segunda-feira, 25 de abril de 2022

Eduardo Leite descongestiona a terceira via

Por Altamiro Borges


Depois do ex-juizeco Sergio Moro, que traiu o Podemos e foi rifado pelo União Brasil, agora outro queridinho da mídia monopolista decide abandonar a disputa presidencial, descongestionando a tal da “terceira via”. Em nota oficial divulgada na sexta-feira (22), o tucano gaúcho Eduardo Leite anunciou apoio ao paulista João Doria em nome da “união do PSDB”.

No maior cinismo, após várias semanas trabalhando por sua própria candidatura, ameaçando mudar de sigla e sabotando o vencedor das prévias internas da legenda, o ex-governador do Rio Grande do Sul jurou amor ao PSDB. Dissimulado, ele afirma que o partido “deve ter candidato a presidente e liderar o centro democrático... Hoje esse nome é de João Doria”.

“Qualquer caminho diferente dependeria de entendimento com o próprio candidato escolhido. Assim, me coloco ao lado do meu partido e desta candidatura, na expectativa de que a união do PSDB contribua com a aguardada unificação dos atores políticos do centro daqui até a eleição”, declara Eduardo Leite. Será que algum tucano acredita nessa bravata?

Razões da aparente desistência do tucano gaúcho

A desistência do ex-governador gaúcho confirma as dificuldades para viabilizar a chamada terceira via. Apesar da intensa e generosa exposição midiática, sua pré-candidatura não decolou nas pesquisas, ficando sempre abaixo dos 3%. A traição às prévias internas, orquestrada pelo golpista mineiro Aécio Neves, também não convenceu o grão-tucanato.

“Apoiadores de João Doria citam o artigo 152 do estatuto do partido, que diz que ‘os candidatos vencedores em eleições prévias terão seus nomes homologados nas convenções convocadas para esse fim’. Ou seja, por essa leitura, o plano dos defensores de Eduardo Leite de reverter o resultado da prévia na convenção que formaliza a candidatura não teria respaldo jurídico”, registrou a Folha.

Houve até o flerte explícito com o PSD de Gilberto Kassab, que lhe prometeu a vaga na disputa presidencial. Mas, como registrou o site Metrópoles, “Eduardo decidiu ficar no PSDB devido à desconfiança que nutria em relação aos acordos negociados entre Lula e Kassab... Tucanos aliados de Leite afirmam que o ex-governador demonstrava insegurança para encabeçar um projeto num partido que deverá apoiar Lula no segundo turno da eleição”.

Tudo deu errado para o tucano gaúcho – pelo menos até agora. Isto é o que levou à sua desistência. Não teve nada a ver com a “união do PSDB” – partido cada dia mais rachado e enfraquecido. As bicadas no ninho tucano seguem sangrentas!

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