Por Altamiro Borges
No próximo sábado, 16 de julho, às 10 horas, um encontro inter-religioso na Catedral da Sé, em São Paulo, homenageará o indigenista Bruno Pereira e o jornalista britânico Dom Phillips, assassinados em 5 de junho último no Vale do Javari (PA). O ato ecumênico também servirá como brado de luta em defesa dos povos indígenas e contra a devastação ambiental.
Convocado pela Frente Inter-religiosa Dom Paulo Evaristo Arns, Comissão Justiça e Paz de São Paulo, Instituto Vladimir Herzog, Comissão Arns e Ordem dos Advogados do Brasil (OAB-SP), “o encontro pretende ressaltar a importância de defender a vida, a terra e a cultura dos povos indígenas e tradicionais, proteger o meio ambiente e aqueles que lutam para preservá-lo, em meio a violações sistemáticas e institucionalizadas de direitos”.
Ainda segundo a convocatória, “o evento contará com a participação de católicos, anglicanos, metodistas, pentecostais, judeus, muçulmanos, bahá’ís, budistas, kardecistas, povos tradicionais de matrizes africanas e membros da Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias, além de representantes de povos indígenas, defensores dos Direitos Humanos e representantes da sociedade civil”.
O descaso do desgoverno Bolsonaro
Beatriz Matos, viúva de Bruno Pereira, e Alessandra Sampaio, viúva de Dom Phillips, também estarão presentes no ato, que ainda contará com participações culturais, como o cantor Chico César, o coral indígena Opy Mirim, a cantora Marlui Miranda e a cantora lírica Tati Helene. “Dom Cláudio Hummes, conhecido como “profeta da Amazônia” por seu empenho na defesa socioambiental da região, e que faleceu em 04/7, também será lembrado na solenidade”.
Em manifesto divulgado nesta semana, as entidades promotoras do encontro inter-religioso chamam a atenção para a escalada da violência contra os povos indígenas e tradicionais, fruto do descaso oficial do desgoverno de Jair Bolsonaro, destacam o desmonte de políticas públicas de preservação do meio ambiente e cobram justiça pelas vítimas:
“Honrar a memória desses defensores de direitos humanos exige dar continuidade à sua bem-aventurada missão. Assim, devemos relatar e denunciar a violência que se impõem sobre esses povos, exigir que sejam tomadas as providências devidas para a sua proteção, e transformar todas as crenças e estruturas que dão espaço para a violência”.
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