Por Altamiro Borges
Na quinta-feira (25), a TV Bandeirantes afastou Luiz Ernesto Lacombe da apresentação do programa “Aqui na Band”, o que resultou na rescisão do seu contrato. Alguns analistas de mídia acham que ele dançou devido às suas ligações com o bolsonarismo. Mas há quem afirme que tudo decorreu mesmo da sua baixa audiência.
Dois dias antes, Lacombe garantiu holofotes para expoentes do “conservadorismo” no Brasil – entre eles, o miliciano digital Allan dos Santos, que é investigado pela Polícia Federal no inquérito das fake news e dos atos fascistas pelo fechamento do Congresso Nacional e do Supremo Tribunal Federal.
O programa gerou fortes reações. Segundo Mauricio Stycer, “no dia do famigerado programa sobre ‘conservadorismo’, com a presença de próceres do bolsonarismo, Lacombe disse mais de uma vez no ‘Aqui na Band’ que era ‘um jornalista no entretenimento’”. A afirmação já evidenciava o mal-estar na emissora.
Nem jornalismo nem entretenimento
“Um programa jornalístico jamais teria promovido um debate sobre um tema polêmico com a presença de quatro pessoas com visões tão semelhantes. Ao repetir que se via como um jornalista atuando em programa de entretenimento, o apresentador estava justificando a falta de rigor e o enviesamento do debate”.
Na verdade, Lacombe nunca fez jornalismo nem entretenimento. Fez propaganda bolsonarista. Este não foi o único programa com estas características na trajetória do "Aqui na Band" – apenas foi o último. Como relata Chico Barney, na coluna TV e Famosos, “Lacombe se reinventou como porta-voz bolsonarista na Band”.
Teorias conspiratórias e fake news
Antes de ancorar o programa, ele foi apresentador esportivo da TV Globo, “com intervenções que destoavam do clima festivo dos outros colegas”. Demitido em 2017, ele dirigiu “um pitoresco programa de competição misturado com reality show” e, na sequência, “assumiu o matinal Aqui na Band ao lado de Silvia Poppovic”.
“Até então, pouco se sabia sobre o que pensava Lacombe a respeito das coisas do mundo. Como um clássico condutor de telejornais, limitava-se a ler as notícias. Com o tempo, deixou mais clara a sua visão política e passou a atuar como um eloquente defensor do bolsonarismo na TV aberta”.
A partir daí, o fascistoide Lacombe passou a protagonizar cenas bizarras. Entre elas, ele promoveu um debate sobre “quem mandou matar Jair Bolsonaro”. Como registra Chico Barney, este programa deu “espaço para teorias conspiratórias... O departamento de jornalismo profissional da emissora, é claro, não gostou”.
A baixa audiência do oportunista
Mas a tentativa de surfar na onda conservadora, a exemplo de vários picaretas que se elegeram na carona do “capetão”, não rendeu a audiência desejada pelo oportunista da Band. Após pouco mais de um ano no ar, o programa não decolou. Muitas vezes não chegou a marcar um ponto do Ibope na Grande São Paulo.
Para Ricardo Feltrin, colunista do UOL, a baixa audiência foi a verdadeira razão do afastamento do âncora, que ainda manteve certa exposição graças à alavancagem nas redes sociais. “Assim que estreou, o programa matinal da Band foi pouco a pouco controlado pelo jornalista autodenominado ‘conservador’ Lacombe”.
“Foi quando começou o ‘fenômeno’ que mais se assemelha a uma praga atual na TV aberta: programas que dão zero de ibope, mas ficam entre os assuntos mais comentados do Twitter”. Feltrin atribui essa “mágica” ao “surrado uso de robôs e redes de bots” e também ao apoio das milícias digitais bolsonaristas.
“Lacombe anunciava quase que todos os últimos dias: ‘Estamos nos trending topics do Twitter, pessoal!’. E estavam mesmo. Como se isso fosse uma façanha, um fenômeno. Só que não. Alinhado escancaradamente ao bolsonarismo, Lacombe – assim como outros apresentadores em voga – angariou imediatamente o apoio das hostes governistas”.
“Estava na cara que o ‘Aqui na Band’ subir para os chamados TT´s não passava de mais uma peça de ficção da internet”, conclui Ricardo Feltrin. Como o Ibope do programa de péssima qualidade não subiu, a direção da Band simplesmente decidiu defenestrar o bolsonarista babão.
Na quinta-feira (25), a TV Bandeirantes afastou Luiz Ernesto Lacombe da apresentação do programa “Aqui na Band”, o que resultou na rescisão do seu contrato. Alguns analistas de mídia acham que ele dançou devido às suas ligações com o bolsonarismo. Mas há quem afirme que tudo decorreu mesmo da sua baixa audiência.
Dois dias antes, Lacombe garantiu holofotes para expoentes do “conservadorismo” no Brasil – entre eles, o miliciano digital Allan dos Santos, que é investigado pela Polícia Federal no inquérito das fake news e dos atos fascistas pelo fechamento do Congresso Nacional e do Supremo Tribunal Federal.
O programa gerou fortes reações. Segundo Mauricio Stycer, “no dia do famigerado programa sobre ‘conservadorismo’, com a presença de próceres do bolsonarismo, Lacombe disse mais de uma vez no ‘Aqui na Band’ que era ‘um jornalista no entretenimento’”. A afirmação já evidenciava o mal-estar na emissora.
Nem jornalismo nem entretenimento
“Um programa jornalístico jamais teria promovido um debate sobre um tema polêmico com a presença de quatro pessoas com visões tão semelhantes. Ao repetir que se via como um jornalista atuando em programa de entretenimento, o apresentador estava justificando a falta de rigor e o enviesamento do debate”.
Na verdade, Lacombe nunca fez jornalismo nem entretenimento. Fez propaganda bolsonarista. Este não foi o único programa com estas características na trajetória do "Aqui na Band" – apenas foi o último. Como relata Chico Barney, na coluna TV e Famosos, “Lacombe se reinventou como porta-voz bolsonarista na Band”.
Teorias conspiratórias e fake news
Antes de ancorar o programa, ele foi apresentador esportivo da TV Globo, “com intervenções que destoavam do clima festivo dos outros colegas”. Demitido em 2017, ele dirigiu “um pitoresco programa de competição misturado com reality show” e, na sequência, “assumiu o matinal Aqui na Band ao lado de Silvia Poppovic”.
“Até então, pouco se sabia sobre o que pensava Lacombe a respeito das coisas do mundo. Como um clássico condutor de telejornais, limitava-se a ler as notícias. Com o tempo, deixou mais clara a sua visão política e passou a atuar como um eloquente defensor do bolsonarismo na TV aberta”.
A partir daí, o fascistoide Lacombe passou a protagonizar cenas bizarras. Entre elas, ele promoveu um debate sobre “quem mandou matar Jair Bolsonaro”. Como registra Chico Barney, este programa deu “espaço para teorias conspiratórias... O departamento de jornalismo profissional da emissora, é claro, não gostou”.
A baixa audiência do oportunista
Mas a tentativa de surfar na onda conservadora, a exemplo de vários picaretas que se elegeram na carona do “capetão”, não rendeu a audiência desejada pelo oportunista da Band. Após pouco mais de um ano no ar, o programa não decolou. Muitas vezes não chegou a marcar um ponto do Ibope na Grande São Paulo.
Para Ricardo Feltrin, colunista do UOL, a baixa audiência foi a verdadeira razão do afastamento do âncora, que ainda manteve certa exposição graças à alavancagem nas redes sociais. “Assim que estreou, o programa matinal da Band foi pouco a pouco controlado pelo jornalista autodenominado ‘conservador’ Lacombe”.
“Foi quando começou o ‘fenômeno’ que mais se assemelha a uma praga atual na TV aberta: programas que dão zero de ibope, mas ficam entre os assuntos mais comentados do Twitter”. Feltrin atribui essa “mágica” ao “surrado uso de robôs e redes de bots” e também ao apoio das milícias digitais bolsonaristas.
“Lacombe anunciava quase que todos os últimos dias: ‘Estamos nos trending topics do Twitter, pessoal!’. E estavam mesmo. Como se isso fosse uma façanha, um fenômeno. Só que não. Alinhado escancaradamente ao bolsonarismo, Lacombe – assim como outros apresentadores em voga – angariou imediatamente o apoio das hostes governistas”.
“Estava na cara que o ‘Aqui na Band’ subir para os chamados TT´s não passava de mais uma peça de ficção da internet”, conclui Ricardo Feltrin. Como o Ibope do programa de péssima qualidade não subiu, a direção da Band simplesmente decidiu defenestrar o bolsonarista babão.
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