Por Bepe Damasco, em seu blog:
Alguns analistas consideram que os 30% de apoio que Bolsonaro ainda mantém, segundo as pesquisas, devem ser vistos como uma fortaleza inexpugnável. Ressalvando que algumas sondagens situaram seu contingente de apoiadores até abaixo deste patamar, é preciso contextualizar estes dados politicamente.
Primeiro não podemos perder de vista que todas as pesquisas, incluindo as dos institutos mais tradicionais como Datafolha e Ibope, registram queda acentuada da popularidade de Bolsonaro em todas as faixas de renda, níveis de escolaridade, idades, gêneros e regiões do país. A perda de terreno que mais chama a atenção se dá entre os mais pobres.
O padrão dos resultados colhidos por Bolsonaro são compatíveis com um mandatário na segunda metade do mandato, e não no início, como é o caso dele. Daí a conclusão inescapável, já que é amplamente respaldada pelos números, de que Bolsonaro é o mais impopular presidente da história, levando-se em conta o tempo de mandato, que é o parâmetro correto de comparação entre um governante e outro.
Por isso, longe de me preocupar com os 30% de seguidores que o presidente ostenta, vejo-os como produto do fracasso de seu governo e da desilusão crescente que causam tanto suas políticas como sua postura pessoal. A esta altura, para pavimentar seu projeto de reeleição, Bolsonaro teria que se situar em torno de 45% de bom e ótimo, percentuais que Lula e Dilma, e até FHC, atingiram com facilidade em início de mandato.
Outro ponto de discordância que manifesto em relação à boa parte dos comentaristas, inclusive os do campo da esquerda, diz respeito à suposta invulnerabilidade destes 30%, como se um terço dos brasileiros e brasileiras tivessem férreas convicções fascistas. Na minha visão, ele terá enormes dificuldades até para manter incólume esta cidadela de apoio. O mais provável é que desça ainda mais, empurrado por uma economia que não tem como dar certo com o ultraneoliberalismo de Guedes, a espalhar pobreza e miséria por toda a parte.
A Aliança pelo Brasil, a nova aventura partidária de natureza puro sangue fascista de Bolsonaro, é uma tentativa mal disfarçada de reunir adoradores de olho numa eventual ruptura da ordem democrática, sonho acalentado pela clã presidencial. Mas falta combinar com os russos. A democracia, mesmo de baixa intensidade como a que vivemos, conta ainda com forte adesão na sociedade. Liquidá-la não seria propriamente um passeio no parque.
Alguns analistas consideram que os 30% de apoio que Bolsonaro ainda mantém, segundo as pesquisas, devem ser vistos como uma fortaleza inexpugnável. Ressalvando que algumas sondagens situaram seu contingente de apoiadores até abaixo deste patamar, é preciso contextualizar estes dados politicamente.
Primeiro não podemos perder de vista que todas as pesquisas, incluindo as dos institutos mais tradicionais como Datafolha e Ibope, registram queda acentuada da popularidade de Bolsonaro em todas as faixas de renda, níveis de escolaridade, idades, gêneros e regiões do país. A perda de terreno que mais chama a atenção se dá entre os mais pobres.
O padrão dos resultados colhidos por Bolsonaro são compatíveis com um mandatário na segunda metade do mandato, e não no início, como é o caso dele. Daí a conclusão inescapável, já que é amplamente respaldada pelos números, de que Bolsonaro é o mais impopular presidente da história, levando-se em conta o tempo de mandato, que é o parâmetro correto de comparação entre um governante e outro.
Por isso, longe de me preocupar com os 30% de seguidores que o presidente ostenta, vejo-os como produto do fracasso de seu governo e da desilusão crescente que causam tanto suas políticas como sua postura pessoal. A esta altura, para pavimentar seu projeto de reeleição, Bolsonaro teria que se situar em torno de 45% de bom e ótimo, percentuais que Lula e Dilma, e até FHC, atingiram com facilidade em início de mandato.
Outro ponto de discordância que manifesto em relação à boa parte dos comentaristas, inclusive os do campo da esquerda, diz respeito à suposta invulnerabilidade destes 30%, como se um terço dos brasileiros e brasileiras tivessem férreas convicções fascistas. Na minha visão, ele terá enormes dificuldades até para manter incólume esta cidadela de apoio. O mais provável é que desça ainda mais, empurrado por uma economia que não tem como dar certo com o ultraneoliberalismo de Guedes, a espalhar pobreza e miséria por toda a parte.
A Aliança pelo Brasil, a nova aventura partidária de natureza puro sangue fascista de Bolsonaro, é uma tentativa mal disfarçada de reunir adoradores de olho numa eventual ruptura da ordem democrática, sonho acalentado pela clã presidencial. Mas falta combinar com os russos. A democracia, mesmo de baixa intensidade como a que vivemos, conta ainda com forte adesão na sociedade. Liquidá-la não seria propriamente um passeio no parque.
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