Charge: Elena Ospina/Colômbia |
Caso os recentes aumentos no desmatamento da Amazônia não sejam rapidamente estancados e, na sequência, revertidos, com políticas de reflorestamento, a região deve influenciar fortemente o clima da região Centro-Oeste, que se tornaria infértil e inviabilizaria o agronegócio local.
No curto prazo, além do risco de boicotes econômicos serem praticados por países grandes importadores diretos de commodities agrícolas e minerais do país, a imagem ambientalmente negativa dos produtos brasileiros já começou a gerar prejuízos econômicos ao país.
Nesta semana o Centro das Indústrias de Curtumes do Brasil (CICB) divulgou que mais de 18 marcas internacionais suspenderam a aquisição de couro brasileiro, com a justificativa explícita de que muitas notícias relacionavam as queimadas na região amazônica ao agronegócio do país.
Segundo o geógrafo Marcelo Benedito, o ciclo de destruição da Amazônia começa, geralmente, com as madeireiras desmatando o que tem pela frente. Em seguida, aparecem as pastagens que permanecem até que os tocos de tronco apodreçam, e possam ser arrancados com facilidade para a então plantação de soja.
Existem estudos de especialistas, inclusive do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), que corroborando para a tese de que, caso o desmatamento atinja de 20 a 25% da Amazônia, parte dela entrará em colapso, transformando-se em savana e reduzindo a umidade que segue de lá para a região Centro-Oeste. Isso poderia afetar drasticamente o regime de chuvas da região, deixando-a em grande parte infértil. Atualmente, o índice de desmatamento já está entre 16 e 17%.
Vale lembrar que o Centro-Oeste já passa por processos de arenização em parte de seu território e fica nas mesmas latitudes globais de desertos como o Atacama, o Kalahari (África) e o Grande Deserto australiano. Sem a umidade amazônica que escoa para lá, esta é a tendência geográfica da região.
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