Por Paulo Moreira Leite, em seu blog:
Nossa dificuldade para separar o principal do secundário chegou a um ponto máximo por esses dias.
Enquanto colunistas e até o decano do STF se indignavam debatendo a semiótica de leões e hienas num vídeo publicado no site de Bolsonaro, a máquina federal ocupada em mastigar direitos dos mais pobres prossegue seu trabalho incansável, sem ser incomodada por ninguém.
Não fosse pelo trabalho do repórter Thiago Rezende, da Folha de S. Paulo, ninguém teria sido informado sobre um novo avanço no programa de exclusão social em curso no país.
Pela primeira vez numa história de duas décadas ocorreu uma redução no número de idosos que receberam o BPC, o Benefício de Prestação Continuada. Em setembro, o número de beneficiados atingiu 2, 023 milhões de beneficiários. Em 2018, esse número havia chegado a 2,049 milhões.
Até as crianças sabem que um país com 13 milhões de desempregos é uma usina de cidadãos carentes e famílias desesperadas, com direito a uma assistência dos poderes públicos.
Pela lógica mais elementar, o número de homens e mulheres com direito ao BPC deveria aumentar, em vez de diminuir.
Mas acontece o contrário e a redução dos idosos com direito ao BPC é produto de uma matemática simples.
Enquanto eleva o número de cancelamentos - foram 5600 no último ano -, o Ministério da Cidadania cria dificuldades para abrir novas vagas do programas. Conforme a Folha, 150.000 pedidos sequer foram examinados pelos técnicos do ministério que poderiam fazer a fila andar. Assim, cria-se um ciclo vicioso - cujos efeitos são cada vez mais visíveis nas ruas e semáforos das grandes cidades brasileiras.
Sabemos que o BPC é um dos alvos favoritos equipe econômica desde que Paulo Guedes apresentou sua primeira versão da reforma da Previdência ao Congresso.
Em vez de pagar um salário mínimo a cada idoso sem meios de prover a própria subsistência, como estabelece o projeto de 1996, a proposta era fazer um corte drástico. Entregar 400 reais por mês para quem se encontrava entre 60 e 70 anos. Só aqueles que conseguissem chegar aos 70 anos teriam direito de pleitear o mínimo. Por excessivamente indecente, a proposta acabou arquivada.
Mas a máquina de mastigar direitos de pobres e miseráveis não desistiu de seu serviço.
Sempre que se afastam do debate sobre questões que interessam as grandes maiorias do país, as forças que compreendem o caráter nocivo do governo Bolsonaro só facilitam o trabalho do adversário.
Alguma dúvida?
Enquanto colunistas e até o decano do STF se indignavam debatendo a semiótica de leões e hienas num vídeo publicado no site de Bolsonaro, a máquina federal ocupada em mastigar direitos dos mais pobres prossegue seu trabalho incansável, sem ser incomodada por ninguém.
Não fosse pelo trabalho do repórter Thiago Rezende, da Folha de S. Paulo, ninguém teria sido informado sobre um novo avanço no programa de exclusão social em curso no país.
Pela primeira vez numa história de duas décadas ocorreu uma redução no número de idosos que receberam o BPC, o Benefício de Prestação Continuada. Em setembro, o número de beneficiados atingiu 2, 023 milhões de beneficiários. Em 2018, esse número havia chegado a 2,049 milhões.
Até as crianças sabem que um país com 13 milhões de desempregos é uma usina de cidadãos carentes e famílias desesperadas, com direito a uma assistência dos poderes públicos.
Pela lógica mais elementar, o número de homens e mulheres com direito ao BPC deveria aumentar, em vez de diminuir.
Mas acontece o contrário e a redução dos idosos com direito ao BPC é produto de uma matemática simples.
Enquanto eleva o número de cancelamentos - foram 5600 no último ano -, o Ministério da Cidadania cria dificuldades para abrir novas vagas do programas. Conforme a Folha, 150.000 pedidos sequer foram examinados pelos técnicos do ministério que poderiam fazer a fila andar. Assim, cria-se um ciclo vicioso - cujos efeitos são cada vez mais visíveis nas ruas e semáforos das grandes cidades brasileiras.
Sabemos que o BPC é um dos alvos favoritos equipe econômica desde que Paulo Guedes apresentou sua primeira versão da reforma da Previdência ao Congresso.
Em vez de pagar um salário mínimo a cada idoso sem meios de prover a própria subsistência, como estabelece o projeto de 1996, a proposta era fazer um corte drástico. Entregar 400 reais por mês para quem se encontrava entre 60 e 70 anos. Só aqueles que conseguissem chegar aos 70 anos teriam direito de pleitear o mínimo. Por excessivamente indecente, a proposta acabou arquivada.
Mas a máquina de mastigar direitos de pobres e miseráveis não desistiu de seu serviço.
Sempre que se afastam do debate sobre questões que interessam as grandes maiorias do país, as forças que compreendem o caráter nocivo do governo Bolsonaro só facilitam o trabalho do adversário.
Alguma dúvida?
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