domingo, 27 de dezembro de 2020

Ricardo Barros e outros bolsonaristas no alvo

Por Altamiro Borges


Em setembro, a Polícia Civil do Paraná cumpriu mandado de busca e apreensão no escritório político de Ricardo Barros (PP-PR), atual líder do laranjal de Jair Bolsonaro. A mídia logo esqueceu o caso, mas hoje o deputado é o “negociador” da candidatura de Arthur Lira (PP-AL) para a presidência da Câmara Federal.

A ação em Maringá fez parte da operação do Ministério Público (MP-PR) que apurava denúncias de crimes da velha raposa para “facilitar negócios no ramo de energia eólica”. Segundo o site UOL, ele comandou a máfia dos contratos no setor de energia entre 2011 e 2014, quando foi secretário do governo Beto Richa (PSDB).

Já a revista Época garantiu na ocasião que até o “capetão” ficou preocupado com a ação policial. Segundo uma notinha, “integrantes do Palácio do Planalto decidiram adotar cautela em relação às investigações do MP do Paraná sobre suposto pagamento de R$ 5 milhões em propina a Ricardo Barros, atual líder do governo na Câmara e alvo de buscas e apreensões”.

Quando da operação de busca, a assessoria do líder do laranjal bolsonariano divulgou nota afirmando que “o parlamentar reafirma a sua conduta ilibada e informa que solicitou acesso aos autos do processo”. Mas ninguém botou muita fé na explicação do já famoso Ricardo Barros. Não custa perguntar: como anda o caso?

Como anda a ação contra o deputado Boca Aberta?

Também para saciar a curiosidade, vale questionar sobre outro parlamentar paranaense. No mesmo mês de setembro, o MP-PR ajuizou ação civil pública contra Emerson Petriv, vulgo deputado Boca Aberta (Pros). O processo contra o exótico parlamentar, que já entregou uma taça para o juizeco Sergio Moro, deu em alguma coisa?

Na oportunidade, a revista Época revelou que os procuradores do Paraná "pediram que a Justiça afaste imediatamente o deputado do mandato, além da suspensão dos direitos políticos e pagamento de multa. Boca Aberta e o filho foram acusados de improbidade administrativa".

Segundo o Ministério Público, o "nobre" deputado maquiou o seu carro particular com as cores da Polícia Militar do Paraná e usou um giroflex policial para "ludibriar muitos cidadãos". Ele também colocou em seus carros particulares placas de autoridades especiais, o que é vetado pela legislação.

O parlamentar ganhou os holofotes da mídia em julho de 2019 quando fez um teatro durante o depoimento de Sergio Moro na Câmara Federal sobre as mensagens vazadas pelo site The Intercept. Ele entregou uma taça ao ex-ministro que imitava o troféu da Liga dos Campeões da Europa. Uma cena ridícula, patética!

Eleito na onda moralista que devastou o país, o vestal da ética alegrou seus pares ao discursar que "Moro é a maior estrela do combate à corrupção". Como lembra a revista, já naquele tempo o velhaco só enganava os otários. "Naquela época, o deputado já tinha manchas em seu currículo".

"No ano anterior, ele havia usado tornozeleira eletrônica por três meses após desrespeitar ordem judicial de se manter a pelo menos 500 metros de distância de vereadores de Londrina". Diante desse currículo, volta à pergunta: no que deu a ação civil pública ajuizada pelo MP-PR?

E o processo contra o misógino Bibo Nunes?

Terceira e última perguntinha. No início de dezembro, deputadas do PT enviaram ofício à Procuradora-Geral da Mulher da Câmara Federal pedindo que o bolsonarista Bibo Nunes (PSL-RS) fosse investigado no Conselho de Ética por chamar as mulheres de "histéricas" em discurso na tribuna. O misógino foi acionado?

Entre outras besteiras, o deputado fascistinha esbravejou: "Vou criar um neologismo: 'deputérica'. Quando eu falar 'deputérica', estarei me dirigindo a uma deputada histérica, que não tem posicionamento e não tem bom senso". Só por isso, ele já merecia uma dura punição por falta de decoro parlamentar.

No ofício, as deputadas petistas pediram medidas da Mesa Diretora, do Conselho de Ética e da Corregedoria Parlamentar contra o abjeto bolsonarista. Elas afirmaram que Bibo Nunes infringiu a regra do Código de Ética que determina o tratamento de respeito e dignidade entre os parlamentares.

"Os ataques do deputado Bibo Nunes são ostensivamente enquadrados em conduta antiética, antirregimental e improba, afrontam os ditames constitucionais, ensejando punição que a imunidade parlamentar não alcança", afirma o incisivo e justíssimo ofício das parlamentares.

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