Marcão do Povo |
As baixarias nas emissoras privadas de tevê e rádio – que exploram concessões públicas – seguem produzindo tragédias no Brasil. Na terça-feira passada (12), o apresentador Marcos Paulo Ribeiro de Morais, o “Marcão do Povo”, humilhou de forma cruel um rapaz de Londrina (PR) no seu programa “Primeiro Impacto”, do SBT.
Ele exibiu um vídeo no qual um “homem se pendura numa fiação e diz que quer morrer. Ele cai e vai embora. Marcão do Povo disse, rindo: ‘Chifre é que nem consórcio: a qualquer momento você é contemplado’. Nesse mesmo dia, o homem ridicularizado foi encontrado morto. O boletim de ocorrência atesta que foi suicídio”, relata indignado o jornalista Mauricio Stycer, no UOL.
Diante da repercussão negativa do caso, o apresentador do SBT negou qualquer responsabilidade e ainda se disse vítima de “mentiras” da imprensa. Essa, porém, não é a primeira vez que o caricato “Marcão do Povo” abusa das baixarias para ganhar audiência. Em janeiro de 2017, por exemplo, ele foi demitido da TV Record, onde apresentava o programa Balanço Geral, após chamar a cantora Ludmilla de “pobre e macaca”.
Radialista homofóbico e racista
Já nesta segunda-feira (18), outro caso asqueroso de preconceito e baixaria envolveu o radialista goiano Luiz Gama, da BandNews, que inclusive foi afastado da rádio. Em seu Twitter, ele postou comentários racistas e homofóbicos contra o jornalista Matheus Ribeiro, o primeiro homossexual assumido a apresentar o “Jornal Nacional” da TV Globo no sábado passado.
“Puts! onde o Brasil vai parar? Queimar a rosca agora é moda. Um apresentador de telejornal de qualidade média virou a bola da vez no jornalismo nacional só porque revelou que sua rosquinha está à disposição. A qualidade profissional que se f...”, disparou o radialista cheio de ódio e recalques.
Além do post no Twitter, Luiz Gama fez também um comentário homofóbico no ar, durante transmissão na Rádio 820 AM, também do Grupo Bandeirantes: “O que tem de bicha e viado na TV de Goiânia. Tá um negócio de doido! [...] Você liga a TV e é biba para tudo quanto é lado. Está todo mundo liberando [?]".
Em nota, o advogado de Matheus Ribeiro lamentou o episódio: “Não é admissível, sob qualquer circunstância e pretexto, agressões gratuitas e vis como as que foram praticadas pelo radialista Luiz Gama. Não se trata apenas de homofobia, mas de desrespeito ao jornalista, ao ser humano, ao filho, ao neto, ao companheiro. Atos como esse só contribuem para a cultura de desrespeito e violência que permeia a nossa sociedade. Lamentamos que em pleno 2019 ainda tenhamos que combater esse tipo de preconceito na imprensa brasileira”.
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