domingo, 3 de janeiro de 2021

A luta pela libertação de Julian Assange

Por Altamiro Borges


Na próxima segunda-feira (4), um tribunal em Londres decidirá sobre a extradição de Julian Assange para os EUA. No mundo todo cresce a pressão para evitar a concretização desse ato contra a liberdade de expressão. Nessa semana, uma petição com 108 mil assinaturas foi enviada à Justiça britânica.

Segundo a agência Deutsche Welle (DW), o abaixo-assinado exigindo a imediata libertação do fundador do Wikileaks foi organizado pela ONG Repórteres sem Fronteiras. "A acusação dos EUA contra Julian Assange é claramente motivada politicamente", explicou Christian Mihr, diretor da RSF.


Um ataque do império à liberdade de expressão

Na entrevista concedida à DW, Christian Mihr alertou "que os EUA buscam punição exemplar contra Assange, o que servirá para dissuadir profissionais de mídia em todo o mundo". Para evitar mais esse crime do império contra seus críticos, a pressão mundial será decisiva – alerta o dirigente da RSF.

“Se os EUA tiverem sucesso no pedido de extradição e levarem Assange a julgamento, cada jornalista no mundo estará ameaçado pelo mesmo destino se publicar informações secretas de interesse público. O que está em jogo aqui é o futuro do jornalismo e da liberdade de imprensa em todo o mundo”.

Como lembra a DW, "o processo de extradição de Julian Assange começou em fevereiro passado, tendo sido reiniciado em setembro. É previsto que uma das partes recorra da sentença. Um veredicto definitivo só é esperado para o segundo semestre de 2021". Ou seja: há tempo ainda para aumentar a pressão!

Extradição pode resultar em morte!

O ciberativista Julian Assange enfrenta a ameaça de extradição para os EUA sob a acusação de ter divulgado arquivos secretos do terrorismo militar ianque no site do Wikileaks em 2010. Os vídeos e documentos deram detalhes das campanhas militares assassinas e ilegais do império no Afeganistão e no Iraque.

“Entre os documentos publicados estava um vídeo que mostra civis mortos por tiros de armas americanas no Iraque em julho de 2007, incluindo dois jornalistas da agência de notícias Reuters”, relata a DW. Em 2012, o fundador do Wikileaks se refugiou na embaixada do Equador em Londres, o que foi interrompido no ano passado. 

Julian Assange está preso desde abril de 2019 na prisão de alta segurança de Belmarsh, em Londres. Ele pode pegar até 175 anos de prisão se for condenado em todas as 18 acusações nos EUA, que incluem a publicação de documentos sigilosos e a violação da lei antiespionagem ianque. A condenação poderá levá-lo à morte!

1 comentários:

WALSIL disse...

O silêncio da grande mídia que diz defender a liberdade de expressão é constrangedor.