Por André Barrocal, na revista CartaCapital:
Em 17 de outubro de 2018, Deltan Dallagnol deu uma palestra para a Federação Brasileira de Bancos, em São Paulo. O chefe da força-tarefa de procuradores da Operação Lava Jato em Curitiba foi a estrela no encerramento de um evento da Febraban sobre combate à lavagem de dinheiro. Dallagnol cobra por esse tipo de palestra. Havia motivo para o setor bancário patrociná-lo?
O ex-petista Antonio Palocci, ministro da Fazenda no primeiro governo Lula, queria delatar bancos à força-tarefa chefiada por Dallagnol. Os procuradores não aceitaram o acordo. A delação seria fechada com a Polícia Federal (PF), tempos depois. Trechos dela foram noticiados nesta sexta-feira, 19 de julho, pelo Globo. Bradesco, Itaú, Safra e BTG foram acusados.
O primeiro sinal público de Palocci de que pretendia delatar bancos foi dado um ano e meio antes da palestra de Dallagnol para a Febraban. Foi em um depoimento em 20 de abril de 2017 ao então juiz Sérgio Moro.
Palocci disse que certa vez havia recebido “uma grande personalidade do meio financeiro”, alguém que dizia falar em nome de um banco e ser responsável por financiar campanhas. Topava contar depois a Moro o nome da pessoa e do banco, se o atual ministro da Justiça quisesse.
Especulações invadiram o noticiário. Palocci viraria delator? A Lava Jato chegaria ao sistema financeiro? Um subprocurador-geral comentou certa vez com CartaCapital que era impossível ter havido estripulias com empreiteiras, Petrobras e políticos sem a participação de bancos. Estes inquietavam-se ante a possibilidade de ser acusados pelo ex-ministro da Fazenda.
Após o depoimento de Palocci a Moro, os advogados do ex-petista abriram negociações de uma delação com a força-tarefa chefiada por Dallagnol. Em 31 de maio de 2017, vieram a público alguns trechos do acordo pretendido, através do Valor. Esses trechos comprometiam o banco BTG Pactual, por exemplo.
Uma semana depois, em 7 de junho de 2017, o então presidente Michel Temer baixava uma medida provisória a autorizar bancos encrencados a fazer acordos de leniência com o Banco Central (BC), instituição conhecida pela boa vontade com o setor que deve fiscalizar.
O time de Dallagnol temia os efeitos de uma delação de Palocci no sistema bancário. Em 26 de junho de 2017, a Folha informava que a força-tarefa estava “apreensiva” e que estudava como preservar os bancos.
Naquele mesmo dia, Palocci foi condenado por Moro a 12 anos de cadeia. A delação que negociava com os procuradores nunca saiu. Um dos membros da força-tarefa, Carlos Fernando dos Santos Lima, diria no Globo de 30 de agosto de 2017 que a pretendida delação só tinha fofoca.
A negociação da delação foi retomada posteriormente pela Polícia Federal. Com quem enfim o ex-petista selou um acordo, em abril de 2018. Uma delação que agora começa a ser conhecida no capítulo “bancos”.
O ex-petista Antonio Palocci, ministro da Fazenda no primeiro governo Lula, queria delatar bancos à força-tarefa chefiada por Dallagnol. Os procuradores não aceitaram o acordo. A delação seria fechada com a Polícia Federal (PF), tempos depois. Trechos dela foram noticiados nesta sexta-feira, 19 de julho, pelo Globo. Bradesco, Itaú, Safra e BTG foram acusados.
O primeiro sinal público de Palocci de que pretendia delatar bancos foi dado um ano e meio antes da palestra de Dallagnol para a Febraban. Foi em um depoimento em 20 de abril de 2017 ao então juiz Sérgio Moro.
Palocci disse que certa vez havia recebido “uma grande personalidade do meio financeiro”, alguém que dizia falar em nome de um banco e ser responsável por financiar campanhas. Topava contar depois a Moro o nome da pessoa e do banco, se o atual ministro da Justiça quisesse.
Especulações invadiram o noticiário. Palocci viraria delator? A Lava Jato chegaria ao sistema financeiro? Um subprocurador-geral comentou certa vez com CartaCapital que era impossível ter havido estripulias com empreiteiras, Petrobras e políticos sem a participação de bancos. Estes inquietavam-se ante a possibilidade de ser acusados pelo ex-ministro da Fazenda.
Após o depoimento de Palocci a Moro, os advogados do ex-petista abriram negociações de uma delação com a força-tarefa chefiada por Dallagnol. Em 31 de maio de 2017, vieram a público alguns trechos do acordo pretendido, através do Valor. Esses trechos comprometiam o banco BTG Pactual, por exemplo.
Uma semana depois, em 7 de junho de 2017, o então presidente Michel Temer baixava uma medida provisória a autorizar bancos encrencados a fazer acordos de leniência com o Banco Central (BC), instituição conhecida pela boa vontade com o setor que deve fiscalizar.
O time de Dallagnol temia os efeitos de uma delação de Palocci no sistema bancário. Em 26 de junho de 2017, a Folha informava que a força-tarefa estava “apreensiva” e que estudava como preservar os bancos.
Naquele mesmo dia, Palocci foi condenado por Moro a 12 anos de cadeia. A delação que negociava com os procuradores nunca saiu. Um dos membros da força-tarefa, Carlos Fernando dos Santos Lima, diria no Globo de 30 de agosto de 2017 que a pretendida delação só tinha fofoca.
A negociação da delação foi retomada posteriormente pela Polícia Federal. Com quem enfim o ex-petista selou um acordo, em abril de 2018. Uma delação que agora começa a ser conhecida no capítulo “bancos”.
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