Por Umberto Martins, no site da CTB:
Inércia
Crescem também as pressões no Parlamento. Até a última sexta-feira (24), 29 pedidos de impeachment contra o presidente foram protocolados na Câmara dos Deputados. Apenas um deles foi apreciado por Rodrigo Maia (DEM-RJ), a quem compete fazer uma análise inicial de denúncias por crime de responsabilidade contra o chefe do Executivo federal. O pedido analisado acabou sendo indeferido porque a denúncia era anônima, o que é vedado pelo regimento interno da Casa.
A estranha inércia do presidente da Câmara suscitou cobranças e críticas do ministro Celso de Mello, decano do Supremo Tribunal Federal (STF). Caiu nas mãos de Mello o destino do inquérito pedido pelo PRG para apurar as denúncias feitas por Moro contra o chefe do Executivo relativas às ingerências políticas para orientar e restringir as investigações da Polícia Federal contra seus rebentos.
Aliado do líder da extrema direita, que o indicou para o cargo, o PRG Augusto Aras aparentemente mira o ex-juiz curitibano (que quer enquadrar nos crimes de calúnia, difamação e denúncia caluniosa). Mas o tiro pode sair pela culatra. A correlação de forças está mudando e já não favorece o projeto neofascista do Clã Bolsonaro.
54% dos brasileiros e brasileiras querem Jair Bolsonaro fora do Palácio do Planalto, segundo pesquisa realizada pela empresa de consultoria Atlas Político nos dias 24 a 26 de abril, divulgada nesta segunda (27). Entre as mulheres, o índice sobe a 58%. O levantamento indica ainda que 64,4% desaprovam o líder da extrema direita, apoiado agora por apenas 30%.
A popularidade de Bolsonaro já descrevia uma linha de queda nas pesquisas desde fevereiro, o que diferentes analistas atribuem ao seu comportamento errático e irresponsável diante da pandemia do coronavírus, em aberta oposição à ciência, à OMS e ao Ministério da Saúde, que resultou na demissão do ministro Mandetta.
Briga de bandidos
O cenário piorou significativamente após a saída de Sergio Moro e a demissão do comandante da Polícia Federal, Maurício Valeixo, desaprovada por 68% das pessoas entrevistadas. As graves denúncias feitas pelo ex-juiz, que procurou recolher provas para ilustrar suas declarações, mostram que Jair Bolsonaro quer a PF sob seu total controle para livrar a cara dos filhos investigados por corrupção, usando os poderes presidenciais para a finalidade escusa, o que configura crime de responsabilidade. Fatos deixam pouca margem a dúvidas e não é por mera coincidência que o substituto de Valeixo seja um amigo íntimo e fiel do Clã.
Sergio Moro não é flor que se cheire. Não se pode olvidar o fato de que à frente da Lava Jato o ex-juiz curibibano fez o jogo dos EUA, em março do ano passado visitou a sede da CIA em Washington com Bolsonaro a tiracolo, destruiu multinacionais brasileiras e, com eleas, milhões de empregos na cadeia da construção e, além deste e de outros prejuízos à nação, deu uma contribuição decisiva para a eleição do político neofascista, condenando e prendendo Lula sem provas e divulgando, em cumplicidade com a Globo, delações do traidor Pallocci contra o PT na véspera do pleito.
De todo modo, conforme reza um antigo ditado inglês, geralmente quando dois ladrões brigam algo de bom acontece. O declínio da popularidade do atual chefe do Executivo é uma notícia alvissareira, uma luz em noite de trevas, que merece comemoração.
A última pesquisa realizada pela Atlas Político sinalizava um empate técnico entre os que eram a favor (48%) e contra (46%) o impeachment. A sociedade estava dividida. Agora o placar (54% a 37%) indica que a vontade majoritária do povo é pelo impedimento. É o grito que ecoa pelas noites no ritmo das panelas.
“Há uma queda sem precedentes da imagem positiva que o presidente tinha na nossa série histórica. Isso se reflete em várias perguntas relacionadas, como a pergunta sobre o impeachment. Pela primeira vez, a gente observa uma maioria a favor num momento em que se começa a discutir mais sobre isso, o que pode criar uma pressão popular sobre o Congresso”, afirmou o cientista político Andrei Roman, criador do Atlas Político.
A popularidade de Bolsonaro já descrevia uma linha de queda nas pesquisas desde fevereiro, o que diferentes analistas atribuem ao seu comportamento errático e irresponsável diante da pandemia do coronavírus, em aberta oposição à ciência, à OMS e ao Ministério da Saúde, que resultou na demissão do ministro Mandetta.
Briga de bandidos
O cenário piorou significativamente após a saída de Sergio Moro e a demissão do comandante da Polícia Federal, Maurício Valeixo, desaprovada por 68% das pessoas entrevistadas. As graves denúncias feitas pelo ex-juiz, que procurou recolher provas para ilustrar suas declarações, mostram que Jair Bolsonaro quer a PF sob seu total controle para livrar a cara dos filhos investigados por corrupção, usando os poderes presidenciais para a finalidade escusa, o que configura crime de responsabilidade. Fatos deixam pouca margem a dúvidas e não é por mera coincidência que o substituto de Valeixo seja um amigo íntimo e fiel do Clã.
Sergio Moro não é flor que se cheire. Não se pode olvidar o fato de que à frente da Lava Jato o ex-juiz curibibano fez o jogo dos EUA, em março do ano passado visitou a sede da CIA em Washington com Bolsonaro a tiracolo, destruiu multinacionais brasileiras e, com eleas, milhões de empregos na cadeia da construção e, além deste e de outros prejuízos à nação, deu uma contribuição decisiva para a eleição do político neofascista, condenando e prendendo Lula sem provas e divulgando, em cumplicidade com a Globo, delações do traidor Pallocci contra o PT na véspera do pleito.
De todo modo, conforme reza um antigo ditado inglês, geralmente quando dois ladrões brigam algo de bom acontece. O declínio da popularidade do atual chefe do Executivo é uma notícia alvissareira, uma luz em noite de trevas, que merece comemoração.
A última pesquisa realizada pela Atlas Político sinalizava um empate técnico entre os que eram a favor (48%) e contra (46%) o impeachment. A sociedade estava dividida. Agora o placar (54% a 37%) indica que a vontade majoritária do povo é pelo impedimento. É o grito que ecoa pelas noites no ritmo das panelas.
“Há uma queda sem precedentes da imagem positiva que o presidente tinha na nossa série histórica. Isso se reflete em várias perguntas relacionadas, como a pergunta sobre o impeachment. Pela primeira vez, a gente observa uma maioria a favor num momento em que se começa a discutir mais sobre isso, o que pode criar uma pressão popular sobre o Congresso”, afirmou o cientista político Andrei Roman, criador do Atlas Político.
Inércia
Crescem também as pressões no Parlamento. Até a última sexta-feira (24), 29 pedidos de impeachment contra o presidente foram protocolados na Câmara dos Deputados. Apenas um deles foi apreciado por Rodrigo Maia (DEM-RJ), a quem compete fazer uma análise inicial de denúncias por crime de responsabilidade contra o chefe do Executivo federal. O pedido analisado acabou sendo indeferido porque a denúncia era anônima, o que é vedado pelo regimento interno da Casa.
A estranha inércia do presidente da Câmara suscitou cobranças e críticas do ministro Celso de Mello, decano do Supremo Tribunal Federal (STF). Caiu nas mãos de Mello o destino do inquérito pedido pelo PRG para apurar as denúncias feitas por Moro contra o chefe do Executivo relativas às ingerências políticas para orientar e restringir as investigações da Polícia Federal contra seus rebentos.
Aliado do líder da extrema direita, que o indicou para o cargo, o PRG Augusto Aras aparentemente mira o ex-juiz curitibano (que quer enquadrar nos crimes de calúnia, difamação e denúncia caluniosa). Mas o tiro pode sair pela culatra. A correlação de forças está mudando e já não favorece o projeto neofascista do Clã Bolsonaro.
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