Editorial do site Vermelho:
A formalização do aval dos Estados Unidos à indicação de Eduardo Bolsonaro para a embaixada em Washington é um escárnio. A começar pelos elogios piegas do suserano da geopolítica da Casa Branca, Donald Trump, aos vassalos brasileiros, o presidente Jair Bolsonaro e seu rebento Eduardo.
A embaixada nos Estados Unidos requer um diplomata experiente, com longa trajetória, alguém na lista dos profissionais do Itamaraty no ápice de uma carreira de Estado, reconhecida como muito exigente.
O que faz Bolsonaro? Se põe a mover céus e terra para presentear o filho com um insólito mimo. Nepotismo desbragado que expõe o Brasil a um vexame internacional. Que méritos, que currículo credenciam o filho do presidente para tal responsabilidade? Arranha o inglês e diz que sabe fritar hambúrguer. De tão ridículo, essa justificativa virou piada nacional e até internacional.
Para além da piada e para além deste nepotismo vergonhoso, a indicação de Eduardo para o posto de embaixador faz parte da essência da política externa do governo Bolsonaro: capitulação, subordinação do Brasil aos interesses e ditames dos Estados Unidos.
A questão é saber como Eduardo Bolsonaro, a exemplo do pai fã fanático de Trump, se movimentará, na condição de embaixador - caso essa aberração se confirme -, num cenário de agravamento das tensões internacionais, entre elas as ameaças ao Irã e a guerra comercial e tecnológica contra a China. Defenderá os interesses da Casa Branca ou do Brasil?
A resposta a essa pergunta, para além da relação de ídolo e fã, vem do fato de que o Estado nacional está sendo dilapidado pelo programa de governo e o projeto de poder de Bolsonaro, com o intuito de moldá-lo à medida exata do ultraliberalismo e neocolonialismo que com outras palavras significam entreguismo escancarado.
Um “embaixador” do tipo Eduardo, representando um governo que entrega o Estado ao papel de mero fiscal dos interesses das oligarquias de Wall Street a serviço dos monopólios que controlam o fluxo de capitais pelo mundo, se enquadra perfeitamente no figurino da Casa Branca. Com a ascensão do grupo de Trump ao poder, a retomada do histórico projeto de controle hegemônico dos Estados Unidos sobre a América Latina começou a ser redesenhado e no Brasil ele se materializou com o golpe de 2016, o alicerce da eleição de Bolsonaro em 2018.
O Brasil tem um longo histórico de luta pela afirmação da soberania na sua política externa. Para citar um período mais recente, na presidência de Luiz Inácio Lula da Silva a chancelaria do país cumpriu papel decisivo na abertura de fronteiras comerciais e políticas. O resultado apareceu de forma marcante com a diversificação de parceiros comerciais e o crescimento do superávit na balança comercial — o que possibilitou a aplicação de importantes políticas de Estado. Além disso, procurou inserir o Brasil de forma altiva na complexa e disputada arena internacional.
É oportuno lembrar que os Estados Unidos operam pelo menos quatro grandes agências comerciais para abrir portas, fornecer informação e aplicar suas diretrizes mundo afora. Sem falar no uso do seu poderio bélico e na sua diplomacia policialesca, que vem sendo usada intensamente no ataque à estratégia multipolar que se fortaleceu com a união dos países em desenvolvimento, sobretudo no bloco BRICS (Brasil Rússia, Índia, China e África do Sul), para promover a concentração de poder, desrespeitando o direito internacional.
Pela lógica dessa relação entre os Bolsonaro e Trump, os papéis de Estados Unidos e Brasil estão bem delimitados: os primeiros entrariam com a tecnologia e os segundos com as matérias-primas. Aos Estados Unidos caberia a missão, por algum direito divino, de ficarem com a radiante missão de guiar a economia brasileira e ao Brasil a vil função de trabalhar para entregar suas riquezas, e, quando muito, consumir quinquilharias norte-americanas. Eduardo Bolsonaro “embaixador” se enquadra perfeitamente na essência da política externa do pai.
A formalização do aval dos Estados Unidos à indicação de Eduardo Bolsonaro para a embaixada em Washington é um escárnio. A começar pelos elogios piegas do suserano da geopolítica da Casa Branca, Donald Trump, aos vassalos brasileiros, o presidente Jair Bolsonaro e seu rebento Eduardo.
A embaixada nos Estados Unidos requer um diplomata experiente, com longa trajetória, alguém na lista dos profissionais do Itamaraty no ápice de uma carreira de Estado, reconhecida como muito exigente.
O que faz Bolsonaro? Se põe a mover céus e terra para presentear o filho com um insólito mimo. Nepotismo desbragado que expõe o Brasil a um vexame internacional. Que méritos, que currículo credenciam o filho do presidente para tal responsabilidade? Arranha o inglês e diz que sabe fritar hambúrguer. De tão ridículo, essa justificativa virou piada nacional e até internacional.
Para além da piada e para além deste nepotismo vergonhoso, a indicação de Eduardo para o posto de embaixador faz parte da essência da política externa do governo Bolsonaro: capitulação, subordinação do Brasil aos interesses e ditames dos Estados Unidos.
A questão é saber como Eduardo Bolsonaro, a exemplo do pai fã fanático de Trump, se movimentará, na condição de embaixador - caso essa aberração se confirme -, num cenário de agravamento das tensões internacionais, entre elas as ameaças ao Irã e a guerra comercial e tecnológica contra a China. Defenderá os interesses da Casa Branca ou do Brasil?
A resposta a essa pergunta, para além da relação de ídolo e fã, vem do fato de que o Estado nacional está sendo dilapidado pelo programa de governo e o projeto de poder de Bolsonaro, com o intuito de moldá-lo à medida exata do ultraliberalismo e neocolonialismo que com outras palavras significam entreguismo escancarado.
Um “embaixador” do tipo Eduardo, representando um governo que entrega o Estado ao papel de mero fiscal dos interesses das oligarquias de Wall Street a serviço dos monopólios que controlam o fluxo de capitais pelo mundo, se enquadra perfeitamente no figurino da Casa Branca. Com a ascensão do grupo de Trump ao poder, a retomada do histórico projeto de controle hegemônico dos Estados Unidos sobre a América Latina começou a ser redesenhado e no Brasil ele se materializou com o golpe de 2016, o alicerce da eleição de Bolsonaro em 2018.
O Brasil tem um longo histórico de luta pela afirmação da soberania na sua política externa. Para citar um período mais recente, na presidência de Luiz Inácio Lula da Silva a chancelaria do país cumpriu papel decisivo na abertura de fronteiras comerciais e políticas. O resultado apareceu de forma marcante com a diversificação de parceiros comerciais e o crescimento do superávit na balança comercial — o que possibilitou a aplicação de importantes políticas de Estado. Além disso, procurou inserir o Brasil de forma altiva na complexa e disputada arena internacional.
É oportuno lembrar que os Estados Unidos operam pelo menos quatro grandes agências comerciais para abrir portas, fornecer informação e aplicar suas diretrizes mundo afora. Sem falar no uso do seu poderio bélico e na sua diplomacia policialesca, que vem sendo usada intensamente no ataque à estratégia multipolar que se fortaleceu com a união dos países em desenvolvimento, sobretudo no bloco BRICS (Brasil Rússia, Índia, China e África do Sul), para promover a concentração de poder, desrespeitando o direito internacional.
Pela lógica dessa relação entre os Bolsonaro e Trump, os papéis de Estados Unidos e Brasil estão bem delimitados: os primeiros entrariam com a tecnologia e os segundos com as matérias-primas. Aos Estados Unidos caberia a missão, por algum direito divino, de ficarem com a radiante missão de guiar a economia brasileira e ao Brasil a vil função de trabalhar para entregar suas riquezas, e, quando muito, consumir quinquilharias norte-americanas. Eduardo Bolsonaro “embaixador” se enquadra perfeitamente na essência da política externa do pai.
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