um estado rico, com um grande potencial no turismo, na fruticultura, na produção agrícola, além de ter um povo de uma cultura extraordinária. O governador Flávio Dino soube potencializar essas qualidades do estado e do povo, realizando a sua segunda gestão com resultados que cintilam por todo o país. São pistas do motivo do rancor político e do ódio de Bolsonaro.
Do festival de absurdos que o presidente Jair Bolsonaro tem protagonizado, o que talvez tenha causado mais indignação nacional é a sua fala preconceituosa e racista contra o Nordeste. Ela é a um só tempo discriminatória, uma afronta à Constituição que determina enfaticamente a integridade nacional e uma ofensa aos estudiosos que desenvolveram a compreensão de que aquela parte do Brasil tem sido historicamente injustiçada sobretudo por razões econômicas.
Bolsonaro apelou para o surrado e sórdido preconceito social, ao usar pejorativamente o termo “paraíba” como expressão territorial do povo nordestino, com o objetivo confesso de retaliar os governadores que se mobilizam para buscar meios e recursos para o desenvolvimento local – uma tradição do Fórum de Governadores do Nordeste que reúne-se anualmente e contava com a participação do governo federal. Diante das políticas que penalizam a região, não foram poucas as críticas daqueles governadores, principalmente após a eleição de Bolsonaro.
Não faz tempo os governadores locais assinaram o documento que cria um consórcio entre estados para o desenvolvimento em diversos projetos, além da parceria econômica, política, infraestrutural e educacional. Eventuais diferenças políticas foram superadas para que esse movimento ganhasse impulso. E as críticas ao bolsonarismo, sobretudo pelo governador do Maranhão, Flávio Dino, se intensificaram à medida em que a região começou a sentir as consequências da política econômica que atinge fortemente o Nordeste.
Insere-se nesse diagnóstico o combate às desigualdades regionais. Como explica a pesquisadora do tema Tânia Bacelar, economista e socióloga da Universidade Federal do Estado de Pernambuco (UFPE), a diversidade cultural brasileira convive com a herança das bases produtivas desiguais. A industrialização do país predominante em São Paulo e no Rio de Janeiro, segundo a professora, propiciou uma divisão social bem marcada. A concentração do Produto Interno Bruto (PIB) na região e seu elevado número de habitantes explica muito bem o que é o Brasil, diz ela.
Ao passo que abandonou a premissa de combate às desigualdades regionais, Bolsonaro adotou o secular e injusto ditame de restringir o desenvolvimento ao Sudeste e ao Sul do país. Ao mesmo tempo, ele aprofunda a lógica histórica, agora reavivada, de tratar o povo como mera fonte de mão de obra barata, um conceito do ideário escravista da elite brasileira. O povo nordestino, mais do que ninguém, sabe bem disso.
A consequência, entre tantas outras, é o surgimento dessas manifestações de boçalidades, a forma ofensiva de tratamento ao povo nordestino como se ele fosse uma categoria inferiorizada de brasileiros. Não à toa apareceu, nos grupelhos nazifascistas, a prática de perseguir e de tentar desqualificar os nordestinos. Exatamente o que Bolsonaro fez com sua fala indigna, o resgate das torpezas de um comportamento ideológico julgado pelo legado da ascenção e queda do nazifascismo.
O estado do Maranhão – o alvo principal do ataque de Bolsonaro ao Nordeste - é um exemplo da antítese desse ideário protofascista. É um estado rico, com um grande potencial no turismo, na fruticultura, na produção agrícola, além de ter um povo de uma cultura extraordinária. O governador Flávio Dino soube potencializar essas qualidades do estado e do povo, realizando a sua segunda gestão com resultados que cintilam por todo o país. São pistas do motivo do rancor político e do ódio de Bolsonaro.
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