Ministro Celso de Mello (STF) Foto: Valter Campanato/Agência Brasil |
O ministro Celso de Mello, do Supremo Tribunal Federal, autorizou nesta semana a abertura de inquérito para investigar as acusações feitas por Sergio Moro contra Jair Bolsonaro. Em seu parecer, o decano do STF afirma que o presidente "não se exonera da responsabilidade penal emergente de atos que tenha praticado".
Sergio Moro, ex-juizeco e ex-serviçal no laranjal, acusou o “capetão” de interferir nas investigações da PF. Ao autorizar o inquérito, Celso de Mello alega que "ninguém, nem mesmo o chefe do Poder Executivo da União, está acima da autoridade da Constituição e das leis da República".
Após a abertura do inquérito, a Polícia Federal tem agora 60 dias para concluir as investigações. De imediato, ela deve ouvir o ex-ministro Sergio Moro, que denunciou o "capetão". Caso ele apresente as provas, abre-se processo contra Bolsonaro. Caso contrário, o ex-juizeco é processado por "denunciação caluniosa".
O pedido de Augusto Aras, da Procuradoria-Geral da República, acatado pelo decano do STF, dá tiro para os dois lados. Diz que denúncias de Sergio Moro "revelariam ilícitos, imputando sua prática ao Presidente, o que, de outra sorte, poderia caracterizar igualmente crime de denunciação caluniosa”. Não há escapatória!
A abertura do inquérito tem vários efeitos. O primeiro é confirmar o desastre da eleição do "capetão" - o fascista chocado pela burguesia e sua mídia. Em plena tragédia do coronavírus, que já matou mais de cinco mil brasileiros, o país passará 60 dias discutindo os crimes de Moro e Bolsonaro.
Outro efeito, como alerta o blogueiro Fernando Brito, é que "fica mais caro o 'passe' do Centrão que Bolsonaro tenta adquirir". A abertura do inquérito "torna desesperador para o 'mito' obter apoio na Câmara de Deputados para impedir que se autorize abertura de processo criminal".
Datafolha e o empate no impeachment
Pesquisa Datafolha divulgada na noite desta segunda-feira (27) mostra que o "impeachment de Bolsonaro divide o país, mas presidente mantém base de apoio". Ela também apontou "que há empate entre os que defendem e os que não querem renúncia" do fascista. A briga promete ser prolongada e duríssima!
Segundo o Datafolha, 45% dos entrevistados querem que a Câmara Federal abra processo de impeachment contra o presidente, enquanto 48% rejeitam a medida. Já o apoio à renúncia do capetão cresceu em relação à pesquisa anterior. Agora 46% são favoráveis; eram 37% no início de abril.
No que se refere à avaliação do presidente, a demissão de Sergio Moro ainda não gerou maiores abalos. Segundo a Folha, "hoje acham Bolsonaro ruim ou péssimo 38%, com 33% dos brasileiros o avaliando como bom ou ótimo e 26%, como regular. Em dezembro, eram 36%, 30% e 32%, respectivamente".
A pesquisa deve atormentar o sono do "capetão", que dorme com uma arminha ao lado da cama, no ponto em que mostra que "brasileiros acreditam mais em Moro do que em Bolsonaro... Para 52%, ex-ministro fala a verdade, e 56% acham que presidente quer interferir politicamente na PF".
Diante do resultado do Datafolha, o "marreco de Maringá" que se cuide. Sem o posto de juizeco da midiática Lava-Jato e sem o "superministério" no laranjal, ele vai ser depenado pelas milícias digitais bolsonaristas. O "gabinete do ódio" já deu início ao fuzilamento. Sergio Moro merece! Ele é um pulha!
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