Por Marcelo Zero
O que levou o Partido Trabalhista Britânico à recente derrota não foi a suposta “radicalização” das propostas de Corbyn, mas a ambivalência em relação ao Brexit, o principal tema da eleição e que se tornou o principal divisor de águas político do Reino Unido
O Green New Deal de Corbyn (aumento de impostos para os ricos, aumento do salário mínimo, reestruturação dos serviços públicos, programas de combate à pobreza e à desigualdade, metas ambientais ambiciosas, nova industrialização verde, etc.) era popular, especialmente nas grandes áreas urbanas do Reino Unido.
Naquele país, o conceito de socialismo, ao contrário do que ocorre nos EUA, têm conotação positiva, já que ressoa a era de ouro da socialdemocracia inglesa. Com Corbyn, pela primeira vez a suposta ausência de alternativas às políticas neoliberais herdadas de Thatcher (não questionadas por Blair e outros) foi colocada em xeque.
O problema foi a atitude dúbia, em relação ao Brexit, que se tornou o principal divisor de águas político do Reino Unido.
Corbyn chegou a afirmar que não tinha uma posição definida sobre o tema e lançou a ideia de um novo referendo. Tentou agradar votantes leavers (Pró-Brexit) e votantes remainers (contra o Brexit).
Acabou desagradando a ambos, notadamente os mais radicais de ambos os lados.
Perdeu muitos votos nas áreas nas áreas economicamente deprimidas das Midlands, as quais tem muitos eleitores que culpam a União Europeia por terem ficado para trás.
O voto distrital, que sobrerrepresenta as áreas rurais e as pequenas cidades, fez o resto do estrago.
Corbyn sabe muito bem que o Brexit não é solução e que a origem dos problemas não está na integração em si, mas nas políticas de austeridade. Entretanto, o novo trabalhismo falhou em transmitir essa ideia à maioria dos eleitores, especialmente os mais velhos.
A boa nova é que o Labour continua forte entre os jovens, sufocados por dívidas estudantis e oprimidos pelo desemprego e pela falta de perspectivas.
O Brexit e os conservadores agravarão os atuais problemas do Reino Unido, com suas políticas que promovem desigualdade e maior dependência econômica e política relativamente aos EUA.
O novo trabalhismo de Corbyn tem de persistir. O povo acaba escrevendo certo por linhas tortas.
O que levou o Partido Trabalhista Britânico à recente derrota não foi a suposta “radicalização” das propostas de Corbyn, mas a ambivalência em relação ao Brexit, o principal tema da eleição e que se tornou o principal divisor de águas político do Reino Unido
O Green New Deal de Corbyn (aumento de impostos para os ricos, aumento do salário mínimo, reestruturação dos serviços públicos, programas de combate à pobreza e à desigualdade, metas ambientais ambiciosas, nova industrialização verde, etc.) era popular, especialmente nas grandes áreas urbanas do Reino Unido.
Naquele país, o conceito de socialismo, ao contrário do que ocorre nos EUA, têm conotação positiva, já que ressoa a era de ouro da socialdemocracia inglesa. Com Corbyn, pela primeira vez a suposta ausência de alternativas às políticas neoliberais herdadas de Thatcher (não questionadas por Blair e outros) foi colocada em xeque.
O problema foi a atitude dúbia, em relação ao Brexit, que se tornou o principal divisor de águas político do Reino Unido.
Corbyn chegou a afirmar que não tinha uma posição definida sobre o tema e lançou a ideia de um novo referendo. Tentou agradar votantes leavers (Pró-Brexit) e votantes remainers (contra o Brexit).
Acabou desagradando a ambos, notadamente os mais radicais de ambos os lados.
Perdeu muitos votos nas áreas nas áreas economicamente deprimidas das Midlands, as quais tem muitos eleitores que culpam a União Europeia por terem ficado para trás.
O voto distrital, que sobrerrepresenta as áreas rurais e as pequenas cidades, fez o resto do estrago.
Corbyn sabe muito bem que o Brexit não é solução e que a origem dos problemas não está na integração em si, mas nas políticas de austeridade. Entretanto, o novo trabalhismo falhou em transmitir essa ideia à maioria dos eleitores, especialmente os mais velhos.
A boa nova é que o Labour continua forte entre os jovens, sufocados por dívidas estudantis e oprimidos pelo desemprego e pela falta de perspectivas.
O Brexit e os conservadores agravarão os atuais problemas do Reino Unido, com suas políticas que promovem desigualdade e maior dependência econômica e política relativamente aos EUA.
O novo trabalhismo de Corbyn tem de persistir. O povo acaba escrevendo certo por linhas tortas.
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