Editorial do site Vermelho:
Uma medida unilateral e protecionista arbitrária, que prejudica seriamente as regras internacionais e terá impacto significativo na economia global e nos mercados financeiros. Esse foi o diagnóstico do Banco Popular da China – o banco central do país – ao responder às acusações dos Estados Unidos que rotularam o país asiático como "um manipulador de moeda". No fundo da contenda está a guerra comercial contra a China iniciada pelo presidente norte-americano, Donald Trump.
Essa não é uma questão nova. Ela apenas se agravou e tornou mais agressiva, reflexo do aprofundamento da crise global. A pressão dos Estados Unidos e da União Europeia pela conversibilidade da moeda chinesa, o yuan, e sua valorização frente ao dólar tem sido respondida por Pequim com altivez, deixando claro que esse é um assunto interno e diz respeito à sua política monetária. O controle cambial é uma de suas principais armas para enfrentar a guerra comercial do bloco Estados Unidos-União Europeia.
A China tem alertado que a crise financeira global impõe maior urgência para os aprimoramentos do seu modelo econômico, baseado na política de crescimento interno estável. E isso passa pelo entendimento de que as injustiças comerciais englobam questões muito mais graves do que o controle cambial chinês. A correção das assimetrias exige, por exemplo, revisão das taxações e barreiras impostas pelo bloco Estados Unidos-União Europeia, que impedem a efetividade da liberalização comercial.
O Brasil será atingido de frente por essa turbulência, com o agravante de que o governo Bolsonaro deixou o país completamente vulnerável. A própria ministra da Agricultura, Tereza Cristina, disse que o Brasil é grande concorrente, na área agrícola, dos Estados Unidos – um item de exportação essencial na balança comercial brasileira e na pauta de importação da China. A questão é saber como os Estados Unidos reagirão diante da hipótese de aumento das exportações brasileiras para o gigante socialista.
A política externa de Bolsonaro contrasta fortemente com o passado recente do país. As alianças internacionais para enfrentar a hegemonia dos países ricos foram um dos grandes feitos da política externa no ciclo de governos dos ex-presidentes Luiz Inácio Lula da silva e Dilma Rousseff. A formação da União de Nações Sul-Americanas (Unasul) potencializou a inserção do Brasil no BRICS (bloco formado por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul), formando uma poderosa multipolaridade nas relações internacionais.
Com essa política externa, o Brasil gerou elevados superávits na balança comercial, diminuindo a vulnerabilidade do país com relação à volátil liquidez internacional e possibilitando a adoção de políticas internas de fomento à economia pelo Estado. Ao mesmo tempo, protagonizou memoráveis batalhas no âmbito da Organização Mundial do Comércio (OMC) contra o protecionismo dos países ricos, combatendo os escandalosos subsídios agrícolas e os injustificáveis obstáculos às exportações de produtos industriais.
A brusca mudança na política externa revogou tudo isso. Em seu lugar entrou a subserviência que entrega à geopolítica de Trump os destinos da economia nacional. A vassalagem chegou ao ponto de Bolsonaro indicar seu filho Eduardo para o posto de embaixador do Brasil nos Estados Unidos, uma prática de nepotismo e submissão de um descaramento que chega a ser vergonhoso. Com isso, o Brasil, que enfrenta uma rápida deterioração do seu aparelho econômico, perde mercado externo, entrega o seu patrimônio e se afunda na medíocre posição de mero capacho dos interesses da Casa Branca.
Ao abrir mão da governabilidade soberana, Bolsonaro compromete o futuro do país. Sem produção e sem políticas de alianças internacionais para enfrentar o poderio do bloco Estados Unidos-União Europeia, como faz a China, o Brasil se vê perigosamente ameaçado por um ciclo de estagnação, e uma possível recessão, de consequências desastrosas. O agravamento da crise internacional deveria servir para o país buscar forças nas suas potencialidades para enfrentar essa grave situação. Mas o governo Bolsonaro tem outra concepção. O momento é grave e impõe, cada vez mais, a lógica da união patriótica e democrática para salvar o país.
Uma medida unilateral e protecionista arbitrária, que prejudica seriamente as regras internacionais e terá impacto significativo na economia global e nos mercados financeiros. Esse foi o diagnóstico do Banco Popular da China – o banco central do país – ao responder às acusações dos Estados Unidos que rotularam o país asiático como "um manipulador de moeda". No fundo da contenda está a guerra comercial contra a China iniciada pelo presidente norte-americano, Donald Trump.
Essa não é uma questão nova. Ela apenas se agravou e tornou mais agressiva, reflexo do aprofundamento da crise global. A pressão dos Estados Unidos e da União Europeia pela conversibilidade da moeda chinesa, o yuan, e sua valorização frente ao dólar tem sido respondida por Pequim com altivez, deixando claro que esse é um assunto interno e diz respeito à sua política monetária. O controle cambial é uma de suas principais armas para enfrentar a guerra comercial do bloco Estados Unidos-União Europeia.
A China tem alertado que a crise financeira global impõe maior urgência para os aprimoramentos do seu modelo econômico, baseado na política de crescimento interno estável. E isso passa pelo entendimento de que as injustiças comerciais englobam questões muito mais graves do que o controle cambial chinês. A correção das assimetrias exige, por exemplo, revisão das taxações e barreiras impostas pelo bloco Estados Unidos-União Europeia, que impedem a efetividade da liberalização comercial.
O Brasil será atingido de frente por essa turbulência, com o agravante de que o governo Bolsonaro deixou o país completamente vulnerável. A própria ministra da Agricultura, Tereza Cristina, disse que o Brasil é grande concorrente, na área agrícola, dos Estados Unidos – um item de exportação essencial na balança comercial brasileira e na pauta de importação da China. A questão é saber como os Estados Unidos reagirão diante da hipótese de aumento das exportações brasileiras para o gigante socialista.
A política externa de Bolsonaro contrasta fortemente com o passado recente do país. As alianças internacionais para enfrentar a hegemonia dos países ricos foram um dos grandes feitos da política externa no ciclo de governos dos ex-presidentes Luiz Inácio Lula da silva e Dilma Rousseff. A formação da União de Nações Sul-Americanas (Unasul) potencializou a inserção do Brasil no BRICS (bloco formado por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul), formando uma poderosa multipolaridade nas relações internacionais.
Com essa política externa, o Brasil gerou elevados superávits na balança comercial, diminuindo a vulnerabilidade do país com relação à volátil liquidez internacional e possibilitando a adoção de políticas internas de fomento à economia pelo Estado. Ao mesmo tempo, protagonizou memoráveis batalhas no âmbito da Organização Mundial do Comércio (OMC) contra o protecionismo dos países ricos, combatendo os escandalosos subsídios agrícolas e os injustificáveis obstáculos às exportações de produtos industriais.
A brusca mudança na política externa revogou tudo isso. Em seu lugar entrou a subserviência que entrega à geopolítica de Trump os destinos da economia nacional. A vassalagem chegou ao ponto de Bolsonaro indicar seu filho Eduardo para o posto de embaixador do Brasil nos Estados Unidos, uma prática de nepotismo e submissão de um descaramento que chega a ser vergonhoso. Com isso, o Brasil, que enfrenta uma rápida deterioração do seu aparelho econômico, perde mercado externo, entrega o seu patrimônio e se afunda na medíocre posição de mero capacho dos interesses da Casa Branca.
Ao abrir mão da governabilidade soberana, Bolsonaro compromete o futuro do país. Sem produção e sem políticas de alianças internacionais para enfrentar o poderio do bloco Estados Unidos-União Europeia, como faz a China, o Brasil se vê perigosamente ameaçado por um ciclo de estagnação, e uma possível recessão, de consequências desastrosas. O agravamento da crise internacional deveria servir para o país buscar forças nas suas potencialidades para enfrentar essa grave situação. Mas o governo Bolsonaro tem outra concepção. O momento é grave e impõe, cada vez mais, a lógica da união patriótica e democrática para salvar o país.
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